Sol

11-08-2010
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Aborto Um ano depois, partidários do não e do sim fazem balanços opostos «confirmação dos piores prognósticos» e «uma grande vitória» Para apoiantes do não e do sim no referendo que despenalizou o aborto em Portugal, o balanço de um ano de interrupção voluntária da gravidez legal varia entre a Imprimir Enviar por mail Para uma das personalidades que se destacou na campanha pelo não à despenalização do aborto, Assunção Cristas, um ano de aborto legal confirma «os piores prognósticos» dos partidários do não, especialmente no acompanhamento às mulheres que pensam abortar.

Assunção Cristas, destaca que os partidários do não estão contentes com os números disponíveis - que apontam para um número de abortos inferior ao previsto no primeiro ano após o referendo -, mas destaca que não se conhece o impacto que a «consulta prévia de acompanhamento» prevista na lei tem sobre o número de abortos.

«Ainda não conhecemos esses dados», afirmou, acrescentando que seria útil saber «se todas as grávidas que vão a essas consultas acabam por abortar ou se alguma muda de opinião».

«Pelo que ouço, não há acompanhamento nenhum. Num caso de que soube, uma rapariga foi a uma consulta, deram-lhe um papel, realmente foi tudo muito rápido, mas trataram-na como se não tivesse sentimentos nem dúvidas sobre o que estava a fazer, trataram-na como se não houvesse outra resposta além do aborto», relatou.

«Deveria haver um grande cuidado na informação prestada às mulheres, com uma preocupação activa e construtiva em dar um esclarecimento completo, que levará a que não abortem, e alternativas, o que não tem acontecido», defendeu.

Para Pedro Nuno Santos, líder da Juventude Socialista, o ano pós-referendo destaca-se essencialmente por a lei ter sido «bem recebida, bem aplicada, sem convulsões nem sobressaltos».

Frisando que comparações de números antes e depois do referendo são difíceis porque os números do aborto clandestino não eram fiáveis, Pedro Nuno Santos destacou que «a grande vitória desde que a lei entrou em vigor é que seis mil mulheres realizaram abortos em condições dignas».

Depois do referendo, Assunção Cristas, que não pertencia a nenhuma associação e entretanto aderiu ao CDS-PP, concentrou-se no «outro lado da questão» do aborto, a promoção da natalidade, tendo coordenado um estudo sobre o assunto, já entregue ao Presidente da República: «é reconhecido que precisamos de nascimentos», afirmou.

Trata-se de «encontrar outras respostas pela positiva», afirmou, acrescentando que «é importante ver como o Estado deve apoiar a família».

«Quando as pessoas virem que têm uma alternativa, que têm apoios do Estado, subsídios, creches, talvez a decisão de ter um filho deixe de ser tão dramática», declarou Assunção Cristas, acrescentando que a queda da natalidade vai levar o governo a «pensar nisto com outros olhos».

«Precisamos de ter uma sociedade mais amiga da família e das crianças, mas ainda não estamos lá neste momento», disse.

Apesar do resultado do referendo de 11 de Fevereiro de 2007, Assunção Cristas não tem dúvidas de que «mais cedo ou mais tarde, o tempo dará razão ao não».

«A própria ciência vai induzir outra solução», afirmou, argumentando que tanto nos EUA como no Reino Unido, «quer-se andar para trás» e tornar mais restritos os prazos adoptados para o aborto consentido por lei. Pedro Nuno Santos afirma sem contemplações que a decisão saída do referendo «não é reversível».

«Este ano mostra isso. Se indicia algo é que a interrupção voluntária da gravidez veio para ficar», afirmou. Lusa / SOL

O SOL online não permitirá comentários: Insultuosos ou difamatórios Que incitem à violência Racistas, xenófobos ou homofóbicos Obscenos Publicitários Que se limitem a remeter (link) para um site ou blogue Que não se prendam com o assunto em debate Que pela dimensão, repetição ou inserção de caracteres especiais dificultem a leitura da caixa de comentários Com assinaturas falsas, nomeadamente usando o nome de outros comentadores ou de figuras públicas Cujo conteúdo seja contrário à lei Os participantes que desrespeitem estas regras de civilidade e respeito verão os seus comentários apagados

Aborto Um ano depois, partidários do não e do sim fazem balanços opostos «confirmação dos piores prognósticos» e «uma grande vitória» Para apoiantes do não e do sim no referendo que despenalizou o aborto em Portugal, o balanço de um ano de interrupção voluntária da gravidez legal varia entre a Imprimir Enviar por mail Para uma das personalidades que se destacou na campanha pelo não à despenalização do aborto, Assunção Cristas, um ano de aborto legal confirma «os piores prognósticos» dos partidários do não, especialmente no acompanhamento às mulheres que pensam abortar.

