"Metro Mondego nada tem de megalómano", disse ex-secretária de Estado

21-01-2011
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A ex-secretária de Estado dos Transportes e deputada do PS Ana Paula Vitorino, que tutelou, a partir de 2005, o projecto do Metro Mondego (MM), foi anteontem à noite a Coimbra defender que, apesar das restrições financeiras que o país enfrenta, o metro entre a cidade e a Lousã continua a fazer "todo o sentido" e deve ser concretizado de forma "realista e faseada".

"É um projecto que nada tem de megalómano. Hoje, como em 2006, acredito firmemente nele", afirmou a primeira convidada da Tertúlia Fausto Correia, organizada pela JS local.

Apesar de o actual secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia, ter começado a discutir com os autarcas a implementação de um sistema de transporte mais barato do que o previsto no projecto inicial, Ana Paula Vitorino defende que não se pode "estar sistematicamente a voltar à casa de partida" e a desrespeitar "compromissos assumidos com a população". "Em 2006 havia perspectivas e condições financeiras que favoreciam o investimento público como promotor da recuperação económica e havia estabilidade política. Hoje existe um quadro diferente, mas o que é necessário é tratar e definir prioridades nos diferentes projectos e fazê-los avançar de forma realista", declarou.

Ana Paula Vitorino foi uma das deputadas do PS que subscreveram o projecto de resolução, apresentado ontem no Parlamento (ver texto ao lado), que recomenda ao Governo que dê seguimento a "todas as obras em curso" do MM e que promova, "com toda a brevidade", "um serviço ferroviário ligeiro no Ramal da Lousã". Mas a intenção do Governo em relação ao projecto não é ainda clara.

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Recentemente, o Ministério dos Transportes Obras Públicas e Comunicações (MOPTC) afirmou, em comunicado, que o MM representa um "investimento elevado", do qual as autarquias servidas "teriam que assegurar 40% (cerca de 180 milhões de euros)" e que o metro, tal como está planeado, "apresentará um défice anual de cerca de 38 milhões de euros".

Seco contra Governo

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São dados que o ex-presidente da MM, Álvaro Maia Seco, que se demitiu perante a decisão do Governo de extinguir a sociedade e integrá-la na Refer, classifica como "pura mistificação" com o objectivo de "descredibilizar o projecto". "Os prejuízos de exploração previstos para o sistema são de quatro milhões por ano. Nesses 38 milhões misturam, de forma propositada, os prejuízos de exploração com os custos de amortização do projecto", defende. Seco vinca ainda que, ao contrário do que é dito pelo Governo, as autarquias "não têm nenhuma responsabilidade no investimento". "No comunicado [do MOPTC] nem no nome do projecto acertam: em vez de "Metro Mondego" falam em "Projecto do Metro Sul do Mondego". É caso para perguntar: saberão onde fica Coimbra?", questiona.

A ex-secretária de Estado dos Transportes e deputada do PS Ana Paula Vitorino, que tutelou, a partir de 2005, o projecto do Metro Mondego (MM), foi anteontem à noite a Coimbra defender que, apesar das restrições financeiras que o país enfrenta, o metro entre a cidade e a Lousã continua a fazer "todo o sentido" e deve ser concretizado de forma "realista e faseada".

"É um projecto que nada tem de megalómano. Hoje, como em 2006, acredito firmemente nele", afirmou a primeira convidada da Tertúlia Fausto Correia, organizada pela JS local.

Apesar de o actual secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia, ter começado a discutir com os autarcas a implementação de um sistema de transporte mais barato do que o previsto no projecto inicial, Ana Paula Vitorino defende que não se pode "estar sistematicamente a voltar à casa de partida" e a desrespeitar "compromissos assumidos com a população". "Em 2006 havia perspectivas e condições financeiras que favoreciam o investimento público como promotor da recuperação económica e havia estabilidade política. Hoje existe um quadro diferente, mas o que é necessário é tratar e definir prioridades nos diferentes projectos e fazê-los avançar de forma realista", declarou.

Ana Paula Vitorino foi uma das deputadas do PS que subscreveram o projecto de resolução, apresentado ontem no Parlamento (ver texto ao lado), que recomenda ao Governo que dê seguimento a "todas as obras em curso" do MM e que promova, "com toda a brevidade", "um serviço ferroviário ligeiro no Ramal da Lousã". Mas a intenção do Governo em relação ao projecto não é ainda clara.

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Recentemente, o Ministério dos Transportes Obras Públicas e Comunicações (MOPTC) afirmou, em comunicado, que o MM representa um "investimento elevado", do qual as autarquias servidas "teriam que assegurar 40% (cerca de 180 milhões de euros)" e que o metro, tal como está planeado, "apresentará um défice anual de cerca de 38 milhões de euros".

Seco contra Governo

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São dados que o ex-presidente da MM, Álvaro Maia Seco, que se demitiu perante a decisão do Governo de extinguir a sociedade e integrá-la na Refer, classifica como "pura mistificação" com o objectivo de "descredibilizar o projecto". "Os prejuízos de exploração previstos para o sistema são de quatro milhões por ano. Nesses 38 milhões misturam, de forma propositada, os prejuízos de exploração com os custos de amortização do projecto", defende. Seco vinca ainda que, ao contrário do que é dito pelo Governo, as autarquias "não têm nenhuma responsabilidade no investimento". "No comunicado [do MOPTC] nem no nome do projecto acertam: em vez de "Metro Mondego" falam em "Projecto do Metro Sul do Mondego". É caso para perguntar: saberão onde fica Coimbra?", questiona.

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