O Cachimbo de Magritte: É repugnante!

05-08-2010
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Alguém que não realizou o seu potencial, fracassou. Na verdade, todos nós acreditamos que a educação é essencial para um desenvolvimento mais pleno das nossas potencialidades. O sucesso de Carlos Queiroz, de Maria Gambina, de Judite de Sousa e do músico Pedro Abrunhosa é invejável. Eles são. Os outros que eles representam ficam apenas pelo que poderiam ter sido.Já sabem pelo Manuel Alegre que "uma coisa é defender uma segunda oportunidade em educação, outra é denegrir profissões apresentadas nesta campanha como desqualificantes. É uma questão de dignidade."Mas se, por acaso, encontrarem este cartaz precisamente na lateral de um quiosque onde se vendem revistas, então não estamos a jogar apenas com uma mensagem de depreciação de certas profissões. Estamos a apontar para aquele sujeito, (uma pessoa humana) que ali está a vender revistas e a dizer: «vejam se não estudarem serão uns fracassados como ele.» Não é possível ser mais directo. A não ser que colocássemos uma etiqueta na testa daquele homem que fumava hoje tranquilamente o seu cigarro, enquanto fazia o frete de receber o troco, dizendo: "Eu não realizei o meu potencial, eu sou um fracasso.” Certo. Esta campanha é agressiva. Mau gosto, dirão alguns. Mas hoje, no quiosque da Praça dos Restauradores, mesmo junto ao elevador da Glória, deparei-me com uma tremenda crueldade.


Alguém que não realizou o seu potencial, fracassou. Na verdade, todos nós acreditamos que a educação é essencial para um desenvolvimento mais pleno das nossas potencialidades. O sucesso de Carlos Queiroz, de Maria Gambina, de Judite de Sousa e do músico Pedro Abrunhosa é invejável. Eles são. Os outros que eles representam ficam apenas pelo que poderiam ter sido.Já sabem pelo Manuel Alegre que "uma coisa é defender uma segunda oportunidade em educação, outra é denegrir profissões apresentadas nesta campanha como desqualificantes. É uma questão de dignidade."Mas se, por acaso, encontrarem este cartaz precisamente na lateral de um quiosque onde se vendem revistas, então não estamos a jogar apenas com uma mensagem de depreciação de certas profissões. Estamos a apontar para aquele sujeito, (uma pessoa humana) que ali está a vender revistas e a dizer: «vejam se não estudarem serão uns fracassados como ele.» Não é possível ser mais directo. A não ser que colocássemos uma etiqueta na testa daquele homem que fumava hoje tranquilamente o seu cigarro, enquanto fazia o frete de receber o troco, dizendo: "Eu não realizei o meu potencial, eu sou um fracasso.” Certo. Esta campanha é agressiva. Mau gosto, dirão alguns. Mas hoje, no quiosque da Praça dos Restauradores, mesmo junto ao elevador da Glória, deparei-me com uma tremenda crueldade.

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