Democracia em Portugal?: Históricos do PS questionam Ota

03-08-2010
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In JNAs dúvidas sobre a localização do futuro aeroporto de Lisboa na Ota alargam-se já a algumas das mais influentes personalidades do Partido Socialista.Na segunda-feira à noite, foi a vez de António Vitorino se juntar ao coro dos que manifestam reservas e aconselham ao Governo maior prudência na decisão "A necessidade do novo aeroporto é uma coisa. Questão diferente é escolher a Ota como local. [Depois do relatório da NAV] o Governo terá que vir esclarecer", defendeu o coordenador das "Novas Fronteiras" socialistas na RTP. Ainda mais claro, Vitorino rematou: "Se me perguntar se me atiro à Ota de peito aberto, vou devagar e quero ver a resposta." No mesmo dia, o deputado Vítor Ramalho dizia quase o mesmo "Assisti a dois ou três debates na televisão, o que é insuficiente. Devia explicar-se aos militantes porquê a Ota" e não outros locais na margem sul.Se Ramalho pode ser suspeito (foi eleito por Setúbal), á Jorge Coelho, ex-ministro das Obras Públicas, ex-número dois de Sócrates, questionou no sábado, no "Correio da Manhã". "O país devia parar um pouco e, com seriedade, questionar isto é importante ou não é?". Coelho, que ainda assim considera a Ota "o menos mau" dos locais, dizia isto na véspera de se conhecer o estudo da NAV que coloca várias reservas à construção do aeroporto precisamente na Ota.Há, ainda, outros socialistas, mesmo no núcleo duro de José Sócrates, que, apurou o JN, são frontalmente contra a localização do aeroporto na Ota e já o comunicaram ao primeiro-ministro. Em oposição firme mantém-se João Soares, que continua a dizer que a Ota é "um disparate". Em 2001, o então autarca de Lisboa acrescentava à expressão um cáustico "colossal". Já Elisa Ferreira, ex-ministra e hoje eurodeputada, dizia no semanário "Sol" ter "muitas dúvidas" sobre a Ota, por não ter sido demonstrada "a rentabilidade" da obra. "É importante o cidadão saber quanto é que vai ter de pagar", concluía.Decisão tomadaEnquanto as dúvidas persistem dentro do próprio PS, no Governo a decisão diz-se irreversível. "Já se ponderou, a decisão já está tomada", alega fonte de São Bento. "Podem pedir mais esclarecimentos, mas isso não vai levar a uma mudança". A frase é final e corrobora as palavras de Mário Lino, no dia em que o estudo da NAV foi conhecido. No Governo, explica-se que foram pedidos estudos "até" a técnicos estrangeiros, e que mesmo os dois últimos governos do PSD se manifestaram favoráveis à opção pela Ota.Nada que tenha convencido o ex-ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, que no início de Fevereiro (ano e meio após a sua demissão) disse que o futuro aeroporto teria um "curto prazo de vida", para além de ser "difícil de aterrar", ou seja, evocando as más condições de segurança para lhe atribuir nota negativa.As declarações serviram, de mote a Marques Mendes para a frente de oposição que lançou ao projecto. O líder do PSD voltará, hoje, ao tema, no debate mensal com José Sócrates, no Parlamento. Os sociais-democratas querem saber por que é que o estudo da NAV não era público (ao contrário de estudos favoráveis) e insistirá na necessidade de um "amplo consenso técnico" de que falou o presidente da República. É segredo guardado (quase) às sete chaves, mas o líder da Confederação da Indústria Portuguesa decidiu pedir um novo estudo, paralelo aos do Governo, sobre o aeroporto da Ota. A informação foi tornada pública por... Marcelo Rebelo de Sousa, no último domingo.No seu espaço habitual de comentário da RTP, o ex-presidente do PSD disse o que sabia "Um grupo de empresários, a que está ligado o presidente da CIP, encomendou um novo estudo e terá falado dele já ao presidente da República e ao primeiro-ministro. Ao JN, Francisco Van Zeller (presidente da CIP) é caústico na resposta "Sobre isso não posso falar". Mas desmente a informação?, perguntou o JN. "Sobre isso não digo absolutamente nada", diz Van Zeller.Enquanto os estudos avançam e o Governo espera a análise custo-benefício, o próprio presidente da República já deixou marcada uma