Octávio V Gonçalves: Para trás é que é o caminho

06-08-2010
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Desde que Sócrates descobriu as virtualidades da governação caranguejo, que o socratismo passou a eleger a marcha-atrás como o caminho, por excelência, para a resolução das asneiras e das trapalhadas que têm constituído a marca distintiva da actuação governamental de Sócrates e respectivos ministros e secretários de Estado, com raríssimas excepções.
Tudo começou com aqueles estudos notáveis que recomendavam a construção do aeroporto na OTA, mas que não resistiram ao movimento de recuo que precipitaria a decisão governamental para Alcochete.
A partir daqui foi um sucedâneo vertiginoso de marchas-atrás que impressionam pelo número e pela força com que desmoronaram as convicções retóricas que suportavam o rumo do governo.
Vou apenas referenciar algumas: os titulares, os medicamentos unidose, o financiamento do ensino superior, as férias judiciais, as SCUT e, ainda com data de ontem, o recuo nos cortes de 10% na cultura, algo que a ministra apelidou de "conquista".
Mas, como Sócrates não é homem para admitir erros, precipitações ou fracassos, tornaram-se imperativas as operações de lavagem semântica das arrecuas, de forma a aparentar-se o rumo e o controlo da situação.
Muita dessa sinonímia ficará para a história do anedotário político nacional.


Desde que Sócrates descobriu as virtualidades da governação caranguejo, que o socratismo passou a eleger a marcha-atrás como o caminho, por excelência, para a resolução das asneiras e das trapalhadas que têm constituído a marca distintiva da actuação governamental de Sócrates e respectivos ministros e secretários de Estado, com raríssimas excepções.
Tudo começou com aqueles estudos notáveis que recomendavam a construção do aeroporto na OTA, mas que não resistiram ao movimento de recuo que precipitaria a decisão governamental para Alcochete.
A partir daqui foi um sucedâneo vertiginoso de marchas-atrás que impressionam pelo número e pela força com que desmoronaram as convicções retóricas que suportavam o rumo do governo.
Vou apenas referenciar algumas: os titulares, os medicamentos unidose, o financiamento do ensino superior, as férias judiciais, as SCUT e, ainda com data de ontem, o recuo nos cortes de 10% na cultura, algo que a ministra apelidou de "conquista".
Mas, como Sócrates não é homem para admitir erros, precipitações ou fracassos, tornaram-se imperativas as operações de lavagem semântica das arrecuas, de forma a aparentar-se o rumo e o controlo da situação.
Muita dessa sinonímia ficará para a história do anedotário político nacional.

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