Octávio V Gonçalves: RAPIDINHAS: muito breve ensaio sobre a cegueira de Figo

04-08-2010
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Pretensamente disfuncional no plano oftalmológico ou, então, alegadamente afectado pela exposição solar desta época estival, Luís Figo veio declarar o seguinte: “Eu vejo a energia de José Sócrates, a capacidade empreendedora, e espero que continue a ter essa capacidade para mobilizar o País”.Qualquer português mais atento ao estado actual do país e àquilo que foi a medíocre e decepcionante governação de Sócrates, não deixará de considerar que esta afirmação enferma de um grave problema de visão, pois Figo consegue ver o que a maioria dos portugueses não vislumbra e não é capaz de enxergar aquilo que para a maioria dos portugueses é óbvio.A realidade desfocada que Figo crê percepcionar assemelha-se mais a um quixotismo equivocado: onde Dom Figo vê capacidade empreendedora, a maioria dos portugueses vê anúncios, verborreia e propaganda sem repercussão ou tradução no terreno; onde Dom Figo vê capacidade mobilizadora, a maioria dos portugueses viu afronta, hostilização, prepotência e arrogância, além de um estilo de auto-atribuição exclusiva do sucesso e de denegação do insucesso, do tipo salvador único da pátria, como tal incompatível com qualquer faceta mobilizadora.A última vez que os portugueses se orientaram pelas visões do Figo deram-se mal, que o digam os clientes do BPN, pelo que, desta vez, é mais sensato ninguém esperar aquilo que Figo “espera”.A vida não é só bola e em matéria política os portugueses não estão nada inclinados a ir à bola, nem com Figo, nem com Sócrates. Aliás, considero que o lugar natural de Sócrates é, a partir de 27 de Setembro, a última fila da bancada socialista no Parlamento.


Pretensamente disfuncional no plano oftalmológico ou, então, alegadamente afectado pela exposição solar desta época estival, Luís Figo veio declarar o seguinte: “Eu vejo a energia de José Sócrates, a capacidade empreendedora, e espero que continue a ter essa capacidade para mobilizar o País”.Qualquer português mais atento ao estado actual do país e àquilo que foi a medíocre e decepcionante governação de Sócrates, não deixará de considerar que esta afirmação enferma de um grave problema de visão, pois Figo consegue ver o que a maioria dos portugueses não vislumbra e não é capaz de enxergar aquilo que para a maioria dos portugueses é óbvio.A realidade desfocada que Figo crê percepcionar assemelha-se mais a um quixotismo equivocado: onde Dom Figo vê capacidade empreendedora, a maioria dos portugueses vê anúncios, verborreia e propaganda sem repercussão ou tradução no terreno; onde Dom Figo vê capacidade mobilizadora, a maioria dos portugueses viu afronta, hostilização, prepotência e arrogância, além de um estilo de auto-atribuição exclusiva do sucesso e de denegação do insucesso, do tipo salvador único da pátria, como tal incompatível com qualquer faceta mobilizadora.A última vez que os portugueses se orientaram pelas visões do Figo deram-se mal, que o digam os clientes do BPN, pelo que, desta vez, é mais sensato ninguém esperar aquilo que Figo “espera”.A vida não é só bola e em matéria política os portugueses não estão nada inclinados a ir à bola, nem com Figo, nem com Sócrates. Aliás, considero que o lugar natural de Sócrates é, a partir de 27 de Setembro, a última fila da bancada socialista no Parlamento.

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