Assunção Cristas, destaca que os partidários do não estão contentes com os números disponíveis - que apontam para um número de abortos inferior ao previsto no primeiro ano após o referendo -, mas destaca que não se conhece o impacto que a «consulta prévia de acompanhamento» prevista na lei tem sobre o número de abortos.

«Ainda não conhecemos esses dados», afirmou, acrescentando que seria útil saber «se todas as grávidas que vão a essas consultas acabam por abortar ou se alguma muda de opinião».

«Pelo que ouço, não há acompanhamento nenhum. Num caso de que soube, uma rapariga foi a uma consulta, deram-lhe um papel, realmente foi tudo muito rápido, mas trataram-na como se não tivesse sentimentos nem dúvidas sobre o que estava a fazer, trataram-na como se não houvesse outra resposta além do aborto», relatou.

«Deveria haver um grande cuidado na informação prestada às mulheres, com uma preocupação activa e construtiva em dar um esclarecimento completo, que levará a que não abortem, e alternativas, o que não tem acontecido», defendeu.

Para Pedro Nuno Santos, líder da Juventude Socialista, o ano pós-referendo destaca-se essencialmente por a lei ter sido «bem recebida, bem aplicada, sem convulsões nem sobressaltos».

Frisando que comparações de números antes e depois do referendo são difíceis porque os números do aborto clandestino não eram fiáveis, Pedro Nuno Santos destacou que «a grande vitória desde que a lei entrou em vigor é que seis mil mulheres realizaram abortos em condições dignas».

Depois do referendo, Assunção Cristas, que não pertencia a nenhuma associação e entretanto aderiu ao CDS-PP, concentrou-se no «outro lado da questão» do aborto, a promoção da natalidade, tendo coordenado um estudo sobre o assunto, já entregue ao Presidente da República: «é reconhecido que precisamos de nascimentos», afirmou.

Trata-se de «encontrar outras respostas pela positiva», afirmou, acrescentando que «é importante ver como o Estado deve apoiar a família».

«Quando as pessoas virem que têm uma alternativa, que têm apoios do Estado, subsídios, creches, talvez a decisão de ter um filho deixe de ser tão dramática», declarou Assunção Cristas, acrescentando que a queda da natalidade vai levar o governo a «pensar nisto com outros olhos».

«Precisamos de ter uma sociedade mais amiga da família e das crianças, mas ainda não estamos lá neste momento», disse.

Apesar do resultado do referendo de 11 de Fevereiro de 2007, Assunção Cristas não tem dúvidas de que «mais cedo ou mais tarde, o tempo dará razão ao não».

«A própria ciência vai induzir outra solução», afirmou, argumentando que tanto nos EUA como no Reino Unido, «quer-se andar para trás» e tornar mais restritos os prazos adoptados para o aborto consentido por lei. Pedro Nuno Santos afirma sem contemplações que a decisão saída do referendo «não é reversível».

«Este ano mostra isso. Se indicia algo é que a interrupção voluntária da gravidez veio para ficar», afirmou. Lusa / SOL

O SOL online não permitirá comentários: Insultuosos ou difamatórios Que incitem à violência Racistas, xenófobos ou homofóbicos Obscenos Publicitários Que se limitem a remeter (link) para um site ou blogue Que não se prendam com o assunto em debate Que pela dimensão, repetição ou inserção de caracteres especiais dificultem a leitura da caixa de comentários Com assinaturas falsas, nomeadamente usando o nome de outros comentadores ou de figuras públicas Cujo conteúdo seja contrário à lei Os participantes que desrespeitem estas regras de civilidade e respeito verão os seus comentários apagados

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