Câmara Corporativa: Quebra-cabeças

22-01-2011
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I‘À «cooperação estratégica» seguiu-se uma intervenção despudorada na vida partidária – Cavaco fez mover os seus valetes dentro do PSD e colocou na liderança desse partido o seu pálido, mas fiel, reflexo feminino. A partir daí, fez de Oposição ao Governo por interposta pessoa, de forma mascarada e furtiva, mas, contudo, indisfarçável. Belém dava o mote, até os slogans, e Ferreira Leite recitava o guião com a imaginação política que Deus lhe terá ofertado num momento especialmente avaro. Os resultados desta prática concertada são conhecidos: Sócrates vitimizou-se até à exaustão acabando por se robustecer com a compungente disfunção eréctil da sua Oposição.Antes das Legislativas de 2009, Cavaco, mais uma vez, inverteu a táctica sem o mínimo de consideração pelos infelizes que escolheram, em exclusivo, o itinerário político de serem seus subalternos – percebeu que uma crise antes das presidenciais poderia prejudicá-lo e ressuscitou a sua «cooperação estratégica».’II‘Cavaco provou que tem uma interpretação muito peculiar da sua honestidade política no caso das escutas do Verão de 2009. Tudo se terá iniciado com a revelação de que um dos seus predilectos teria facultado informações a um jornalista que indiciariam escutas ilegais aos telefones da presidência, deduzia-se sem grande esforço, efectuadas por gente ligada ao Governo. Porém, cedo se percebeu que tudo não passava de uma «inventona» ameninada com o intuito óbvio de reverter as sondagens a poucos meses das Legislativas. A questão seria de uma gravidade insuperável em qualquer democracia normal. Como é costume, Cavaco remeteu-se a um silêncio pesadíssimo fingindo não dar importância ao facto. Após as eleições de Setembro de 2009, foi forçado a fazer uma alocução ao País. Nada explicou – pelo contrário, enredou-se em novas e bizarras teorias de conspiração alegando suspeitas pueris de que também os e-mails de Belém estariam sobre vigilância. Este imbróglio arredaria da vida política os seus protagonistas se Portugal não fosse aquilo que é.’Quem escreveu os dois nacos de prosa acima reproduzidos: • José Junqueiro, em notas para a intervenção no comício de apoio a Manuel Alegre em Viseu?• Comissão Política do PCP, num comunicado emitido após análise da primeira semana de campanha?• Colectivo Abrantes, em post redigido após o habitual briefing matinal (com todos os jeitos do assessor n.º 33)?• Ana Drago, na sequência da leitura atenta do “livro vermelho” de Canotilho e Vital Moreira?• Passos Coelho, num ataque de raiva, após Cavaco o ter tratado no comício de Vila Real por “Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Vila Real”, a fazer lembrar a alusão ao “outro partido”, quando se referia ao CDS-PP nas eleições de 2006?• Outro distinto apoiante de Passos Coelho, revelando assim que as hostes passistas só a tiro é que votarão em Cavaco?Saiba a resposta aqui.


I‘À «cooperação estratégica» seguiu-se uma intervenção despudorada na vida partidária – Cavaco fez mover os seus valetes dentro do PSD e colocou na liderança desse partido o seu pálido, mas fiel, reflexo feminino. A partir daí, fez de Oposição ao Governo por interposta pessoa, de forma mascarada e furtiva, mas, contudo, indisfarçável. Belém dava o mote, até os slogans, e Ferreira Leite recitava o guião com a imaginação política que Deus lhe terá ofertado num momento especialmente avaro. Os resultados desta prática concertada são conhecidos: Sócrates vitimizou-se até à exaustão acabando por se robustecer com a compungente disfunção eréctil da sua Oposição.Antes das Legislativas de 2009, Cavaco, mais uma vez, inverteu a táctica sem o mínimo de consideração pelos infelizes que escolheram, em exclusivo, o itinerário político de serem seus subalternos – percebeu que uma crise antes das presidenciais poderia prejudicá-lo e ressuscitou a sua «cooperação estratégica».’II‘Cavaco provou que tem uma interpretação muito peculiar da sua honestidade política no caso das escutas do Verão de 2009. Tudo se terá iniciado com a revelação de que um dos seus predilectos teria facultado informações a um jornalista que indiciariam escutas ilegais aos telefones da presidência, deduzia-se sem grande esforço, efectuadas por gente ligada ao Governo. Porém, cedo se percebeu que tudo não passava de uma «inventona» ameninada com o intuito óbvio de reverter as sondagens a poucos meses das Legislativas. A questão seria de uma gravidade insuperável em qualquer democracia normal. Como é costume, Cavaco remeteu-se a um silêncio pesadíssimo fingindo não dar importância ao facto. Após as eleições de Setembro de 2009, foi forçado a fazer uma alocução ao País. Nada explicou – pelo contrário, enredou-se em novas e bizarras teorias de conspiração alegando suspeitas pueris de que também os e-mails de Belém estariam sobre vigilância. Este imbróglio arredaria da vida política os seus protagonistas se Portugal não fosse aquilo que é.’Quem escreveu os dois nacos de prosa acima reproduzidos: • José Junqueiro, em notas para a intervenção no comício de apoio a Manuel Alegre em Viseu?• Comissão Política do PCP, num comunicado emitido após análise da primeira semana de campanha?• Colectivo Abrantes, em post redigido após o habitual briefing matinal (com todos os jeitos do assessor n.º 33)?• Ana Drago, na sequência da leitura atenta do “livro vermelho” de Canotilho e Vital Moreira?• Passos Coelho, num ataque de raiva, após Cavaco o ter tratado no comício de Vila Real por “Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Vila Real”, a fazer lembrar a alusão ao “outro partido”, quando se referia ao CDS-PP nas eleições de 2006?• Outro distinto apoiante de Passos Coelho, revelando assim que as hostes passistas só a tiro é que votarão em Cavaco?Saiba a resposta aqui.

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