PONTE EUROPA: Cavaco e o fim da legislatura governativa

24-12-2009
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Já sem poder demitir o Governo, com uma agressividade que se habituara a conter, o PR está a procurar condicioná-lo com tomadas de posição públicas que, por coincidência, se sobrepõem às do PSD.Não lhe faltando legitimidade para o exercício das funções, como poderá Sócrates ser julgado eleitoralmente se interromper, sob coacção ilegítima, o seu programa e os projectos anunciados? O Governo foi punido em eleições europeias mas não cabe ao PR antecipar o julgamento das legislativas nem condicionar os resultados eleitorais a favor de qualquer formação partidária com que eventualmente se identifique.No 10 de Junho, após a sorumbática homenagem a Salgueiro Maia, ditada pelo remorso, oportunismo ou vergonha, criticou os gastos do Estado, o que foi entendido como crítica aos projectos de obras públicas com que o Governo procura desesperadamente reanimar a economia e reduzir o desemprego. Não o favorece a sintonia com o PSD.Os ataques aos políticos são perigosos e inadmissíveis num político que ocupa a função mais elevada na hierarquia do Estado na sequência do mandato que os portugueses lhe outorgaram e que gostariam de o ver acabar com dignidade. A ofensa também atinge o PR.Humilhado no Estatuto dos Açores, onde tinha razão, conseguiu a unanimidade da AR contra si e descurou, como devia, a obrigação de recorrer ao Tribunal Constitucional. Conseguiu agora, na lei do financiamento dos partidos, que o PSD, após o veto, desse o dito por não dito, numa lei com um único voto contra, de António José Seguro, do PS.O hábito de condenar a AR, primeiro, e o Governo, depois, tornam Cavaco vulnerável. Se como cidadão tem o direito de discordar, a ingerência do PR na luta partidária, pelo menos aparente, liga o seu futuro político ao destino imediato do PSD, um partido com nome de esquerda e tradição de direita, agora sem programa e objectivos conhecidos.Cavaco ganhou, de facto, as eleições europeias, graças ao inesperado Paulo Rangel, mas é cedo para a euforia da visita à Capadócia ou a depressão com que declarou aos portugueses ter perdido, ele e a família, muito dinheiro em bancos pouco recomendáveis.Ponte Europa / SORUMBÁTICO

Já sem poder demitir o Governo, com uma agressividade que se habituara a conter, o PR está a procurar condicioná-lo com tomadas de posição públicas que, por coincidência, se sobrepõem às do PSD.Não lhe faltando legitimidade para o exercício das funções, como poderá Sócrates ser julgado eleitoralmente se interromper, sob coacção ilegítima, o seu programa e os projectos anunciados? O Governo foi punido em eleições europeias mas não cabe ao PR antecipar o julgamento das legislativas nem condicionar os resultados eleitorais a favor de qualquer formação partidária com que eventualmente se identifique.No 10 de Junho, após a sorumbática homenagem a Salgueiro Maia, ditada pelo remorso, oportunismo ou vergonha, criticou os gastos do Estado, o que foi entendido como crítica aos projectos de obras públicas com que o Governo procura desesperadamente reanimar a economia e reduzir o desemprego. Não o favorece a sintonia com o PSD.Os ataques aos políticos são perigosos e inadmissíveis num político que ocupa a função mais elevada na hierarquia do Estado na sequência do mandato que os portugueses lhe outorgaram e que gostariam de o ver acabar com dignidade. A ofensa também atinge o PR.Humilhado no Estatuto dos Açores, onde tinha razão, conseguiu a unanimidade da AR contra si e descurou, como devia, a obrigação de recorrer ao Tribunal Constitucional. Conseguiu agora, na lei do financiamento dos partidos, que o PSD, após o veto, desse o dito por não dito, numa lei com um único voto contra, de António José Seguro, do PS.O hábito de condenar a AR, primeiro, e o Governo, depois, tornam Cavaco vulnerável. Se como cidadão tem o direito de discordar, a ingerência do PR na luta partidária, pelo menos aparente, liga o seu futuro político ao destino imediato do PSD, um partido com nome de esquerda e tradição de direita, agora sem programa e objectivos conhecidos.Cavaco ganhou, de facto, as eleições europeias, graças ao inesperado Paulo Rangel, mas é cedo para a euforia da visita à Capadócia ou a depressão com que declarou aos portugueses ter perdido, ele e a família, muito dinheiro em bancos pouco recomendáveis.Ponte Europa / SORUMBÁTICO

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