Concentração da Amnistia Internacional desviada para a frente da Torre de Belém

13-11-2010
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Longe da comitiva chinesa, activistas pediram libertação do Nobel da Paz

O cartaz amarelo com letras a negro que Teresa Nogueira segura na mão reclama: "Sim à liberdade de opinião." As cores são as da Amnistia Internacional, e, ao seu lado, de frente para a Torre de Belém, estão perto de duas dezenas de activistas erguendo mensagens para não apagar da agenda a defesa dos direitos humanos no primeiro dia de visita do Presidente chinês.

Reclamam a libertação de Liu Xiaobo, o dissidente Nobel da Paz em 2010 condenado a 11 anos de prisão por "incitamento à subversão". Liu aparece num cartaz abraçado à mulher - para quem pedem o "fim das restrições de movimento" por estar "em regime de prisão domiciliária desde que foi visitar o marido à prisão para lhe anunciar o Nobel", explica Nogueira, coordenadora do co-grupo China da Amnistia Internacional em Portugal. Chegam activistas, levantam-se cartazes. "Libertem Gelek Rimpoche." "Protecção aos defensores dos direitos humanos." "Liberdade no Tibete."

Os comunicados que Teresa Nogueira tem guardados consigo ainda lembram: "Mosteiro dos Jerónimos, Belém, 6 de Novembro, a partir das 14h." Era aqui que queria erguer o seu cartaz à passagem de Hu Jintao. Mas na véspera, trocaram-lhe as voltas, diz. Um despacho aprovado pelo punho do governador civil, António Galamba, na quarta-feira - recebido pela Amnistia por fax às 11h38 de sexta (véspera da visita) - determinava que a concentração se realizasse "em área contígua à pretendida" - entre o Mosteiro dos Jerónimos e o Palácio de Belém. Um novo fax recebido pela organização às 18h31 desse mesmo dia determinava que a iniciativa passasse para junto da Torre de Belém - considerada "contramanifestação" face "à legislação em vigor" pelo facto de no mesmo lugar estar a Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa, que solicitou presença anteriormente. "Bastava ver as fotografias, que ele [Hu Jintao] muito bem conhece, para saber o que estamos a fazer", apontou Teresa Nogueira, lamentando o facto de estar a falar "longe de tudo e de todos".

"Sabemos, certamente, que são pressões políticas e económicas", conclui Paulo Borges, presidente da União Budista Portuguesa. Pedro Crisóstomo

Longe da comitiva chinesa, activistas pediram libertação do Nobel da Paz

O cartaz amarelo com letras a negro que Teresa Nogueira segura na mão reclama: "Sim à liberdade de opinião." As cores são as da Amnistia Internacional, e, ao seu lado, de frente para a Torre de Belém, estão perto de duas dezenas de activistas erguendo mensagens para não apagar da agenda a defesa dos direitos humanos no primeiro dia de visita do Presidente chinês.

Reclamam a libertação de Liu Xiaobo, o dissidente Nobel da Paz em 2010 condenado a 11 anos de prisão por "incitamento à subversão". Liu aparece num cartaz abraçado à mulher - para quem pedem o "fim das restrições de movimento" por estar "em regime de prisão domiciliária desde que foi visitar o marido à prisão para lhe anunciar o Nobel", explica Nogueira, coordenadora do co-grupo China da Amnistia Internacional em Portugal. Chegam activistas, levantam-se cartazes. "Libertem Gelek Rimpoche." "Protecção aos defensores dos direitos humanos." "Liberdade no Tibete."

Os comunicados que Teresa Nogueira tem guardados consigo ainda lembram: "Mosteiro dos Jerónimos, Belém, 6 de Novembro, a partir das 14h." Era aqui que queria erguer o seu cartaz à passagem de Hu Jintao. Mas na véspera, trocaram-lhe as voltas, diz. Um despacho aprovado pelo punho do governador civil, António Galamba, na quarta-feira - recebido pela Amnistia por fax às 11h38 de sexta (véspera da visita) - determinava que a concentração se realizasse "em área contígua à pretendida" - entre o Mosteiro dos Jerónimos e o Palácio de Belém. Um novo fax recebido pela organização às 18h31 desse mesmo dia determinava que a iniciativa passasse para junto da Torre de Belém - considerada "contramanifestação" face "à legislação em vigor" pelo facto de no mesmo lugar estar a Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa, que solicitou presença anteriormente. "Bastava ver as fotografias, que ele [Hu Jintao] muito bem conhece, para saber o que estamos a fazer", apontou Teresa Nogueira, lamentando o facto de estar a falar "longe de tudo e de todos".

"Sabemos, certamente, que são pressões políticas e económicas", conclui Paulo Borges, presidente da União Budista Portuguesa. Pedro Crisóstomo

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