O Cachimbo de Magritte: Recordando Freund

05-08-2010
marcar artigo


Tenho pensado muito, nos últimos tempos, nesta passagem de L'Essence du Politique, a obra clássica de Julien Freund, há muitos anos, aqui, comigo, inscrita.Com efeito, é um ponto cardinal de toda a actividade política consequente, responsável e dominando a situação ter em vista, prever o pior, não para fazer a política do pior, mas pelo contrário para afastar o perigo e, se necessário, fazer-lhe face com as medidas apropriadas. As coisas não se resumem a imaginar a paz mais humana, mais generosa e mais feliz possível, mas prevenir a guerra e, se porventura alguma vez ela parecer inevitável, prepará-la para sairmos vitoriosos e, sendo o caso, desencorajar o inimigo decidido a empreendê-la. (...) Agir politicamente é, portanto, agir em função do pior possível. Essa verdade é cruel e irritará talvez muitos espíritos, mas aquele que a neglicenciar expor-se-á às piores desilusões e fracassos e, talvez, arraste na sua queda a independência da colectividade. Se assim for, então há que concluir que o maior défice da nossa classe política em geral (falo da regra) é um défice de - imaginação.


Tenho pensado muito, nos últimos tempos, nesta passagem de L'Essence du Politique, a obra clássica de Julien Freund, há muitos anos, aqui, comigo, inscrita.Com efeito, é um ponto cardinal de toda a actividade política consequente, responsável e dominando a situação ter em vista, prever o pior, não para fazer a política do pior, mas pelo contrário para afastar o perigo e, se necessário, fazer-lhe face com as medidas apropriadas. As coisas não se resumem a imaginar a paz mais humana, mais generosa e mais feliz possível, mas prevenir a guerra e, se porventura alguma vez ela parecer inevitável, prepará-la para sairmos vitoriosos e, sendo o caso, desencorajar o inimigo decidido a empreendê-la. (...) Agir politicamente é, portanto, agir em função do pior possível. Essa verdade é cruel e irritará talvez muitos espíritos, mas aquele que a neglicenciar expor-se-á às piores desilusões e fracassos e, talvez, arraste na sua queda a independência da colectividade. Se assim for, então há que concluir que o maior défice da nossa classe política em geral (falo da regra) é um défice de - imaginação.

marcar artigo