Sol

18-12-2009
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. Foi assim que Luis Amado justificou a não apresentação de uma queixa à PGR sobre o caso dos voos da CIA

O Ministro dos Negócios Estrangeiros recusou hoje as acusações do Bloco de Esquerda e do PCP de que o Governo tenha alguma vez evitado fornecer informações sobre os alegados voos da CIA sobre território português.

Luis Amado, que hoje foi ouvido pela Comissão Parlamentar de Negócios estrangeiros, considerou, por outro lado, que seria «irresponsável» e «inaceitável» o Governo apresentar uma queixa sobre este assunto à Procuradoria-Geral da República (PGR), como sugeriu o deputado comunista António Filipe, «sem nenhum elemento que indiciasse qualquer responsabilidade dos governos anteriores».

O deputado do Bloco de Esquerda (BE) Fernando Rosas questionou o ministro sobre um alegado «silêncio cúmplice do governo português» em relação aos voos da CIA, depois de ter sido noticiado pelo diário El Pais que o Ministério da Defesa espanhol divulgou um relatório que indica que os Açores foram usados pelo menos uma vez como escala de um voo da CIA que transportava um preso de Guantanamo para o Cairo, Egipto.

Na resposta, Luis Amado considerou ser «muito injusto» que BE e o PCP «continuem a insinuar que o Governo não dá esclarecimentos» e assegurou que «todos os elementos pedidos foram fornecidos».

«Não há silêncio, não há nenhuma falha do dever de cooperação, há uma investigação em curso (…), não temos nada a esconder», garantiu.

«O que vem no El Pais consta das informações que vos demos há meses», afirmou, acusando os deputados de «não quererem discutir a questão com seriedade, mas antes fazer um aproveitamento político».

O ministro questionou os dois deputados sobre se alguma vez o Governo lhes negou informação sobre o assunto, tendo recebido como resposta do deputado comunista António Filipe que o Executivo até hoje «não quis a abertura» de um inquérito parlamentar aos voos da CIA.

Luis Amado contrapôs que isso configuraria «um procedimento e não uma informação» e reafirmou que «foi dada toda a informação pedida pelos partidos portugueses, pelos deputados do Parlamento Europeu e pela Organização REPRIEVE» - organização não-governamental composta por advogados britânicos.

Sobre a questão levantada por António Filipe de não ter sido apresentada uma queixa na PGR sobre este assunto, o ministro sublinhou que «a politica externa portuguesa há 30 anos é fundamentada num consenso entre os principais partidos» e que um tal procedimento «iria romper esse consenso, no momento em que, sem um elemento de prova nos arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, tivesse suscitado um inquérito aos governos anteriores».

«Seria irresponsável, como seria irresponsável abrir uma suspeição pública europeia sobre o Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que foi primeiro-ministro de Portugal (…), era muito fácil, mas era inaceitável. Era feio!», declarou Luis Amado.

O ministro insistiu «não ter indícios de prova de cumplicidade do Governo português» e defendeu que a questão do alegado transporte ilegal de prisioneiros «é um problema dos Estados Unidos».

Lusa / SOL

. Foi assim que Luis Amado justificou a não apresentação de uma queixa à PGR sobre o caso dos voos da CIA

O Ministro dos Negócios Estrangeiros recusou hoje as acusações do Bloco de Esquerda e do PCP de que o Governo tenha alguma vez evitado fornecer informações sobre os alegados voos da CIA sobre território português.

Luis Amado, que hoje foi ouvido pela Comissão Parlamentar de Negócios estrangeiros, considerou, por outro lado, que seria «irresponsável» e «inaceitável» o Governo apresentar uma queixa sobre este assunto à Procuradoria-Geral da República (PGR), como sugeriu o deputado comunista António Filipe, «sem nenhum elemento que indiciasse qualquer responsabilidade dos governos anteriores».

O deputado do Bloco de Esquerda (BE) Fernando Rosas questionou o ministro sobre um alegado «silêncio cúmplice do governo português» em relação aos voos da CIA, depois de ter sido noticiado pelo diário El Pais que o Ministério da Defesa espanhol divulgou um relatório que indica que os Açores foram usados pelo menos uma vez como escala de um voo da CIA que transportava um preso de Guantanamo para o Cairo, Egipto.

Na resposta, Luis Amado considerou ser «muito injusto» que BE e o PCP «continuem a insinuar que o Governo não dá esclarecimentos» e assegurou que «todos os elementos pedidos foram fornecidos».

«Não há silêncio, não há nenhuma falha do dever de cooperação, há uma investigação em curso (…), não temos nada a esconder», garantiu.

«O que vem no El Pais consta das informações que vos demos há meses», afirmou, acusando os deputados de «não quererem discutir a questão com seriedade, mas antes fazer um aproveitamento político».

O ministro questionou os dois deputados sobre se alguma vez o Governo lhes negou informação sobre o assunto, tendo recebido como resposta do deputado comunista António Filipe que o Executivo até hoje «não quis a abertura» de um inquérito parlamentar aos voos da CIA.

Luis Amado contrapôs que isso configuraria «um procedimento e não uma informação» e reafirmou que «foi dada toda a informação pedida pelos partidos portugueses, pelos deputados do Parlamento Europeu e pela Organização REPRIEVE» - organização não-governamental composta por advogados britânicos.

Sobre a questão levantada por António Filipe de não ter sido apresentada uma queixa na PGR sobre este assunto, o ministro sublinhou que «a politica externa portuguesa há 30 anos é fundamentada num consenso entre os principais partidos» e que um tal procedimento «iria romper esse consenso, no momento em que, sem um elemento de prova nos arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, tivesse suscitado um inquérito aos governos anteriores».

«Seria irresponsável, como seria irresponsável abrir uma suspeição pública europeia sobre o Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que foi primeiro-ministro de Portugal (…), era muito fácil, mas era inaceitável. Era feio!», declarou Luis Amado.

O ministro insistiu «não ter indícios de prova de cumplicidade do Governo português» e defendeu que a questão do alegado transporte ilegal de prisioneiros «é um problema dos Estados Unidos».

Lusa / SOL

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