LISBOA S.O.S.: Ui, ui...

21-05-2011
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'Face Oculta'Vereador do PS implicado nas pressões a Ana Paula Vitorinopor CARLOS RODRIGUES LIMAJosé Manuel Mesquita é citado pelo MP. Vara acusado de três crimes, Godinho de 59 e José Penedos de quatro.José Manuel Mesquita, actual vereador em regime de substituição na Câmara Municipal de Lisboa, é apontado pelo Ministério Público de Aveiro como uma das pessoas que exerceram pressões sobre a ex-secretária de Estado Ana Paula Vitorino. O objectivo, segundo o despacho de acusação do processo "Face Oculta", era resolver um diferendo entre a empresa Refer e o empresário Manuel Godinho, acusado ontem de 56 crimes.Segundo o documento do procurador João Marques Vidal, a que o DN teve acesso, José Manuel Mesquita (que não foi acusado de qualquer crime), membro do PS/Lisboa e eleito para a CML na lista liderada por António Costa, e o advogado João Folque terão sido contactados por Carlos Vasconcellos, quadro da Refer e um dos acusados, para tentar resolver o imbróglio entre Manuel Godinho e o presidente da Refer, Luís Pardal."Para que diligenciassem pela resolução do contencioso judicial e extrajudicial existente entre a O2 e a Refer por uma via não jurídica, exercendo pressão sobre Ana Paula Vitorino no sentido de destituir Luís Pardal", descreve o procurador de Aveiro. Acrescentando que, a 3 de Março de 2009, os três almoçaram com Manuel Godinho, "tendo acordado" que o problema iria ser resolvido através de "pressão" sobre a antiga secretária de Estado. O DN tentou, através do gabinete de imprensa da Câmara de Lisboa, contactar José Manuel Mesquita, mas tal não foi possível.As eventuais pressões para afastar o presidente da Refer terão passado ainda, por outro departamento socialista: o núcleo de trabalhadores socialistas da Refer. A 14 de Maio de 2009, José Valentim, outro quadro da empresa e também acusado no "Face Oculta", relatou a Manuel Godinho que aquele núcleo esteve reunido com Ana Paula Vitorino. No encontro, "teriam expressado o seu descontentameno com a conduta de Luís Pardal".Segundo o MP, o então ministro das Obras Públicas Mário Lino terá também exercido pressão junto de Ana Paulo Vitorino, lembrando-lhe que Godinho era amigo do PS.Do texto da acusação depreende-se que Ana Paula Vitorino terá confirmado ao Ministério Público algumas destas movimentações. Isto porque, o procurador descreve uma conversa entre a ex-secretária de Estado de Lopes Barreira, consultor e acusado de três crimes de tráfico de influência, dizendo que Ana Paula Vitorino resolver colocar um ponto final na conversa, reafirmando que apoiava as decisões de Luís Pardal.O 'mundo' de GodinhoNo que diz respeito ao processo, tal como se previa, Manuel Godinho - que se encontra em prisão preventiva - é colocado pela acusação no topo da pirâmide de uma associação criminosa cujo objectivo, ainda de acordo com o Ministério Público, era a obtenção de benefícios económicos. Refira-se que a imputação deste crime num processo em que estão em causa ilícitos económicos acaba por ser inédita. Já que se trata de um crime cuja imputação é apenas frequente em casos de criminalidade violenta.Para o Ministério Público, foi em finais de 2002 que Manuel Godinho "gizou um plano, tendo por finalidade o favorecimento de empresas por si geridas nas suas relações com empresas públicas, de capitais públicos (...) ou empresas privadas". Tal terá sido conseguido "através da promessa e da entrega de vantagens patrimoniais e não patrimoniais a titulares de cargos políticos, governativos e a indivíduos que exercem funções de poder, com capacidade para influenciar determinantemente o decisor e com acesso a informação privilegiada".O MP, que, ao todo, acusou 34 pessoas singulares e duas sociedades de Godinho, pede que seja declarado perdido a favor do Estado um total de 4,4 milhões de euros - decisão que terá que ser ratificada por um tribunal, em julgamento.Terá sido nesta lógica que houve a aproximação a Armando Vara, ex- -administrador do Millennium bcp, a quem são imputados três crimes de tráfico de influências. Refira-se que o MP deixou cair uma suspeita de que Vara terá recebido 10 mil euros de Godinho, mas mantém a oferta de 25 mil. "Armando Vara, fruto das funções ministeriais, políticas e bancárias por si desempenhadas, urdiu uma extensa teia de contactos", que terá utilizado para ajudar Godinho.A José Penedos, ex-presidente da REN, são imputados quatro crimes de corrupção passiva. Já ao seu filho, Paulo Penedos, o procurador "ficou-se" por um crime de tráfico de influências. Lopes Barreira foi acusado de três crimes de tráfico de influências.(in Diário de Notícias).


