O Cachimbo de Magritte: Notas iniciais

08-08-2010
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Começo por agradecer o convite para escrever nO Cachimbo de Magritte, em especial ao Miguel Morgado, que como já informou se passeou pelos corredores da Católica e, ocasionalmente, pelas salas de aula nos mesmo anos que eu - apesar de ser muito necessário esclarecer que a admiração confessa do Miguel pelo Paul Krugman se dever apenas à sua (do Miguel) bondade intrínseca, que vislumbra qualidades em todas as criaturas do Senhor, e não ao programa do curso de Economia que ambos frequentámos!Sigo para lamentar (uns dias depois, mas é o que se consegue) a recusa de Sócrates em não debater a situação económica com Manuela Ferreira Leite. Seria mesmo de comprar pipocas e ficar a assistir a tal debate - e sabendo disso o Primeiro-Ministro, o convite foi declinado. No entanto, e uma vez que há tão pouco tempo tivemos um soberbo espectáculo de uma grande democracia em funcionamento, e que é deprimente voltarmos a olhar para a mediocridade política nacional, sugiro às televisões que se vão organizando para as próximas legislativas e proponham aos partidos vários debates temáticos (economia, segurança, educação, saúde,...) em substituição de um ou dois debates generalistas em que se termina repetindo clichés inúteis sobre meia dúzia de assuntos. Claro que os eleitores poderiam continuar obstinados e votarem maioritariamente no PS, revelando mais uma vez que somos um país que tem aversão a medir o mérito das pessoas pelos resultados, ao qual não interessa nada que os ditos resultados sejam quase, quase todos negativos, que o que conta é a boa intenção e ter o PM a dizer que fez o melhor que sabia (onde chegaríamos nós se pegasse esta moda de avaliarmos pessoas pelas suas concretizações em vez de pelas declarações de intenções?). Em todo o caso, o erro assim seria mais consciente e voluntário. É sempre boa ideia dar oportunidade às pessoas de escolherem mal desde que o façam com toda a consciência.Termino aconselhando as pessoas a ponderarem bem antes de mudarem de casa. Afinal o que interessa a vizinhança ser má ou necessitar-se de mais um quarto para o alargamento familiar? E, no caso irresponsável de não seguirem o meu conselho, de se aventurarem a empacotar (e desempacotar) todos os livros, todos os dvds, todos os pares de sapatos, todas as fotografias desde pequenino, sugiro uns dias de férias depois da mudança longe das caixas ainda por desempacotar.


Começo por agradecer o convite para escrever nO Cachimbo de Magritte, em especial ao Miguel Morgado, que como já informou se passeou pelos corredores da Católica e, ocasionalmente, pelas salas de aula nos mesmo anos que eu - apesar de ser muito necessário esclarecer que a admiração confessa do Miguel pelo Paul Krugman se dever apenas à sua (do Miguel) bondade intrínseca, que vislumbra qualidades em todas as criaturas do Senhor, e não ao programa do curso de Economia que ambos frequentámos!Sigo para lamentar (uns dias depois, mas é o que se consegue) a recusa de Sócrates em não debater a situação económica com Manuela Ferreira Leite. Seria mesmo de comprar pipocas e ficar a assistir a tal debate - e sabendo disso o Primeiro-Ministro, o convite foi declinado. No entanto, e uma vez que há tão pouco tempo tivemos um soberbo espectáculo de uma grande democracia em funcionamento, e que é deprimente voltarmos a olhar para a mediocridade política nacional, sugiro às televisões que se vão organizando para as próximas legislativas e proponham aos partidos vários debates temáticos (economia, segurança, educação, saúde,...) em substituição de um ou dois debates generalistas em que se termina repetindo clichés inúteis sobre meia dúzia de assuntos. Claro que os eleitores poderiam continuar obstinados e votarem maioritariamente no PS, revelando mais uma vez que somos um país que tem aversão a medir o mérito das pessoas pelos resultados, ao qual não interessa nada que os ditos resultados sejam quase, quase todos negativos, que o que conta é a boa intenção e ter o PM a dizer que fez o melhor que sabia (onde chegaríamos nós se pegasse esta moda de avaliarmos pessoas pelas suas concretizações em vez de pelas declarações de intenções?). Em todo o caso, o erro assim seria mais consciente e voluntário. É sempre boa ideia dar oportunidade às pessoas de escolherem mal desde que o façam com toda a consciência.Termino aconselhando as pessoas a ponderarem bem antes de mudarem de casa. Afinal o que interessa a vizinhança ser má ou necessitar-se de mais um quarto para o alargamento familiar? E, no caso irresponsável de não seguirem o meu conselho, de se aventurarem a empacotar (e desempacotar) todos os livros, todos os dvds, todos os pares de sapatos, todas as fotografias desde pequenino, sugiro uns dias de férias depois da mudança longe das caixas ainda por desempacotar.

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