CANHOTICES: Forro

22-12-2009
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Há coisas típicas do novo riquismo. Há cerca de vinte e tal anos atrás tive a oportunidade de visitar uns "conhecidos" de familiares meus que construíram uma casa nova tipo "maison". Estranhamente a dita casa, sonho de uma vida, não era utilizada.Os donos da casa comiam, viam televisão e dormiam num anexo. Eis o argumento: não se podia estragar a casa nova usando-a. Sendo assim o sonho de uma vida era afinal apenas espavento para inglês ver.Mais recentemente estive numa casa em cuja sala de visitas se destacava no chão um enorme tapete de arraiolos: acontece que os donos da casa quando recebem visitas forram o tapete com plástico transparente. Gestos típicos do novo riquismo.Estes gestos vêm a propósito do higienismo novo rico que a Câmara Municipal de Torres Novas está a usar na renovada e restaurada Praça 5 de Outubro.Depois de anos e anos de abandono e maus tratos não há mal que não dê em fartura e pelos vistos, por ali, nem uma mosca bulirá...O regulamento municipal que proíbe a utilização de copos de vidro e de garafas de vidro nas esplanadas da Praça 5 de Outubro é um absurdo. Em primeiro lugar há dúvidas legítimas sobre a legalidade do regulamento. Duvido que a Câmara Municial possa estabelecer regulamentos desse tipo. Por outro lado este regulamento restringe-se à Praça 5 de Outubro.Alegam-se medidas de segurança e de limpeza. Como se o vandalismo não fosse por si só um acto punido por lei e como se não houvesse polícia, tribunais, etc...Se esta regulamentação existe com receio do vandalismo estamos perante um caso sério. É que, repetimos, esta lei limita-se à Praça. Ou seja, no resto da cidade a malta pode andar por aí a abrir cabeças uns aos outros, com garrafas e copos de vidro!...em todo o lado, menos na sacrosanta e renovada Praça 5 de Outubro. Recusamos isto! Recusamos liminarmente esta ideia.Um copo, em condições normais, numa esplanada não é por si só uma arma!(sê-lo-á em condições verdadeiramente excepcionais, como sucedeu no Euro 2004...)O que verdadeiramente está por detrás desta medida higiénica é o principio novo-rico do tapete de arraiolos plastificado para as visitas verem mas não pisarem.É como se a Câmara Municipal tivesse reconstruído a Praça, tivesse posto tal empenho na obra, o " sonho de uma vida" que agora se esquece do óbvio: a Praça é para ser vivida e dentro das regras estabelecidas pela lei, ser totalmente desfrutada.Definitivamente a Praça não é de ninguém. É um espaço público que todos queremos viver!Definitivamente recusamos estas cedências ao vandalismo e ao novo riquismo.É aos proprietários das esplanadas quem cabe a decisão de escolher o que querem servir e como querem servir. É a eles que cabe decidir se nos querem vender a imperial, bem tirada num copo de vidro ou se optam pelo higieno-economicista copo de plástico. Os clientes da praça tirarão as suas conclusões.Mas temos o direito enquanto consumidores de pedir uma mini fresquinha no verão. Ou até um sumol!Temos o direito de beber uma água das pedras num copo de vidro. Ou beber um martini ou um moscatel sem sabor a pvc!Semos satisfeitos ou não, nesse desejo é algo a que a Câmara não deve meter o bodelho.É uma coisa que fica entre nós e os donos das esplanadas. Não gostamos do serviço, mudamos de esplanada!Sendo certo que nas esplanadas das principais praças europeias o uso do vidro é absolutamente comum. Inclusive, há o hábito da venda de vinho a copo.Em Torres Novas somos diferentes. Gastou-se uma pipa de massa a arranjar a Praça e muito provavelmente um destes dias vamos encontrar um segurança à entrada da Praça 5 de Outubro para nos vigiar o cócó da sola dos sapatos. A bem da nova calçada!Não se espantem, não se espantem, se um destes dias verem alguém da Câmara no Grémio ( a cooperativa Agrícola) a comprar uns valentes metros de plástico para... forrar a nossa Praça.


