A Rosa: Debate urgente

29-05-2010
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Vários jornais noticiaram que António José Seguro iria esboçar uma posição para apresentar-se com alternativa a José Sócrates nas eleições para a liderança do Partido Socialista em Fevereiro de 2009. Visto como uma figura para o futuro do partido, muito querido entre os militantes mais jovens e respeitado por toda a geração que esteve com Guterres, o antigo líder da JS depressa veio a público anunciar que não é candidato. Disse-o com a convicção de quem sabe muito bem o caminho que tem de percorrer e ponto final.Percebe-se com facilidade que este não é o tempo de Seguro. Nem de António Costa ou de um outro qualquer que, como muito bem se sabe, aspira a liderar o Partido Socialista. Este é, e vai continuar a ser, o tempo de José Sócrates, que dificilmente perderá as legislativas de 2009 e, por causa disso, vai continuar a liderar o PS durante mais um bom par de anos.Mas será destas águas mornas e às vezes paradas que o partido do Governo está a precisar? Claro que não. Mais do que nunca, neste tempo de crise económica global, recessão à vista e focos de descontentamento muito latentes em vários sectores da sociedade portuguesa, é urgente que o PS abra um debate interno que avalie com clareza os alicerces da sua governação. Tanto na exigência e rigidez das políticas económicas como na competente acção das políticas sociais e nas medidas entretanto esquecidas na educação, extremamente positivas mas agora ensombradas por uma inflexibilidade de parte a parte.É urgente, portanto, um debate claro, sem dogmas e no local próprio, que ajude os socialistas a governar com outra eficácia. Mas a meu ver, essa discussão só será consistente e terá proveitos se aqueles que repetidamente são os mais críticos aparecerem no palco para confrontar a liderança, apresentando no sítio certo as razões do seu permanente desconforto.Em síntese, este pode não ser o tempo de Seguro ou de Costa, mas será certamente um óptimo tempo para Manuel Alegre. Voz inquieta e desassombrada nos corredores do parlamento, ou em encontros onde pisca o olho à esquerda para fundar uma nova candidatura presidencial, Alegre esclareceria muito no seu partido e no país se fosse ao congresso do PS defender as suas teses. Lembrando-se sempre que o debate se faz olhos nos olhos e que, apesar de tantas vezes dizer o contrário, os votos não têm donos eternos...


Vários jornais noticiaram que António José Seguro iria esboçar uma posição para apresentar-se com alternativa a José Sócrates nas eleições para a liderança do Partido Socialista em Fevereiro de 2009. Visto como uma figura para o futuro do partido, muito querido entre os militantes mais jovens e respeitado por toda a geração que esteve com Guterres, o antigo líder da JS depressa veio a público anunciar que não é candidato. Disse-o com a convicção de quem sabe muito bem o caminho que tem de percorrer e ponto final.Percebe-se com facilidade que este não é o tempo de Seguro. Nem de António Costa ou de um outro qualquer que, como muito bem se sabe, aspira a liderar o Partido Socialista. Este é, e vai continuar a ser, o tempo de José Sócrates, que dificilmente perderá as legislativas de 2009 e, por causa disso, vai continuar a liderar o PS durante mais um bom par de anos.Mas será destas águas mornas e às vezes paradas que o partido do Governo está a precisar? Claro que não. Mais do que nunca, neste tempo de crise económica global, recessão à vista e focos de descontentamento muito latentes em vários sectores da sociedade portuguesa, é urgente que o PS abra um debate interno que avalie com clareza os alicerces da sua governação. Tanto na exigência e rigidez das políticas económicas como na competente acção das políticas sociais e nas medidas entretanto esquecidas na educação, extremamente positivas mas agora ensombradas por uma inflexibilidade de parte a parte.É urgente, portanto, um debate claro, sem dogmas e no local próprio, que ajude os socialistas a governar com outra eficácia. Mas a meu ver, essa discussão só será consistente e terá proveitos se aqueles que repetidamente são os mais críticos aparecerem no palco para confrontar a liderança, apresentando no sítio certo as razões do seu permanente desconforto.Em síntese, este pode não ser o tempo de Seguro ou de Costa, mas será certamente um óptimo tempo para Manuel Alegre. Voz inquieta e desassombrada nos corredores do parlamento, ou em encontros onde pisca o olho à esquerda para fundar uma nova candidatura presidencial, Alegre esclareceria muito no seu partido e no país se fosse ao congresso do PS defender as suas teses. Lembrando-se sempre que o debate se faz olhos nos olhos e que, apesar de tantas vezes dizer o contrário, os votos não têm donos eternos...

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