'Face Oculta'Vereador do PS implicado nas pressões a Ana Paula Vitorinopor CARLOS RODRIGUES LIMAJosé Manuel Mesquita é citado pelo MP. Vara acusado de três crimes, Godinho de 59 e José Penedos de quatro.José Manuel Mesquita, actual vereador em regime de substituição na Câmara Municipal de Lisboa, é apontado pelo Ministério Público de Aveiro como uma das pessoas que exerceram pressões sobre a ex-secretária de Estado Ana Paula Vitorino. O objectivo, segundo o despacho de acusação do processo "Face Oculta", era resolver um diferendo entre a empresa Refer e o empresário Manuel Godinho, acusado ontem de 56 crimes.Segundo o documento do procurador João Marques Vidal, a que o DN teve acesso, José Manuel Mesquita (que não foi acusado de qualquer crime), membro do PS/Lisboa e eleito para a CML na lista liderada por António Costa, e o advogado João Folque terão sido contactados por Carlos Vasconcellos, quadro da Refer e um dos acusados, para tentar resolver o imbróglio entre Manuel Godinho e o presidente da Refer, Luís Pardal."Para que diligenciassem pela resolução do contencioso judicial e extrajudicial existente entre a O2 e a Refer por uma via não jurídica, exercendo pressão sobre Ana Paula Vitorino no sentido de destituir Luís Pardal", descreve o procurador de Aveiro. Acrescentando que, a 3 de Março de 2009, os três almoçaram com Manuel Godinho, "tendo acordado" que o problema iria ser resolvido através de "pressão" sobre a antiga secretária de Estado. O DN tentou, através do gabinete de imprensa da Câmara de Lisboa, contactar José Manuel Mesquita, mas tal não foi possível.As eventuais pressões para afastar o presidente da Refer terão passado ainda, por outro departamento socialista: o núcleo de trabalhadores socialistas da Refer. A 14 de Maio de 2009, José Valentim, outro quadro da empresa e também acusado no "Face Oculta", relatou a Manuel Godinho que aquele núcleo esteve reunido com Ana Paula Vitorino. No encontro, "teriam expressado o seu descontentameno com a conduta de Luís Pardal".Segundo o MP, o então ministro das Obras Públicas Mário Lino terá também exercido pressão junto de Ana Paulo Vitorino, lembrando-lhe que Godinho era amigo do PS.Do texto da acusação depreende-se que Ana Paula Vitorino terá confirmado ao Ministério Público algumas destas movimentações. Isto porque, o procurador descreve uma conversa entre a ex-secretária de Estado de Lopes Barreira, consultor e acusado de três crimes de tráfico de influência, dizendo que Ana Paula Vitorino resolver colocar um ponto final na conversa, reafirmando que apoiava as decisões de Luís Pardal.O 'mundo' de GodinhoNo que diz respeito ao processo, tal como se previa, Manuel Godinho - que se encontra em prisão preventiva - é colocado pela acusação no topo da pirâmide de uma associação criminosa cujo objectivo, ainda de acordo com o Ministério Público, era a obtenção de benefícios económicos. Refira-se que a imputação deste crime num processo em que estão em causa ilícitos económicos acaba por ser inédita. Já que se trata de um crime cuja imputação é apenas frequente em casos de criminalidade violenta.Para o Ministério Público, foi em finais de 2002 que Manuel Godinho "gizou um plano, tendo por finalidade o favorecimento de empresas por si geridas nas suas relações com empresas públicas, de capitais públicos (...) ou empresas privadas". Tal terá sido conseguido "através da promessa e da entrega de vantagens patrimoniais e não patrimoniais a titulares de cargos políticos, governativos e a indivíduos que exercem funções de poder, com capacidade para influenciar determinantemente o decisor e com acesso a informação privilegiada".O MP, que, ao todo, acusou 34 pessoas singulares e duas sociedades de Godinho, pede que seja declarado perdido a favor do Estado um total de 4,4 milhões de euros - decisão que terá que ser ratificada por um tribunal, em julgamento.Terá sido nesta lógica que houve a aproximação a Armando Vara, ex- -administrador do Millennium bcp, a quem são imputados três crimes de tráfico de influências. Refira-se que o MP deixou cair uma suspeita de que Vara terá recebido 10 mil euros de Godinho, mas mantém a oferta de 25 mil. "Armando Vara, fruto das funções ministeriais, políticas e bancárias por si desempenhadas, urdiu uma extensa teia de contactos", que terá utilizado para ajudar Godinho.A José Penedos, ex-presidente da REN, são imputados quatro crimes de corrupção passiva. Já ao seu filho, Paulo Penedos, o procurador "ficou-se" por um crime de tráfico de influências. Lopes Barreira foi acusado de três crimes de tráfico de influências.(in Diário de Notícias).

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