Octávio V Gonçalves: Ave Socrates, morituri te salutant

03-08-2010
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Almeida Santos, numa entrevista ao Diário Económico, cuja substância e finalidade se restringem a uma mera intenção laudatória, raiando a insensatez da bajulação hiperbólica, não resistiu em vir a terreiro confirmar, por antítese, duas evidências básicas:
- a percepção pelos socialistas da fragilização (irreversível) da credibilidade e da imagem pública de Sócrates, pois só um líder enfraquecido necessita destes encómios públicos;
- quando não há exemplaridade da conduta política, obra e ideias para valorizar (interessante o esquecimento de Almeida Santos em relação às pretensas reformas na educação e, sobretudo, àquilo que Sócrates considerou como o desígnio da governação - a avaliação dos professores), resta exaltar o homem e o seu voluntarismo (que, no essencial é aventureirismo, com custos elevados para o país).
Mas, o mais relevante nesta entrevista é a sua dimensão oracular:
Ao afirmar a omnipresença de Sócrates - "(...) está em toda a parte", Almeida Santos parece querer dar um sinal e dissipar as dúvidas que ainda pudessem existir sobre o conhecimento de Sócrates em relação ao negócio TVI e, mesmo, sobre o facto de o primeiro-ministro aparecer envolvido em inúmeros casos. Não estaremos perante invenções, perseguições ou campanhas negras, pois parece confirmar-se que Sócrates está em toda a parte.


Almeida Santos, numa entrevista ao Diário Económico, cuja substância e finalidade se restringem a uma mera intenção laudatória, raiando a insensatez da bajulação hiperbólica, não resistiu em vir a terreiro confirmar, por antítese, duas evidências básicas:
- a percepção pelos socialistas da fragilização (irreversível) da credibilidade e da imagem pública de Sócrates, pois só um líder enfraquecido necessita destes encómios públicos;
- quando não há exemplaridade da conduta política, obra e ideias para valorizar (interessante o esquecimento de Almeida Santos em relação às pretensas reformas na educação e, sobretudo, àquilo que Sócrates considerou como o desígnio da governação - a avaliação dos professores), resta exaltar o homem e o seu voluntarismo (que, no essencial é aventureirismo, com custos elevados para o país).
Mas, o mais relevante nesta entrevista é a sua dimensão oracular:
Ao afirmar a omnipresença de Sócrates - "(...) está em toda a parte", Almeida Santos parece querer dar um sinal e dissipar as dúvidas que ainda pudessem existir sobre o conhecimento de Sócrates em relação ao negócio TVI e, mesmo, sobre o facto de o primeiro-ministro aparecer envolvido em inúmeros casos. Não estaremos perante invenções, perseguições ou campanhas negras, pois parece confirmar-se que Sócrates está em toda a parte.

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