A marcar lugar na fila para a sucessão de José Sócrates

09-04-2011
marcar artigo

Mas o unanimismo oficial em torno do líder demissionário, que vai ser demonstrado para o exterior, a partir do palco do congresso, durante o que se pode considerar um comício de três dias, tem um reverso interno. E, de acordo com os diversos dirigentes do PS contactados pelo PÚBLICO, é clara a noção de que este congresso é uma espécie de reunião de aquecimento, de momento prévio para a realização do verdadeiro congresso do PS, o que conta: o próximo, sobretudo se o PS perder as eleições intercalares.

Visto como um momento em que a vida e o futuro do partido estão suspensos do resultado das eleições em que José Sócrates joga o que poderá ser o seu último combate eleitoral como líder do partido, o congresso de Matosinhos servirá internamente para que os candidatos à sucessão de Sócrates se posicionem no terreno, solidifiquem a arregimentação de apoios e contem espingardas.

E neste domínio de pré-candidaturas à sucessão, a esta distância de, pelo menos, dois meses até às eleições, há dois nomes que se destacam à partida e cuja movimentação em Matosinhos será seguida passo a passo: António José Seguro e Francisco Assis.

Ainda no domínio do jogo de sombras e sem que haja assunção oficial de candidaturas à sucessão de José Sócrates, já se iniciou a discussão sobre o nome de quem deverá ser o sucessor do primeiro-ministro demissionário à frente do partido. E o posicionamento no terreno, bem como a contagem de espingardas e a delimitação de campos, irá ter este fim-de-semana um momento alto.

Embora ninguém assuma oficialmente que a contagem decrescente para a sucessão de Sócrates já começou, entre os dados que são tidos em conta nas análises de cenários que vários dirigentes do PS, quer próximos de Sócrates, quer mais distantes, fizeram ao PÚBLICO, há dois traços comuns. Primeiro, se o PS perder as eleições, Sócrates terá de abandonar a liderança. Segundo, o perfil do sucessor, bem como o tipo de mudança a que o PS procederá, dependerá de o resultado eleitoral estar acima ou abaixo dos 25 por cento de votos.

Abaixo dos 25 por cento

Há dirigentes socialistas que sustentam que, se o PS for vítima de uma pesada derrota nas urnas, a radicalidade da mudança no partido será grande. E afirmam mesmo que poderá então ser dado o salto em frente geracional. O PS poderá ter de passar por um longo período de oposição em que a reconversão do discurso e do programa deverá ser acompanhada pela passagem do poder interno a uma nova geração, abaixo dos 50 anos, onde são públicos rostos que Sócrates levou para o Governo, como Fernando Medina, João Tiago Silveira, Marcos Perestrello, ou também Sérgio Sousa Pinto, vice da bancada parlamentar.

A admissão deste cenário é feita como complementar ao facto de que um resultado muito baixo do PS nas eleições iria provocar o acelerar do que se considera a reforma das tendências clássicas. E, de acordo com a visão de alguns dirigentes do PS, não faz sentido hoje falar-se em ferristas, soaristas ou gamistas. Uma lógica de alinhamentos interna que pode estar ultrapassada e de que é, aliás, sintoma - afirmam alguns dirigentes - o facto de figuras como o próprio Jaime Gama ou Vera Jardim terem decidido abandonar o seu lugar nas listas. Há mesmo quem garanta que o possível regresso de Eduardo Ferro Rodrigues ao Parlamento não significa um regresso do ferrismo, tendência que entretanto poderá dividir-se no apoio aos candidatos futuros.

António Costa de fora?

Já se o PS conseguir ficar na casa dos 30 por cento, ou perto dessa fasquia, tudo indica que o combate deverá ser entre Seguro e Assis. O primeiro, que tem mantido um distanciamento crítico, embora silencioso, ao longo dos seis anos de poder de Sócrates, fez mesmo uma declaração numa entrevista ao Expresso, em Maio, em que deixou claro que estava disponível para liderar o partido quando este o considerasse necessário.

