Octávio V Gonçalves: Dever a quanto obrigas

04-08-2010
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Não é que o PSD se assemelhe, propriamente, a um grupo de pessoas que se detestam, mas é público que Cavaco Silva e Santana Lopes não morrem de amores, um pelo outro.
Condecorar Santana Lopes com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo até que é apropriado, pois, salvas as devidas distâncias, Santana foi, em 2004, um autêntico “Cristo” de Cavaco Silva e se este não foi o único a crucificá-lo politicamente, pelo menos deu um grande contributo para o amarrar ao madeiro e lhe cravar um prego decisivo.
Numa cerimónia simples e rápida (os convívios e os salamaleques em Belém, como já se constatou aquando da recepção a Sócrates, no quadro dos votos de Boas Festas, não andam particularmente esfusiantes, ainda que o problema em relação a Sócrates até seja de condescendência excessiva), Cavaco Silva remeteu a condecoração para uma questão de justiça, embora as palavras do presidente da República tenham deixado bem clara a motivação do evento: dever e tradição.
Mas não, necessariamente, convicção (digo eu).
Todavia, constata-se, que, no palco da hipocrisia política, as más moedas também podem readquirir algum valor no "mercado" da República, sobretudo depois de se ter dado um valente contributo para as tirar de circulação, mesmo que as ditas insistam em andar por aí.
Por mim, confesso que estes cerimoniais forçados são mesmo para pessoas com estômagos à prova de digestões difíceis e de azia. Os rostos não enganavam.

Não é que o PSD se assemelhe, propriamente, a um grupo de pessoas que se detestam, mas é público que Cavaco Silva e Santana Lopes não morrem de amores, um pelo outro.
Condecorar Santana Lopes com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo até que é apropriado, pois, salvas as devidas distâncias, Santana foi, em 2004, um autêntico “Cristo” de Cavaco Silva e se este não foi o único a crucificá-lo politicamente, pelo menos deu um grande contributo para o amarrar ao madeiro e lhe cravar um prego decisivo.
Numa cerimónia simples e rápida (os convívios e os salamaleques em Belém, como já se constatou aquando da recepção a Sócrates, no quadro dos votos de Boas Festas, não andam particularmente esfusiantes, ainda que o problema em relação a Sócrates até seja de condescendência excessiva), Cavaco Silva remeteu a condecoração para uma questão de justiça, embora as palavras do presidente da República tenham deixado bem clara a motivação do evento: dever e tradição.
Mas não, necessariamente, convicção (digo eu).
Todavia, constata-se, que, no palco da hipocrisia política, as más moedas também podem readquirir algum valor no "mercado" da República, sobretudo depois de se ter dado um valente contributo para as tirar de circulação, mesmo que as ditas insistam em andar por aí.
Por mim, confesso que estes cerimoniais forçados são mesmo para pessoas com estômagos à prova de digestões difíceis e de azia. Os rostos não enganavam.

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