posição. Para além de aguardar os resultados dessa mesma análise, disse que a decisão sobre a localização caberá "aos técnicos". Não por acaso, o PSD anunciou um dia depois que vai convocar um seminário técnico para fazer a discussão. A capacidade máxima É um dos pontos mais controversos do projecto. O Governo assegura, com base nos estudos oficiais, que a Ota ficará preparada para receber 50 milhões de passageiros por ano, sendo previsível que em 2050 (33 anos depois da inauguração) a afluência seja menor 42 milhões. Uma previsão a mais longo prazo é, disse Mário Lino, "adivinhar". Mas o último estudo da NAV, dado a conhecer pelo semanário "Sol" este fim-de-semana, garante que não. E aponta que a sua capacidade se esgota em 13 anos.Limitações de voosDificuldades geográficas, mas também a existência de uma base da Força Aérea na proximidade, podem tornar limitada a capacidade de aterragens/descolagens de mais de um avião em simultâneo. Assim o diz o mesmo relatório da NAV e outros especialistas. O Governo já anunciou a constituição de uma comissão (também com o Ministério da Defesa) para resolver o problema.Construção difícilAs questões de engenharia têm sido levantadas por vários técnicos que se manifestam contra a localização. O último foi José Leite Pinto, que debateu o assunto com o ministro na Sic-Notícias. Mário Lino contestou as dificuldades.Queixas do turismoA Associação de Turismo de Lisboa até já pediu um estudo a uma consultora sobre o assunto, para a conclusão esperada que o turismo da capital será prejudicado em 16%. A Câmara de Lisboa, desde o tempo de João Soares, afirma o mesmo. Mas nos sucessivos governos, a tese não tem tido qualquer eco.Portela esgotadaTem sido a principal fundamentação para uma decisão rápida. Mário Lino, suportado nos estudos realizados, garante que a Portela terá capacidade esgotada em cinco anos. O sindicatos dos pilotos corrobora. E já ninguém contesta.COMENTÁRIO: Não vale a pena continuar a dizer "mal" da Ota. Irá para a frente doa a quem doer (Portugueses). Só fiquei admirado com o João Soares! Os terrenos não são do papá???


In JNAs dúvidas sobre a localização do futuro aeroporto de Lisboa na Ota alargam-se já a algumas das mais influentes personalidades do Partido Socialista.Na segunda-feira à noite, foi a vez de António Vitorino se juntar ao coro dos que manifestam reservas e aconselham ao Governo maior prudência na decisão "A necessidade do novo aeroporto é uma coisa. Questão diferente é escolher a Ota como local. [Depois do relatório da NAV] o Governo terá que vir esclarecer", defendeu o coordenador das "Novas Fronteiras" socialistas na RTP. Ainda mais claro, Vitorino rematou: "Se me perguntar se me atiro à Ota de peito aberto, vou devagar e quero ver a resposta." No mesmo dia, o deputado Vítor Ramalho dizia quase o mesmo "Assisti a dois ou três debates na televisão, o que é insuficiente. Devia explicar-se aos militantes porquê a Ota" e não outros locais na margem sul.Se Ramalho pode ser suspeito (foi eleito por Setúbal), á Jorge Coelho, ex-ministro das Obras Públicas, ex-número dois de Sócrates, questionou no sábado, no "Correio da Manhã". "O país devia parar um pouco e, com seriedade, questionar isto é importante ou não é?". Coelho, que ainda assim considera a Ota "o menos mau" dos locais, dizia isto na véspera de se conhecer o estudo da NAV que coloca várias reservas à construção do aeroporto precisamente na Ota.Há, ainda, outros socialistas, mesmo no núcleo duro de José Sócrates, que, apurou o JN, são frontalmente contra a localização do aeroporto na Ota e já o comunicaram ao primeiro-ministro. Em oposição firme mantém-se João Soares, que continua a dizer que a Ota é "um disparate". Em 2001, o então autarca de Lisboa acrescentava à expressão um cáustico "colossal". Já Elisa Ferreira, ex-ministra e hoje eurodeputada, dizia no semanário "Sol" ter "muitas dúvidas" sobre a Ota, por não ter sido demonstrada "a rentabilidade" da obra. "É importante o cidadão saber quanto é que vai ter de pagar", concluía.Decisão tomadaEnquanto as dúvidas persistem dentro do próprio PS, no Governo a decisão diz-se irreversível. "Já se