O CARVALHADAS: Ferro-velho.

26-01-2011
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"Parece que Ana Paula Vitorino, ex-secretária de Estado dos Transportes e actual dirigente e deputada socialista, teria confessado aos investigadores do caso "Face Oculta" as pressões que sofreu do eng. Mário Lino para resolver uns problemas entre a empresa pública que gere a rede ferroviária e o popular sucateiro Manuel Godinho. Parece que um responsável da Refer obstara a negócios com o sucateiro. Parece que o sucateiro se queixara ao então ministro das Obras Públicas. Parece que o então ministro dos Transportes explicara à dra. Ana Paula que o sucateiro era um "amigo do PS" e convinha desanuviar o ambiente. Parece.Também parece que o PS não gostou da confissão da dra. Ana Paula e pressionou-a a rever a sua posição. E parece que a dra. Ana Paula reviu. Cinco dias depois de o DN revelar as declarações da senhora ao Ministério Público, a senhora esclareceu os companheiros de partido e de parlamento através de uma carta.A carta é típica. A dra. Ana Paula invoca a "ética republicana" e a fidelidade partidária para afirmar que lhe truncaram as declarações e que lamenta a violação do segredo de justiça. Em Portugal, a violação do segredo de justiça aparentemente nunca produz resultados fiáveis e, mesmo assim, consegue ser o único crime a afligir as alminhas. Já a violação da própria justiça não aflige ninguém."Alberto Gonçalves

"Parece que Ana Paula Vitorino, ex-secretária de Estado dos Transportes e actual dirigente e deputada socialista, teria confessado aos investigadores do caso "Face Oculta" as pressões que sofreu do eng. Mário Lino para resolver uns problemas entre a empresa pública que gere a rede ferroviária e o popular sucateiro Manuel Godinho. Parece que um responsável da Refer obstara a negócios com o sucateiro. Parece que o sucateiro se queixara ao então ministro das Obras Públicas. Parece que o então ministro dos Transportes explicara à dra. Ana Paula que o sucateiro era um "amigo do PS" e convinha desanuviar o ambiente. Parece.Também parece que o PS não gostou da confissão da dra. Ana Paula e pressionou-a a rever a sua posição. E parece que a dra. Ana Paula reviu. Cinco dias depois de o DN revelar as declarações da senhora ao Ministério Público, a senhora esclareceu os companheiros de partido e de parlamento através de uma carta.A carta é típica. A dra. Ana Paula invoca a "ética republicana" e a fidelidade partidária para afirmar que lhe truncaram as declarações e que lamenta a violação do segredo de justiça. Em Portugal, a violação do segredo de justiça aparentemente nunca produz resultados fiáveis e, mesmo assim, consegue ser o único crime a afligir as alminhas. Já a violação da própria justiça não aflige ninguém."Alberto Gonçalves

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