O Cachimbo de Magritte: Pop Star in Chief

21-01-2011
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Barack Obama teve esta semana uma sondagem da Gallup que o colocava com 41 por cento de popularidade, o nível mais baixo desde que tomou posse. A economia permanece de rastos, o desemprego não baixa e as medidas aprovadas pela maioria democrata continuam a não convencer a maioria dos americanos. E já se sabia que ao ser eleito quase como o Messias - não só por culpa própria, mas o mito que a sua campanha criou também contribuiu para isso - era inevitável que viesse a proporcionar um clima de desilusão nos seus cidadãos. A situação do país não era a melhor, mergulhado numa grave crise e ainda por cima envolvido em duas guerras. Mas a promessa de Change, até ao momento, nada significa para os americanos. Daí a pesada derrota que os Democratas deverão sofrer em Novembro, nas Midterms.Mas há algo de preocupante em Barack Obama. Quem conhece de perto a realidade presidencial americana sabe que um presidente Democrata tende a ser bem mais “cool”, sempre rodeado de festas, de luxos e personalidades famosas. Os presidentes Republicanos tendem a actuar de forma mais discreta no seu dia-a-dia. Mas Barack Obama e a sua família têm levado longe de mais o conceito de Star Power. Já se percebeu que a família Obama gosta do mundo dos ricos e famosos. E isso nota-se na sua actuação presidencial. E nem falo das “glamourosas” férias, bem publicitadas, de Michelle Obama e da sua comitiva de mais de 70 pessoas em Marbella. Ao longo dos últimos 18 meses, Obama foi visto em mais acontecimentos desportivos e sociais que qualquer um outro Presidente. O golfe de W. Bush era criticado nos media, mas Barack Obama, em tão curto espaço de tempo, já jogou mais vezes que o próprio Bush em oito anos. Se a economia estivesse bem? Se o pais estivesse a melhorar? Estes “pecadinhos” seriam todos perdoados, como o foram a Bill Clinton, por exemplo. Mas Obama, apesar do seu carisma, tem tido dificuldades em criar laços emotivos com os americanos. E isso é importante numa relação entre Presidente e cidadãos. Com os resultados a não aparecerem, as divisões no seu eleitorado a crescerem e os independentes a fugirem para os republicanos, Obama necessita rapidamente de um rebranding. Que poderá suceder depois de Novembro, como fez Bill Clinton em 1994. Mas que não se iluda: se mantiver este status de pop star, terá mais dificuldades em ser reeleito em 2012. Hollywood nunca deu votos nos EUA. Antes pelo contrário: o povo americano gosta das suas estrelas, mas não as segue politicamente.O meu colega no Era Uma Vez na América, José Gomes André, tem uma imagem mais positiva do mandato de Obama. Aqui fica a sua visão sobre os primeiros 18 meses de Obama na Casa Branca.


Barack Obama teve esta semana uma sondagem da Gallup que o colocava com 41 por cento de popularidade, o nível mais baixo desde que tomou posse. A economia permanece de rastos, o desemprego não baixa e as medidas aprovadas pela maioria democrata continuam a não convencer a maioria dos americanos. E já se sabia que ao ser eleito quase como o Messias - não só por culpa própria, mas o mito que a sua campanha criou também contribuiu para isso - era inevitável que viesse a proporcionar um clima de desilusão nos seus cidadãos. A situação do país não era a melhor, mergulhado numa grave crise e ainda por cima envolvido em duas guerras. Mas a promessa de Change, até ao momento, nada significa para os americanos. Daí a pesada derrota que os Democratas deverão sofrer em Novembro, nas Midterms.Mas há algo de preocupante em Barack Obama. Quem conhece de perto a realidade presidencial americana sabe que um presidente Democrata tende a ser bem mais “cool”, sempre rodeado de festas, de luxos e personalidades famosas. Os presidentes Republicanos tendem a actuar de forma mais discreta no seu dia-a-dia. Mas Barack Obama e a sua família têm levado longe de mais o conceito de Star Power. Já se percebeu que a família Obama gosta do mundo dos ricos e famosos. E isso nota-se na sua actuação presidencial. E nem falo das “glamourosas” férias, bem publicitadas, de Michelle Obama e da sua comitiva de mais de 70 pessoas em Marbella. Ao longo dos últimos 18 meses, Obama foi visto em mais acontecimentos desportivos e sociais que qualquer um outro Presidente. O golfe de W. Bush era criticado nos media, mas Barack Obama, em tão curto espaço de tempo, já jogou mais vezes que o próprio Bush em oito anos. Se a economia estivesse bem? Se o pais estivesse a melhorar? Estes “pecadinhos” seriam todos perdoados, como o foram a Bill Clinton, por exemplo. Mas Obama, apesar do seu carisma, tem tido dificuldades em criar laços emotivos com os americanos. E isso é importante numa relação entre Presidente e cidadãos. Com os resultados a não aparecerem, as divisões no seu eleitorado a crescerem e os independentes a fugirem para os republicanos, Obama necessita rapidamente de um rebranding. Que poderá suceder depois de Novembro, como fez Bill Clinton em 1994. Mas que não se iluda: se mantiver este status de pop star, terá mais dificuldades em ser reeleito em 2012. Hollywood nunca deu votos nos EUA. Antes pelo contrário: o povo americano gosta das suas estrelas, mas não as segue politicamente.O meu colega no Era Uma Vez na América, José Gomes André, tem uma imagem mais positiva do mandato de Obama. Aqui fica a sua visão sobre os primeiros 18 meses de Obama na Casa Branca.

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