O Cachimbo de Magritte: Crónicas do Planeta Oval (8)

07-08-2010
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"Um pouco mais de sol e eu era brasa/ um pouco mais de azul e eu era além": lembrei-me destes conhecidos versos do Mário de Sá Carneiro assim que terminou, há um par de horas, o nosso último jogo no Mundial de rugby. Estivemos tão perto... Perder por 14-10 com a Roménia foi bem mais amargo do que levar 100 da Nova Zelândia. À conta de um ensaio na primeira parte, muito semelhante ao que marcámos aos all blacks, ganhávamos por 7-0 até vinte minutos do fim. Os nossos três-quartos, com Aguilar e Frederico Sousa em grande plano, chegaram a fazer gato-sapato dos romenos, de longe os piores que vi até agora no torneio. Ficou-me na retina uma excelente arrancada de Pedro Leal, correndo 60 metros depois de fugir ao adversário directo. Mas a ponta final dos seus avançados foi demasiado forte, tal como se temia. O pack amarelo parecia um verdadeiro rolo compressor e levou a equipa às costas - vejam-se os dois ensaios fatais. Dominaram nos alinhamentos e até nas formações sentimos enormes dificuldades, sobretudo quando começaram a faltar as forças. Apesar do nome de cantor romântico italiano, o número 8 Ovidiu Tonita esteve particularmente intratável. Que o digam os médios José Pinto e Duarte Cardoso Pinto: não tiveram um palmo livre e a sua habitual precisão ressentiu-se disso. Vasco Uva fez mesmo falta.Ainda assim, Portugal praticou o melhor rugby esta noite (o jogo romeno, muito por causa das dolorosas limitações das linhas atrasadas, voltou a ser tão feio, hermético e compacto como um marxista da Universidade de Bucareste no tempo do Ceausescu) . Não foi uma vitória moral - foi uma derrota física. Mas os Lobos mereciam mais, pelo que fizeram hoje e pelo que fizeram até hoje.Digam-me quando é que estes homens chegam, que eu quero ir esperá-los ao aeroporto. Até canto o hino...


"Um pouco mais de sol e eu era brasa/ um pouco mais de azul e eu era além": lembrei-me destes conhecidos versos do Mário de Sá Carneiro assim que terminou, há um par de horas, o nosso último jogo no Mundial de rugby. Estivemos tão perto... Perder por 14-10 com a Roménia foi bem mais amargo do que levar 100 da Nova Zelândia. À conta de um ensaio na primeira parte, muito semelhante ao que marcámos aos all blacks, ganhávamos por 7-0 até vinte minutos do fim. Os nossos três-quartos, com Aguilar e Frederico Sousa em grande plano, chegaram a fazer gato-sapato dos romenos, de longe os piores que vi até agora no torneio. Ficou-me na retina uma excelente arrancada de Pedro Leal, correndo 60 metros depois de fugir ao adversário directo. Mas a ponta final dos seus avançados foi demasiado forte, tal como se temia. O pack amarelo parecia um verdadeiro rolo compressor e levou a equipa às costas - vejam-se os dois ensaios fatais. Dominaram nos alinhamentos e até nas formações sentimos enormes dificuldades, sobretudo quando começaram a faltar as forças. Apesar do nome de cantor romântico italiano, o número 8 Ovidiu Tonita esteve particularmente intratável. Que o digam os médios José Pinto e Duarte Cardoso Pinto: não tiveram um palmo livre e a sua habitual precisão ressentiu-se disso. Vasco Uva fez mesmo falta.Ainda assim, Portugal praticou o melhor rugby esta noite (o jogo romeno, muito por causa das dolorosas limitações das linhas atrasadas, voltou a ser tão feio, hermético e compacto como um marxista da Universidade de Bucareste no tempo do Ceausescu) . Não foi uma vitória moral - foi uma derrota física. Mas os Lobos mereciam mais, pelo que fizeram hoje e pelo que fizeram até hoje.Digam-me quando é que estes homens chegam, que eu quero ir esperá-los ao aeroporto. Até canto o hino...

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