O Cachimbo de Magritte: Lobos e ovelhas

05-08-2010
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Parece que o deputado Francisco Louçã chamou "uivos" a alguns protestos da bancada do PS no último debate parlamentar. E foi um escândalo pela aldeia.Não vejo porquê. A extrema-esquerda sempre usou uma retórica insultuosa. Não é de agora nem é da personagem Louçã. Todos os seus adversários correm o risco de receber, mais tarde ou mais cedo, o mimo universal de "fascistas". A extrema-esquerda nunca foi siceramente democrática. O seu mundo é maniqueísta: só tem amigos e inimigos. A política é um combate de extermínio entre o bem e o mal. O resto, leia-se a democracia, é mera táctica.No fundo, Louçã não passa de uma versão albanesa de Jardim, mas sem piada. Como se viu quando negou a Paulo Portas o direito de falar do aborto por não ter filhos.Que alguns, como o Pedro Marques Lopes, tenham descoberto isto ontem, soa a idignação fora de prazo. No referendo do aborto, em que ele fez campanha pelo "sim", o Bloco acusou a campanha do "não" de ligações à extrema-direita (com a preciosa ajuda de uma caixa de ressonância no DN, diga-se de passagem). Não me lembro de grandes indignações na altura. Mas isto sou eu a uivar, claro.


Parece que o deputado Francisco Louçã chamou "uivos" a alguns protestos da bancada do PS no último debate parlamentar. E foi um escândalo pela aldeia.Não vejo porquê. A extrema-esquerda sempre usou uma retórica insultuosa. Não é de agora nem é da personagem Louçã. Todos os seus adversários correm o risco de receber, mais tarde ou mais cedo, o mimo universal de "fascistas". A extrema-esquerda nunca foi siceramente democrática. O seu mundo é maniqueísta: só tem amigos e inimigos. A política é um combate de extermínio entre o bem e o mal. O resto, leia-se a democracia, é mera táctica.No fundo, Louçã não passa de uma versão albanesa de Jardim, mas sem piada. Como se viu quando negou a Paulo Portas o direito de falar do aborto por não ter filhos.Que alguns, como o Pedro Marques Lopes, tenham descoberto isto ontem, soa a idignação fora de prazo. No referendo do aborto, em que ele fez campanha pelo "sim", o Bloco acusou a campanha do "não" de ligações à extrema-direita (com a preciosa ajuda de uma caixa de ressonância no DN, diga-se de passagem). Não me lembro de grandes indignações na altura. Mas isto sou eu a uivar, claro.

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