A Varinha Mágica de Valentim Loureiro: As pressões acerca de uma entrevista na RTP, o Provedor do Telespectador, uma estranha notícia no Tal & Qual e a queixa à ERC

20-05-2011
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Conforme prometi, vou "levantar o véu" acerca de alguns acontecimentos que tiveram lugar em 2007, que relato no livro com outro pormenor, e que culminariam com uma queixa à ERC. Queixa de que resultou uma surrealista resolução daquela entidade, onde declara a sua própria incompetência para "tomar conhecimento da queixa" - assim está escrito no documento oficial.Tudo começou com uma entrevista que Valentim Loureiro aceitou dar à RTP acerca do processo Apito Dourado, continuando com uma estranha notícia no Tal & Qual e com um programa A Voz do Cidadão, de Paquete de Oliveira. Ao longo dos próximos dias, publicarei excertos do meu livro relacionados com este caso. O livro já está à venda, nas principais livrarias de todo o país, podendo também ser adquirido online, no site da Primebooks.Excerto 1:"(...) Contudo, a guerra de bastidores em redor desta entrevista não terminaria aí. Inusitadamente, e ainda a promoção à Grande Entrevista não estava no ar, uma notícia do jornal Tal & Qual deixou-me estupefacto. Segundo a notícia, os telespectadores não queriam que Valentim Loureiro fosse entrevistado.Dizia a peça jornalística que o provedor do telespectador da RTP tinha recebido uma chuva de protestos no seu gabinete, depois de se saber que Valentim Loureiro seria entrevistado por Judite de Sousa.Estranhei várias coisas nesta notícia. Primeiro, seria invulgar que telespectadores se manifestassem em massa por uma questão destas. Mesmo os mais indefectíveis adversários de Valentim Loureiro gostariam, certamente, de saber o que teria para dizer. Muito menos provável seria que uma chuva de cidadãos indiferenciados se desse ao trabalho de escrever ao provedor do telespectador, pedindo que censurassem previamente uma entrevista. Além do mais, seria inédito, ou quase, no pós 25 de Abril.Mas havia outros pormenores estranhos. O Tal & Qual em causa foi publicado a 16 de Março estando a entrevista marcada para o dia 22 de Março. Ou seja, a notícia foi publicada seis dias antes da entrevista, mas dizia que os protestos teriam sido motivados pelo facto de Valentim aparecer nas promoções ao programa. Ora, as promoções do programa apenas começariam a ser emitidas no próprio dia da publicação do Tal & Qual. Estávamos, por isso, perante uma notícia do futuro, aludindo a algo que fisicamente era impossível já se ter passado. Isto é, como os jornais são escritos de véspera, era impossível, à data da notícia, que tivesse havido reacção a algo que apenas aconteceria a partir do dia da publicação.O jornal citava mesmo o director de informação da RTP que dizia saber da existência de cartas ao provedor, não conhecendo o seu conteúdo. Contudo, afirmava continuar a haver interesse em entrevistar Valentim Loureiro.O Tal & Qual ia mais longe, escrevendo mesmo: O caso promete não ficar por aqui. É previsível que o provedor vá actuar.Esta notícia, que parecia ter origem na vidente lá da rua, adivinhando as cartas que os telespectadores iriam escrever depois da promoção ir para o ar, conhecendo até que Valentim Loureiro apareceria no spot e, mais ainda, que o provedor iria actuar, podia ser lida de outra forma. Assumindo que o seu carácter esotérico apenas tem valor para quem acredita em bruxas, o que não é o meu caso, tinha como única explicação uma inaceitável e pouco ética forma de pressão. E quem faltava à ética? A jornalista que a escreveu? O provedor? Ambos? O desenrolar dos acontecimentos haveria de nos dar pistas de que não foi a vidente lá da rua quem cometeu essas proezas de adivinhação e premonição e que, se houve alguém a querer usar a comunicação social para fins pouco éticos, não foi Valentim Loureiro. (...)"in "A Varinha Mágica de Valentim Loureiro", capítulo IV


