Petição nacional contra aterro no Funchal será levada à Assembleia da República

21-02-2011
marcar artigo

Duas mil pessoas fizeram um cordão humano de protesto contra intenção de Jardim de construir um cais acostável, uma "obra megalómana"

Os promotores do cordão humano que ontem reuniu cerca de dois mil cidadãos, a exigir a remoção do aterro da orla marítima do Funchal e devolução da praia aos madeirenses, vão lançar a nível nacional uma petição pública à Assembleia da República contra o projecto de Alberto João Jardim para aquele local.

"Pretendemos que a Assembleia da República reaprecie a lei de meios financeiros disponibilizados pelo Estado para a reconstrução e se pronuncie sobre o desvio de tais verbas para esta obra megalómana", anunciou Raimundo Quintal no final da concentração contra a manutenção do depósito de inertes junto ao cais da cidade. "Estamos a defender a natureza que deve continuar a ser o ex libris da ilha. Não queremos que a Madeira seja conhecida apenas pela poncha e espetada", acrescenta o geógrafo.

Nesta primeira manifestação de cidadania por uma causa regional, convocada através de redes sociais, participaram muitos jovens e pessoas de diferenciados estratos sociais e profissionais que contestam a permanência de centenas de toneladas de inertes e entulho junto à avenida do Mar. Que faz um padre aqui no aterro? Responde José Luís Rodrigues, pároco de São Roque, freguesia também atingida pelo temporal: "Estão mais habituados a ver padres em enterros, não é?" "Associei aos meus concidadãos contra este entulho que é uma vergonha para a cidade. Esta manifestação é sinal que a cidadania está viva e recomenda-se", afirma.

Sobre a possibilidade de "este despertar de consciências" demover o governo regional construir um cais acostável no local, com um custo superior a 40 milhões numa ilha com milhares de pessoas no limiar da pobreza, o padre recomenda que o executivo de Jardim "respeite a vontade dos cidadãos".

PCP fala em falta de apoios

Continuar a ler

Depois de cumprido um minuto de silêncio em memória das vítimas da tragédia de 20 de Fevereiro, os manifestantes, a que também se associaram dirigentes partidários e ambientalistas, dispersaram-se pela cidade, silenciosamente, depois de um longo aplauso pela iniciativa. Em termos de balanço, "o cordão humano foi bem sucedido, mas não desistimos do nosso objectivo principal que é retirar o aterro daqui", avisa Miguel Sá, defensor da utilização daquela zona orla marítima para actividades náuticas. Isto foi "um acto inédito de afirmação da sociedade civil. Aqui todos foram bem-vindos, mas isto não tem nada a ver com partidos", acrescenta Quintal. Na manifestação integraram-se deputados do PCP, partido que inicia esta manhã as jornadas parlamentares na Madeira. Os deputados visitaram ontem algumas das zonas mais afectadas pelo temporal no Funchal. O líder da bancada comunista, Bernardino Soares, anunciou que vai levar ao hemiciclo de São Bento "a indignação das pessoas que continuam à espera dos prometidos apoios". "A reconstrução está por fazer", acrescenta, lamentando que o ministro da Defesa tenha afirmado que "no essencial está feita".

Duas mil pessoas fizeram um cordão humano de protesto contra intenção de Jardim de construir um cais acostável, uma "obra megalómana"

Os promotores do cordão humano que ontem reuniu cerca de dois mil cidadãos, a exigir a remoção do aterro da orla marítima do Funchal e devolução da praia aos madeirenses, vão lançar a nível nacional uma petição pública à Assembleia da República contra o projecto de Alberto João Jardim para aquele local.

"Pretendemos que a Assembleia da República reaprecie a lei de meios financeiros disponibilizados pelo Estado para a reconstrução e se pronuncie sobre o desvio de tais verbas para esta obra megalómana", anunciou Raimundo Quintal no final da concentração contra a manutenção do depósito de inertes junto ao cais da cidade. "Estamos a defender a natureza que deve continuar a ser o ex libris da ilha. Não queremos que a Madeira seja conhecida apenas pela poncha e espetada", acrescenta o geógrafo.

Nesta primeira manifestação de cidadania por uma causa regional, convocada através de redes sociais, participaram muitos jovens e pessoas de diferenciados estratos sociais e profissionais que contestam a permanência de centenas de toneladas de inertes e entulho junto à avenida do Mar. Que faz um padre aqui no aterro? Responde José Luís Rodrigues, pároco de São Roque, freguesia também atingida pelo temporal: "Estão mais habituados a ver padres em enterros, não é?" "Associei aos meus concidadãos contra este entulho que é uma vergonha para a cidade. Esta manifestação é sinal que a cidadania está viva e recomenda-se", afirma.

Sobre a possibilidade de "este despertar de consciências" demover o governo regional construir um cais acostável no local, com um custo superior a 40 milhões numa ilha com milhares de pessoas no limiar da pobreza, o padre recomenda que o executivo de Jardim "respeite a vontade dos cidadãos".

PCP fala em falta de apoios

Continuar a ler

Depois de cumprido um minuto de silêncio em memória das vítimas da tragédia de 20 de Fevereiro, os manifestantes, a que também se associaram dirigentes partidários e ambientalistas, dispersaram-se pela cidade, silenciosamente, depois de um longo aplauso pela iniciativa. Em termos de balanço, "o cordão humano foi bem sucedido, mas não desistimos do nosso objectivo principal que é retirar o aterro daqui", avisa Miguel Sá, defensor da utilização daquela zona orla marítima para actividades náuticas. Isto foi "um acto inédito de afirmação da sociedade civil. Aqui todos foram bem-vindos, mas isto não tem nada a ver com partidos", acrescenta Quintal. Na manifestação integraram-se deputados do PCP, partido que inicia esta manhã as jornadas parlamentares na Madeira. Os deputados visitaram ontem algumas das zonas mais afectadas pelo temporal no Funchal. O líder da bancada comunista, Bernardino Soares, anunciou que vai levar ao hemiciclo de São Bento "a indignação das pessoas que continuam à espera dos prometidos apoios". "A reconstrução está por fazer", acrescenta, lamentando que o ministro da Defesa tenha afirmado que "no essencial está feita".

marcar artigo