o tempo das cerejas*: Hoje na A.R.

18-12-2009
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Uma senhora interpelaçãoAinda por cima temendo que amanhã a imprensa lhe dê o displicente tratamento que é costume, não posso deixar de aqui valorizar a excelente interpelação ao Governo hoje realizada pelo Grupo Parlamentar do PCP sob o tema mais quente e crucial da sociedade portuguesa (não, não é o «caso Freeport), a saber: Situação social, desemprego e pobreza.Nesta interpelação, teve naturalmente um lugar de destaque o conjunto de medidas de combate à crise recentemente apresentadas pelo PCP com os seguintes cinco objectivos principais :dar resposta aos gravíssimos problemas sociais, defender o emprego e os direitos dos trabalhadores e das populações; dar resposta à situação das micro, pequenas e médias empresas e salvaguardar o aparelho produtivo nacional e defender o emprego; defender a agricultura e as pescas da ofensiva em curso; impulsionar o investimento público como elemento estruturante no combate à recessão económica e adopção de uma outra política de crédito que responda aos problemas mais urgentes.Vale a pena ler aqui as intervenções de Bernardino Soares, Agostinho Lopes, Jorge Machado, José Alberto Lourenço e António Filipe.Este «post» não pode entretanto terminar sem uma indignada referência à afirmação feita, no final, pelo ministro Augusto Santos Silva de que, enquanto o Governo trabalha, «as oposições instrumentalizam a crise para fins políticos». Uma tal afirmação justifica duas secas observações. A primeira é que o ministro Santos Silva nos deu, mais uma vez, um testemunho da pobreza de cultura democrática em que estão ensopadas as meninges governamentais. Se assim não fosse, aceitariam com naturalidade que a gravidade da crise, longe de dever justificar qualquer tipo de «união sagrada» ou «união nacional», bem pelo contrário, pela própria importância do que está em jogo impõe clareza nas diiferenças de orientações e de soluções. E a segunda é que se há alguém que está farto de instrumentalizar a crise para os seus fins políticos é o PS e o seu Governo, especialmente no sentido de absorver a sua longa e nefasta política que já tinha lançado o páis na crise antes de ela assumir dimensal universal.«O PCP trouxe hoje a esta Assembleiaa realidade com que o país se confronta.O retrato real do que país que somos,não é o que transparece da despudoradapropaganda do Governo ou do discursooficial desta maioria em que já ninguém acredita.O que hoje marca o quotidiano do nosso paísé o desemprego e o trabalho precário e sem direitos,são os trabalhadores dispensados da função pública,são as empresas a encerrar ou a suspender a actividade,são os salários em atraso,são os despedimentos a pretexto da crise.Só no passado mês de Janeiro,a falência de 80 empresas lançou11 mil trabalhadores no desemprego, 354 por dia. »(António Filipe)


Uma senhora interpelaçãoAinda por cima temendo que amanhã a imprensa lhe dê o displicente tratamento que é costume, não posso deixar de aqui valorizar a excelente interpelação ao Governo hoje realizada pelo Grupo Parlamentar do PCP sob o tema mais quente e crucial da sociedade portuguesa (não, não é o «caso Freeport), a saber: Situação social, desemprego e pobreza.Nesta interpelação, teve naturalmente um lugar de destaque o conjunto de medidas de combate à crise recentemente apresentadas pelo PCP com os seguintes cinco objectivos principais :dar resposta aos gravíssimos problemas sociais, defender o emprego e os direitos dos trabalhadores e das populações; dar resposta à situação das micro, pequenas e médias empresas e salvaguardar o aparelho produtivo nacional e defender o emprego; defender a agricultura e as pescas da ofensiva em curso; impulsionar o investimento público como elemento estruturante no combate à recessão económica e adopção de uma outra política de crédito que responda aos problemas mais urgentes.Vale a pena ler aqui as intervenções de Bernardino Soares, Agostinho Lopes, Jorge Machado, José Alberto Lourenço e António Filipe.Este «post» não pode entretanto terminar sem uma indignada referência à afirmação feita, no final, pelo ministro Augusto Santos Silva de que, enquanto o Governo trabalha, «as oposições instrumentalizam a crise para fins políticos». Uma tal afirmação justifica duas secas observações. A primeira é que o ministro Santos Silva nos deu, mais uma vez, um testemunho da pobreza de cultura democrática em que estão ensopadas as meninges governamentais. Se assim não fosse, aceitariam com naturalidade que a gravidade da crise, longe de dever justificar qualquer tipo de «união sagrada» ou «união nacional», bem pelo contrário, pela própria importância do que está em jogo impõe clareza nas diiferenças de orientações e de soluções. E a segunda é que se há alguém que está farto de instrumentalizar a crise para os seus fins políticos é o PS e o seu Governo, especialmente no sentido de absorver a sua longa e nefasta política que já tinha lançado o páis na crise antes de ela assumir dimensal universal.«O PCP trouxe hoje a esta Assembleiaa realidade com que o país se confronta.O retrato real do que país que somos,não é o que transparece da despudoradapropaganda do Governo ou do discursooficial desta maioria em que já ninguém acredita.O que hoje marca o quotidiano do nosso paísé o desemprego e o trabalho precário e sem direitos,são os trabalhadores dispensados da função pública,são as empresas a encerrar ou a suspender a actividade,são os salários em atraso,são os despedimentos a pretexto da crise.Só no passado mês de Janeiro,a falência de 80 empresas lançou11 mil trabalhadores no desemprego, 354 por dia. »(António Filipe)

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