Conforme prometi, vou "levantar o véu" acerca de alguns acontecimentos que tiveram lugar em 2007, que relato no livro com outro pormenor, e que culminariam com uma queixa à ERC. Queixa de que resultou uma surrealista resolução daquela entidade, onde declara a sua própria incompetência para "tomar conhecimento da queixa" - assim está escrito no documento oficial.Tudo começou com uma entrevista que Valentim Loureiro aceitou dar à RTP acerca do processo Apito Dourado, continuando com uma estranha notícia no Tal & Qual e com um programa A Voz do Cidadão, de Paquete de Oliveira. Ao longo dos próximos dias, publicarei excertos do meu livro relacionados com este caso. O livro já está à venda, nas principais livrarias de todo o país, podendo também ser adquirido online, no site da Primebooks.Excerto 1:"(...) Contudo, a guerra de bastidores em redor desta entrevista não terminaria aí. Inusitadamente, e ainda a promoção à Grande Entrevista não estava no ar, uma notícia do jornal Tal & Qual deixou-me estupefacto. Segundo a notícia, os telespectadores não queriam que Valentim Loureiro fosse entrevistado.Dizia a peça jornalística que o provedor do telespectador da RTP tinha recebido uma chuva de protestos no seu gabinete, depois de se saber que Valentim Loureiro seria entrevistado por Judite de Sousa.Estranhei várias coisas nesta notícia. Primeiro, seria invulgar que telespectadores se manifestassem em massa por uma questão destas. Mesmo os mais indefectíveis adversários de Valentim Loureiro gostariam, certamente, de saber o que teria para dizer. Muito menos provável seria que uma chuva de cidadãos indiferenciados se desse ao trabalho de escrever ao provedor do telespectador, pedindo que censurassem previamente uma entrevista. Além do mais, seria inédito, ou quase, no pós 25 de Abril.Mas havia outros pormenores estranhos. O Tal & Qual em causa foi publicado a 16 de Março estando a entrevista marcada para o dia 22 de Março. Ou seja, a notícia foi publicada seis dias antes da entrevista, mas dizia que os protestos teriam sido motivados pelo facto de Valentim aparecer nas promoções ao programa. Ora, as promoções do programa apenas começariam a ser emitidas no próprio dia da publicação do Tal & Qual. Estávamos, por isso, perante uma notícia do futuro, aludindo a algo que fisicamente era impossível já se ter passado. Isto é, como os jornais são escritos de véspera, era impossível, à data da notícia, que tivesse havido reacção a algo que apenas aconteceria a partir do dia da publicação.O jornal citava mesmo o director de informação da RTP que dizia saber da existência de cartas ao provedor, não conhecendo o seu conteúdo. Contudo, afirmava continuar a haver interesse em entrevistar Valentim Loureiro.O Tal & Qual ia mais longe, escrevendo mesmo: O caso promete não ficar por aqui. É previsível que o provedor vá actuar.Esta notícia, que parecia ter origem na vidente lá da rua, adivinhando as cartas que os telespectadores iriam escrever depois da promoção ir para o ar, conhecendo até que Valentim Loureiro apareceria no spot e, mais ainda, que o provedor iria actuar, podia ser lida de outra forma. Assumindo que o seu carácter esotérico apenas tem valor para quem acredita em bruxas, o que não é o meu caso, tinha como única explicação uma inaceitável e pouco ética forma de pressão. E quem faltava à ética? A jornalista que a escreveu? O provedor? Ambos? O desenrolar dos acontecimentos haveria de nos dar pistas de que não foi a vidente lá da rua quem cometeu essas proezas de adivinhação e premonição e que, se houve alguém a querer usar a comunicação social para fins pouco éticos, não foi Valentim Loureiro. (...)"in "A Varinha Mágica de Valentim Loureiro", capítulo IV

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