Perante o que já se conhece dos Exames do 12ºAno, ao contrário do que nos querem fazer crer, os resultados mais preocupantes são os de Matemática e não os de Português. É que estes, goste-se ou não, estão mais perto de corresponder à realidade do que os de Matemática. Isto é, enganam menos.Alguém acredita seriamente que, em Matemática A, de um ano para o outro, a percentagem de reprovações passe de 17 para 8 sem as "condições" do próprio exame terem sido artificialmente mudadas? Cinicamente, apontar-se-á o facto de este ano ter havido menos 5700 alunos a fazer esta prova, o que explicaria a "melhoria" dos resultados. Mas então que dizer dos exames de Matemática B (com percentagens ainda mais miraculosas: de 24 para 7) que registou mais, e não menos, 1170 alunos e de Física e Química A (31% para 22% de reprovações) com mais 3500 alunos do que no ano passado?O resultado do exame de Português (o de código 639), com mais 2300 alunos, 8% de reprovações neste ano para 5% em 2007 (menos 1,1 valores na nota média total) também é preocupante, mas talvez não o seja pelas mesmas razões que o sr. Secretário de Estado parece querer insinuar... Lembram-se das denúncias de incompetência feitas pela Associação de Professores de Português a respeito do mesmo exame?...Nas médias totais de Matemática A e de Matemática B, houve, respectivamente, uma subida de 3,1 e de 3,9 valores. Num ano, não esqueçamos. Ultrapassaram, num ápice, em maravilhoso prodígio, Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Português, Literatura Portuguesa, Geografia, Economia, História, Biologia e as favoritas (não necessariamente favorecidas) Aplicações Informáticas. Fantástico, não é?Sim, fantástico é a palavra adequada.A que se deverá este súbito furor da juventude portuguesa, que parece apostada em seguir avidamente a metáfora do Saggiatore?Milagre? Lurdes Rodrigues já disse que não se trata de nenhum milagre. Concordo com ela. Trata-se de ilusionismo.Uma nota para o caso bárbaro do Latim: em 2007 registou 418 alunos em prova, este ano somente 267(!), isto é, uma diminuição de 36% de alunos. Encolhamos os ombros, patriotas, afinal, não passa de uma língua morta.Dulce et decorum est pro patria fallere.
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Perante o que já se conhece dos Exames do 12ºAno, ao contrário do que nos querem fazer crer, os resultados mais preocupantes são os de Matemática e não os de Português. É que estes, goste-se ou não, estão mais perto de corresponder à realidade do que os de Matemática. Isto é, enganam menos.Alguém acredita seriamente que, em Matemática A, de um ano para o outro, a percentagem de reprovações passe de 17 para 8 sem as "condições" do próprio exame terem sido artificialmente mudadas? Cinicamente, apontar-se-á o facto de este ano ter havido menos 5700 alunos a fazer esta prova, o que explicaria a "melhoria" dos resultados. Mas então que dizer dos exames de Matemática B (com percentagens ainda mais miraculosas: de 24 para 7) que registou mais, e não menos, 1170 alunos e de Física e Química A (31% para 22% de reprovações) com mais 3500 alunos do que no ano passado?O resultado do exame de Português (o de código 639), com mais 2300 alunos, 8% de reprovações neste ano para 5% em 2007 (menos 1,1 valores na nota média total) também é preocupante, mas talvez não o seja pelas mesmas razões que o sr. Secretário de Estado parece querer insinuar... Lembram-se das denúncias de incompetência feitas pela Associação de Professores de Português a respeito do mesmo exame?...Nas médias totais de Matemática A e de Matemática B, houve, respectivamente, uma subida de 3,1 e de 3,9 valores. Num ano, não esqueçamos. Ultrapassaram, num ápice, em maravilhoso prodígio, Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Português, Literatura Portuguesa, Geografia, Economia, História, Biologia e as favoritas (não necessariamente favorecidas) Aplicações Informáticas. Fantástico, não é?Sim, fantástico é a palavra adequada.A que se deverá este súbito furor da juventude portuguesa, que parece apostada em seguir avidamente a metáfora do Saggiatore?Milagre? Lurdes Rodrigues já disse que não se trata de nenhum milagre. Concordo com ela. Trata-se de ilusionismo.Uma nota para o caso bárbaro do Latim: em 2007 registou 418 alunos em prova, este ano somente 267(!), isto é, uma diminuição de 36% de alunos. Encolhamos os ombros, patriotas, afinal, não passa de uma língua morta.Dulce et decorum est pro patria fallere.