Aqueles que têm marchado sob a bandeira da vida, desde a concepção até à morte natural (?) como um direito absoluto e inviolável, querem agora que as mulheres que abortam fiquem com pena suspensa. Ou que o "crime de aborto" saia da lista dos crimes. De repente, o argumento do valor absoluto da vida é metido na gaveta, substituído pelo do crime sem castigo. Ou mesmo do crime sem crime. Discordo em absoluto dos que são contra a despenalização do aborto. Votei sim em 98. Vou votar sim outra vez e sem a menor dúvida. No entanto, respeito quem acredita sinceramente que um filho deve nascer sejam quais forem as condições, económicas, psicológicas ou de saúde. Agora esta posição de troca-tintas, de não-pode-abortar-mas-não-acontece-nada-a-quem-aborta, de ser absolutamente em defesa do embrião e absolutamente em defesa da mulher que aborta. Este marketing dos valores absolutos. Isso não me merece o menor respeito. Tenho uma amiga, defensora acérrima do não, que me contava um dia destes que tinha aconselhado o seu movimento a proibir totalmente as "tias" de abrirem a boca nesta campanha, escolhendo para os debates umas "raparigas giras". Não duvido por um segundo das convicções da minha amiga, mas quanso as razões são tão fortes, tão evidentes, tão indiscutíveis, para quê as "raparigas giras"? .
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Aqueles que têm marchado sob a bandeira da vida, desde a concepção até à morte natural (?) como um direito absoluto e inviolável, querem agora que as mulheres que abortam fiquem com pena suspensa. Ou que o "crime de aborto" saia da lista dos crimes. De repente, o argumento do valor absoluto da vida é metido na gaveta, substituído pelo do crime sem castigo. Ou mesmo do crime sem crime. Discordo em absoluto dos que são contra a despenalização do aborto. Votei sim em 98. Vou votar sim outra vez e sem a menor dúvida. No entanto, respeito quem acredita sinceramente que um filho deve nascer sejam quais forem as condições, económicas, psicológicas ou de saúde. Agora esta posição de troca-tintas, de não-pode-abortar-mas-não-acontece-nada-a-quem-aborta, de ser absolutamente em defesa do embrião e absolutamente em defesa da mulher que aborta. Este marketing dos valores absolutos. Isso não me merece o menor respeito. Tenho uma amiga, defensora acérrima do não, que me contava um dia destes que tinha aconselhado o seu movimento a proibir totalmente as "tias" de abrirem a boca nesta campanha, escolhendo para os debates umas "raparigas giras". Não duvido por um segundo das convicções da minha amiga, mas quanso as razões são tão fortes, tão evidentes, tão indiscutíveis, para quê as "raparigas giras"? .