O Cachimbo de Magritte: A Estreiteza da Mira

05-08-2010
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Não me incomoda nada que cada um diga o que lhe apetece, onde lhe apetece. Só me fica bem dizer isto, especialmente tendo em conta o aniversário que se comemora amanhã. Mas a liberdade de expressão não converte as puras tolices em boas ideias ou queixas legítimas; por mais liberdade que haja, continuam a ser tolices. As tolices são sempre tolices, mesmo que convivam com outras tolices proferidas ou escritas por aqueles de quem não gostamos. Esse refúgio tão corrente de justificar as tolices e as desonestidades intelectuais dos "amigos" com o facto de haver outras tolices e outras desonestidades intelectuais em campos políticos que nos desagradam está para além da minha compreensão. Em termos de argumentação, goza do mesmo estatuto que os dois rapazolas que durante o tempo de recreio atiram um para o outro: "Vai-te lixar!", "Vai tu!"Ao mesmo tempo, corre por aí a tendência de se considerar "verdade" tudo o que é disparado contra o campo inimigo. Nem sempre. Trata-se do resultado de um silogismo que tem tanto de simplório, como de sedutor: os meus "inimigos" estão sempre errados; então, tudo o que contrarie os meus "inimigos" está necessariamente certo. Há muita gente que se recusa a aceitar o lugar-comum de que o mundo é difícil e complexo. Há muita gente para quem o conforto dos "camaradas" é mais importante do que maçar a cabeça. É a guerra, é a guerra. Mas espreitar pela mira só nos mostra o alvo. Não é por acaso que temos de fechar o outro olho, e apagar o resto do mundo.


Não me incomoda nada que cada um diga o que lhe apetece, onde lhe apetece. Só me fica bem dizer isto, especialmente tendo em conta o aniversário que se comemora amanhã. Mas a liberdade de expressão não converte as puras tolices em boas ideias ou queixas legítimas; por mais liberdade que haja, continuam a ser tolices. As tolices são sempre tolices, mesmo que convivam com outras tolices proferidas ou escritas por aqueles de quem não gostamos. Esse refúgio tão corrente de justificar as tolices e as desonestidades intelectuais dos "amigos" com o facto de haver outras tolices e outras desonestidades intelectuais em campos políticos que nos desagradam está para além da minha compreensão. Em termos de argumentação, goza do mesmo estatuto que os dois rapazolas que durante o tempo de recreio atiram um para o outro: "Vai-te lixar!", "Vai tu!"Ao mesmo tempo, corre por aí a tendência de se considerar "verdade" tudo o que é disparado contra o campo inimigo. Nem sempre. Trata-se do resultado de um silogismo que tem tanto de simplório, como de sedutor: os meus "inimigos" estão sempre errados; então, tudo o que contrarie os meus "inimigos" está necessariamente certo. Há muita gente que se recusa a aceitar o lugar-comum de que o mundo é difícil e complexo. Há muita gente para quem o conforto dos "camaradas" é mais importante do que maçar a cabeça. É a guerra, é a guerra. Mas espreitar pela mira só nos mostra o alvo. Não é por acaso que temos de fechar o outro olho, e apagar o resto do mundo.

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