O Cachimbo de Magritte: Lamentações

05-08-2010
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As coisas começaram. E estas coisas não são bonitas. Nada bonitas. E, se quisermos ser francos, o que dizemos delas também não pode ser bonito. Nem fácil, nem simples. (As posições pseudo-salomónicas que se vêem por aí são muito cómodas.)Confesso que lamento mais a morte de um dos tipos da foto do que a de um "operacional" do Hamas. Aqueles tipos, com aquele ar até algo desajeitado e, na verdade, pouco temível (nem marciais, nem espantalhos à Brigadas Izz ad-Din al-Qassam e quejandos) são, no fundo, cidadãos comuns em serviço militar que procuram garantir que os seus, lá atrás, possam viver em paz. Não são bandos de fanáticos ideologicamente motivados como os que os esperam.É claro que, a esta hora, já haverá por aí palermas a falar em Estalinegrados e tal. Coitados. Esses vêem as coisas completamente ao contrário. Mutatis mutandis (não me podia esquecer desta cláusula, profiláctica das gritarias indignadas), também lamento bem mais um soldado russo morto de fome e frio num campo de prisioneiros alemão ou "experimentado" com Zyklon-B, do que o enforcamento, após julgamento sumário pelo Exército Vermelho, de um oficial SS ou de um "operacional" das Einsatzgruppen. (E, sim, eu sei do Gulag.)


As coisas começaram. E estas coisas não são bonitas. Nada bonitas. E, se quisermos ser francos, o que dizemos delas também não pode ser bonito. Nem fácil, nem simples. (As posições pseudo-salomónicas que se vêem por aí são muito cómodas.)Confesso que lamento mais a morte de um dos tipos da foto do que a de um "operacional" do Hamas. Aqueles tipos, com aquele ar até algo desajeitado e, na verdade, pouco temível (nem marciais, nem espantalhos à Brigadas Izz ad-Din al-Qassam e quejandos) são, no fundo, cidadãos comuns em serviço militar que procuram garantir que os seus, lá atrás, possam viver em paz. Não são bandos de fanáticos ideologicamente motivados como os que os esperam.É claro que, a esta hora, já haverá por aí palermas a falar em Estalinegrados e tal. Coitados. Esses vêem as coisas completamente ao contrário. Mutatis mutandis (não me podia esquecer desta cláusula, profiláctica das gritarias indignadas), também lamento bem mais um soldado russo morto de fome e frio num campo de prisioneiros alemão ou "experimentado" com Zyklon-B, do que o enforcamento, após julgamento sumário pelo Exército Vermelho, de um oficial SS ou de um "operacional" das Einsatzgruppen. (E, sim, eu sei do Gulag.)

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