Mas o unanimismo oficial em torno do líder demissionário, que vai ser demonstrado para o exterior, a partir do palco do congresso, durante o que se pode considerar um comício de três dias, tem um reverso interno. E, de acordo com os diversos dirigentes do PS contactados pelo PÚBLICO, é clara a noção de que este congresso é uma espécie de reunião de aquecimento, de momento prévio para a realização do verdadeiro congresso do PS, o que conta: o próximo, sobretudo se o PS perder as eleições intercalares.

Visto como um momento em que a vida e o futuro do partido estão suspensos do resultado das eleições em que José Sócrates joga o que poderá ser o seu último combate eleitoral como líder do partido, o congresso de Matosinhos servirá internamente para que os candidatos à sucessão de Sócrates se posicionem no terreno, solidifiquem a arregimentação de apoios e contem espingardas.

E neste domínio de pré-candidaturas à sucessão, a esta distância de, pelo menos, dois meses até às eleições, há dois nomes que se destacam à partida e cuja movimentação em Matosinhos será seguida passo a passo: António José Seguro e Francisco Assis.

Ainda no domínio do jogo de sombras e sem que haja assunção oficial de candidaturas à sucessão de José Sócrates, já se iniciou a discussão sobre o nome de quem deverá ser o sucessor do primeiro-ministro demissionário à frente do partido. E o posicionamento no terreno, bem como a contagem de espingardas e a delimitação de campos, irá ter este fim-de-semana um momento alto.

Embora ninguém assuma oficialmente que a contagem decrescente para a sucessão de Sócrates já começou, entre os dados que são tidos em conta nas análises de cenários que vários dirigentes do PS, quer próximos de Sócrates, quer mais distantes, fizeram ao PÚBLICO, há dois traços comuns. Primeiro, se o PS perder as eleições, Sócrates terá de abandonar a liderança. Segundo, o perfil do sucessor, bem como o tipo de mudança a que o PS procederá, dependerá de o resultado eleitoral estar acima ou abaixo dos 25 por cento de votos.

Abaixo dos 25 por cento

Há dirigentes socialistas que sustentam que, se o PS for vítima de uma pesada derrota nas urnas, a radicalidade da mudança no partido será grande. E afirmam mesmo que poderá então ser dado o salto em frente geracional. O PS poderá ter de passar por um longo período de oposição em que a reconversão do discurso e do programa deverá ser acompanhada pela passagem do poder interno a uma nova geração, abaixo dos 50 anos, onde são públicos rostos que Sócrates levou para o Governo, como Fernando Medina, João Tiago Silveira, Marcos Perestrello, ou também Sérgio Sousa Pinto, vice da bancada parlamentar.

A admissão deste cenário é feita como complementar ao facto de que um resultado muito baixo do PS nas eleições iria provocar o acelerar do que se considera a reforma das tendências clássicas. E, de acordo com a visão de alguns dirigentes do PS, não faz sentido hoje falar-se em ferristas, soaristas ou gamistas. Uma lógica de alinhamentos interna que pode estar ultrapassada e de que é, aliás, sintoma - afirmam alguns dirigentes - o facto de figuras como o próprio Jaime Gama ou Vera Jardim terem decidido abandonar o seu lugar nas listas. Há mesmo quem garanta que o possível regresso de Eduardo Ferro Rodrigues ao Parlamento não significa um regresso do ferrismo, tendência que entretanto poderá dividir-se no apoio aos candidatos futuros.

António Costa de fora?

Já se o PS conseguir ficar na casa dos 30 por cento, ou perto dessa fasquia, tudo indica que o combate deverá ser entre Seguro e Assis. O primeiro, que tem mantido um distanciamento crítico, embora silencioso, ao longo dos seis anos de poder de Sócrates, fez mesmo uma declaração numa entrevista ao Expresso, em Maio, em que deixou claro que estava disponível para liderar o partido quando este o considerasse necessário.

marcar artigo