GASTRONOMIA:BYOB - "Bring Your Own Bottle"

26-05-2011
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«TRATA-SE de uma palavra de aspecto invulgarmente críptico, BYOB, mas que não representa mais do que as iniciais das palavras inglesas Bring Your Own Bottle, ou seja, em tradução literal, Traga a Sua Própria Garrafa. O conceito é relativamente vulgar nos EUA, e em menor grau em Inglaterra, sobretudo porque nestes países as leis de venda de álcool são particularmente restritivas, e as taxas fiscais demasiado elevadas.Os restaurantes BYOB são aqueles que permitem que o cliente leve consigo a(s) sua(s) garrafa(s) de vinho e as consuma lá, mediante o pagamento de uma taxa variável, a chamada taxa de saca-rolhas. Esta taxa, que é naturalmente variável, paga o serviço, o uso dos copos, e o incómodo para o restaurante, que assim deixa de vender o vinho que acompanhará a refeição.Mas será que a perda de rendimento associada ao conceito BYOB é fatal para a restauração? Se muitos profissionais do sector assumirem que é no vinho que auferem as maiores margens de lucro, então o conceito estará estigmatizado à partida. Grande parte da restauração nacional (e internacional, para sermos intelectualmente honestos) assume que a perda de lucros é um dado adquirido, e uma consequência inerente ao conceito BYOB. Contudo, será que todos os restaurantes vendem assim tanto vinho que justifique tal alvoroço? Se por acaso reservar uma mesa, anunciando que os convivas apenas tencionam consumir água, está convencido que a reserva será recusada? Provavelmente, não. Mas se marcar mesa e informar que tenciona levar garrafas de vinho de casa, oferecendo-se para pagar a respectiva taxa de serviço, o mais certo é que o restaurante entre em sobressalto...É que o conceito BYOB não pretende “furar” a cadeia normal do negócio da restauração, que é legítima e fundamental. A ideia implícita resume-se em poder provar bons vinhos, muitas vezes exclusivos, em conjugação com uma excelente refeição. Esta não será a regra, mas trata-se de um serviço que pode ser proporcionado se forem cumpridos alguns pressupostos. Desde logo, que o vinho não exista na certa do restaurante e seja paga uma taxa (razoável) pela despesa e pelo incómodo causados. Também ajuda se o cliente for simpático, convidando o gerente ou proprietário do restaurante a provar o tal vinho especial que levou consigo. Além do mais, o BYOB pode ser encarado como forma de fidelizar clientes e como complemento da oferta gastronómica. Se todos se queixam da crise reinante, por que não investir num pouco de audácia?»

Rui Falcão - Blue Wine 01

«TRATA-SE de uma palavra de aspecto invulgarmente críptico, BYOB, mas que não representa mais do que as iniciais das palavras inglesas Bring Your Own Bottle, ou seja, em tradução literal, Traga a Sua Própria Garrafa. O conceito é relativamente vulgar nos EUA, e em menor grau em Inglaterra, sobretudo porque nestes países as leis de venda de álcool são particularmente restritivas, e as taxas fiscais demasiado elevadas.Os restaurantes BYOB são aqueles que permitem que o cliente leve consigo a(s) sua(s) garrafa(s) de vinho e as consuma lá, mediante o pagamento de uma taxa variável, a chamada taxa de saca-rolhas. Esta taxa, que é naturalmente variável, paga o serviço, o uso dos copos, e o incómodo para o restaurante, que assim deixa de vender o vinho que acompanhará a refeição.Mas será que a perda de rendimento associada ao conceito BYOB é fatal para a restauração? Se muitos profissionais do sector assumirem que é no vinho que auferem as maiores margens de lucro, então o conceito estará estigmatizado à partida. Grande parte da restauração nacional (e internacional, para sermos intelectualmente honestos) assume que a perda de lucros é um dado adquirido, e uma consequência inerente ao conceito BYOB. Contudo, será que todos os restaurantes vendem assim tanto vinho que justifique tal alvoroço? Se por acaso reservar uma mesa, anunciando que os convivas apenas tencionam consumir água, está convencido que a reserva será recusada? Provavelmente, não. Mas se marcar mesa e informar que tenciona levar garrafas de vinho de casa, oferecendo-se para pagar a respectiva taxa de serviço, o mais certo é que o restaurante entre em sobressalto...É que o conceito BYOB não pretende “furar” a cadeia normal do negócio da restauração, que é legítima e fundamental. A ideia implícita resume-se em poder provar bons vinhos, muitas vezes exclusivos, em conjugação com uma excelente refeição. Esta não será a regra, mas trata-se de um serviço que pode ser proporcionado se forem cumpridos alguns pressupostos. Desde logo, que o vinho não exista na certa do restaurante e seja paga uma taxa (razoável) pela despesa e pelo incómodo causados. Também ajuda se o cliente for simpático, convidando o gerente ou proprietário do restaurante a provar o tal vinho especial que levou consigo. Além do mais, o BYOB pode ser encarado como forma de fidelizar clientes e como complemento da oferta gastronómica. Se todos se queixam da crise reinante, por que não investir num pouco de audácia?»

Rui Falcão - Blue Wine 01

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