Há coisas típicas do novo riquismo. Há cerca de vinte e tal anos atrás tive a oportunidade de visitar uns "conhecidos" de familiares meus que construíram uma casa nova tipo "maison". Estranhamente a dita casa, sonho de uma vida, não era utilizada.Os donos da casa comiam, viam televisão e dormiam num anexo. Eis o argumento: não se podia estragar a casa nova usando-a. Sendo assim o sonho de uma vida era afinal apenas espavento para inglês ver.Mais recentemente estive numa casa em cuja sala de visitas se destacava no chão um enorme tapete de arraiolos: acontece que os donos da casa quando recebem visitas forram o tapete com plástico transparente. Gestos típicos do novo riquismo.Estes gestos vêm a propósito do higienismo novo rico que a Câmara Municipal de Torres Novas está a usar na renovada e restaurada Praça 5 de Outubro.Depois de anos e anos de abandono e maus tratos não há mal que não dê em fartura e pelos vistos, por ali, nem uma mosca bulirá...O regulamento municipal que proíbe a utilização de copos de vidro e de garafas de vidro nas esplanadas da Praça 5 de Outubro é um absurdo. Em primeiro lugar há dúvidas legítimas sobre a legalidade do regulamento. Duvido que a Câmara Municial possa estabelecer regulamentos desse tipo. Por outro lado este regulamento restringe-se à Praça 5 de Outubro.Alegam-se medidas de segurança e de limpeza. Como se o vandalismo não fosse por si só um acto punido por lei e como se não houvesse polícia, tribunais, etc...Se esta regulamentação existe com receio do vandalismo estamos perante um caso sério. É que, repetimos, esta lei limita-se à Praça. Ou seja, no resto da cidade a malta pode andar por aí a abrir cabeças uns aos outros, com garrafas e copos de vidro!...em todo o lado, menos na sacrosanta e renovada Praça 5 de Outubro. Recusamos isto! Recusamos liminarmente esta ideia.Um copo, em condições normais, numa esplanada não é por si só uma arma!(sê-lo-á em condições verdadeiramente excepcionais, como sucedeu no Euro 2004...)O que verdadeiramente está por detrás desta medida higiénica é o principio novo-rico do tapete de arraiolos plastificado para as visitas verem mas não pisarem.É como se a Câmara Municipal tivesse reconstruído a Praça, tivesse posto tal empenho na obra, o " sonho de uma vida" que agora se esquece do óbvio: a Praça é para ser vivida e dentro das regras estabelecidas pela lei, ser totalmente desfrutada.Definitivamente a Praça não é de ninguém. É um espaço público que todos queremos viver!Definitivamente recusamos estas cedências ao vandalismo e ao novo riquismo.É aos proprietários das esplanadas quem cabe a decisão de escolher o que querem servir e como querem servir. É a eles que cabe decidir se nos querem vender a imperial, bem tirada num copo de vidro ou se optam pelo higieno-economicista copo de plástico. Os clientes da praça tirarão as suas conclusões.Mas temos o direito enquanto consumidores de pedir uma mini fresquinha no verão. Ou até um sumol!Temos o direito de beber uma água das pedras num copo de vidro. Ou beber um martini ou um moscatel sem sabor a pvc!Semos satisfeitos ou não, nesse desejo é algo a que a Câmara não deve meter o bodelho.É uma coisa que fica entre nós e os donos das esplanadas. Não gostamos do serviço, mudamos de esplanada!Sendo certo que nas esplanadas das principais praças europeias o uso do vidro é absolutamente comum. Inclusive, há o hábito da venda de vinho a copo.Em Torres Novas somos diferentes. Gastou-se uma pipa de massa a arranjar a Praça e muito provavelmente um destes dias vamos encontrar um segurança à entrada da Praça 5 de Outubro para nos vigiar o cócó da sola dos sapatos. A bem da nova calçada!Não se espantem, não se espantem, se um destes dias verem alguém da Câmara no Grémio ( a cooperativa Agrícola) a comprar uns valentes metros de plástico para... forrar a nossa Praça.

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