ponderou, a decisão já está tomada", alega fonte de São Bento. "Podem pedir mais esclarecimentos, mas isso não vai levar a uma mudança". A frase é final e corrobora as palavras de Mário Lino, no dia em que o estudo da NAV foi conhecido. No Governo, explica-se que foram pedidos estudos "até" a técnicos estrangeiros, e que mesmo os dois últimos governos do PSD se manifestaram favoráveis à opção pela Ota.Nada que tenha convencido o ex-ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, que no início de Fevereiro (ano e meio após a sua demissão) disse que o futuro aeroporto teria um "curto prazo de vida", para além de ser "difícil de aterrar", ou seja, evocando as más condições de segurança para lhe atribuir nota negativa.As declarações serviram, de mote a Marques Mendes para a frente de oposição que lançou ao projecto. O líder do PSD voltará, hoje, ao tema, no debate mensal com José Sócrates, no Parlamento. Os sociais-democratas querem saber por que é que o estudo da NAV não era público (ao contrário de estudos favoráveis) e insistirá na necessidade de um "amplo consenso técnico" de que falou o presidente da República. É segredo guardado (quase) às sete chaves, mas o líder da Confederação da Indústria Portuguesa decidiu pedir um novo estudo, paralelo aos do Governo, sobre o aeroporto da Ota. A informação foi tornada pública por... Marcelo Rebelo de Sousa, no último domingo.No seu espaço habitual de comentário da RTP, o ex-presidente do PSD disse o que sabia "Um grupo de empresários, a que está ligado o presidente da CIP, encomendou um novo estudo e terá falado dele já ao presidente da República e ao primeiro-ministro. Ao JN, Francisco Van Zeller (presidente da CIP) é caústico na resposta "Sobre isso não posso falar". Mas desmente a informação?, perguntou o JN. "Sobre isso não digo absolutamente nada", diz Van Zeller.Enquanto os estudos avançam e o Governo espera a análise custo-benefício, o próprio presidente da República já deixou marcada uma posição. Para além de aguardar os resultados dessa mesma análise, disse que a decisão sobre a localização caberá "aos técnicos". Não por acaso, o PSD anunciou um dia depois que vai convocar um seminário técnico para fazer a discussão. A capacidade máxima É um dos pontos mais controversos do projecto. O Governo assegura, com base nos estudos oficiais, que a Ota ficará preparada para receber 50 milhões de passageiros por ano, sendo previsível que em 2050 (33 anos depois da inauguração) a afluência seja menor 42 milhões. Uma previsão a mais longo prazo é, disse Mário Lino, "adivinhar". Mas o último estudo da NAV, dado a conhecer pelo semanário "Sol" este fim-de-semana, garante que não. E aponta que a sua capacidade se esgota em 13 anos.Limitações de voosDificuldades geográficas, mas também a existência de uma base da Força Aérea na proximidade, podem tornar limitada a capacidade de aterragens/descolagens de mais de um avião em simultâneo. Assim o diz o mesmo relatório da NAV e outros especialistas. O Governo já anunciou a constituição de uma comissão (também com o Ministério da Defesa) para resolver o problema.Construção difícilAs questões de engenharia têm sido levantadas por vários técnicos que se manifestam contra a localização. O último foi José Leite Pinto, que debateu o assunto com o ministro na Sic-Notícias. Mário Lino contestou as dificuldades.Queixas do turismoA Associação de Turismo de Lisboa até já pediu um estudo a uma consultora sobre o assunto, para a conclusão esperada que o turismo da capital será prejudicado em 16%. A Câmara de Lisboa, desde o tempo de João Soares, afirma o mesmo. Mas nos sucessivos governos, a tese não tem tido qualquer eco.Portela esgotadaTem sido a principal fundamentação para uma decisão rápida. Mário Lino, suportado nos estudos realizados, garante que a Portela terá capacidade esgotada em cinco anos. O sindicatos dos pilotos corrobora. E já ninguém contesta.COMENTÁRIO: Não vale a pena continuar a dizer "mal" da Ota. Irá para a frente doa a quem doer (Portugueses). Só fiquei admirado com o João Soares! Os terrenos não são do papá???

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