O último bom gestor que a TAP teve antes de ser "nacionalizada" foi o Engenheiro Vaz Pinto. Homem de visão e com grande dinamismo que soube o que fazia e geriu bem a TAP até de lá saiu.A TAP então dava lucros. Essencialmente porque tinha linhas exclusivas para o Ultramar de Portugal nas quais fazia lucros fabulosos. Os empregados até recebiam "partilha dos lucros". Mais tarde tal tranformou-se tal em Subsídio de Férias e decimo terceiro mês....já que lucros, esses deixaram de haver e as massas e os seus lideres (dentro da TAP) todos eles queriam mais dinheiro.A TAP de então virou empresa que possuia equipamento moderno ( Caqravelle e Boing), todos os seus aviões sendo de jacto. Foi a primeira empresa Europeia a ter toda uma frota inteiramente constituida por aviões de jacto.Chegou a operar dois B747 diarios entre Luanda e Lisboa. Sempre cheios !A companhia era já entao gerida pelos "boys" , muitos deles la postos pelo regime do então já decadente Estado Novo. Mas aqueles "boys", com o Vaz Pinto à frente, até geriam bem e tinham visão, e a empresa tinha menos de 5000 empregados então.Ao que parece, eles atá nem se abotoavam como os outros "boys" mais tarde nomeados pelos sucessivos governos após a Revolucão.Os comités saneadores manipulados pelos esquerdalhos do PCP e do MRPP puseram-nos todos foram por razões politicas, por serem "fascistas", não por haverem descoberto corrupcão. Com o 25 de Abril tudo mudou. A perda das linhas altamente lucrativas para o Ultramar (especialmente a de Lisboa-Luanda) aliadas as reivindicacoes de toda a ordem, aos saneamentos selvagens, a confusão interna, o asco ao trabalho, os comicios constantes... tudo ajudou a dar a "machadada" na empresa.Alguns gestores tentaram mudar as coisas, mas politicamente não podiam nem tinham forca para isso. Os diferentes governos não os deixavam impôr a disciplina mínima necessária para o bom funcionamento de qualquer empresa.O "povo era quem mais ordenava"... e a TAP existia para bem do "povo" , ou seja da burocrtacia interna que chegou a ascender a mais de 12 mil empregados, e não dos seus clientes (aqueles que queriam seguir suportando a sua companhia nacional preferindo voar nela) e muito menos dos que através das taxas a suportavam, isto é, o contribuinte nacional.Enfim, um caos, uma bagunca em que ninguem mandava , ninguem queria desagradar fosse a quem fosse e o desejo de trabalhar era muito pouco a todos os níveis.Queria-se sim continuar a ordenhar a "velha vaca" ( a TAP) ao máximo, mesmo já quando a vaca não tinha leite para dar.Todos os amigos dos amigos no Governo (fosse qual fosse o partido no poder) iam parar a TAP como Gestores. Eram todos grandes gestores...de grandes qualidades e valores.Só que a unica coisa que parecia saberem fazer era votar benefícios para eles próprios e suas familias e ganhar salários avantajados que nem sequer mereciam pois o que faziam era porcaria.Em determinada altura e recomendado pelo Presidente da Swissair ( as pressões de Bruxelas proibiriam em determinada altura que Governo de Portugal de continuar a subsidiar a bagunçada na TAP) Uma Ministra - ao qual pertencia a tutela da TAP - resolveu contractar o Sr. Pinto (ex-Presidente da Varig) a vir para a TAP e tentar geri-la como deve de ser. E assim foi ! O homem veio e trouxe com ele 3 ajudantes que colocou em posições chaves dentro da TAP. Tinha um plano a curto e a longo prazo e implementou-os. Houve montes de críticas e queixas a sua actuação. Os "boys" que haviam sido postos na TAP pelo governo fizeram tudo para sabotá-lo. Mas o homem tinha coragem e determinação, Continuou em frente com os seus planos.Uma coisa que fez que me impressionou muito favorávelmente foi ele instituir um processo de comunicação directa entre ele e os empregados . Através dessa sua missiva dava-nos conhecimento do que tinha em mente fazer e até podiamos contactá-lo. Antes dele nunca NINGUÉM havia tido sequer feito um esforço para comunicar com o pessoal. Este Sr. Pinto, numa viagem ao Oriente via EUA, tendo ficado um dia em trânsito, em Los Angeles, convidou a Representante local da TAP para um encrontro em que ouviu opiniões e deu ideias. NUNCA ninguém antes dele (mesmo a niveis muito abaixo de Presidente) haviam feito tal coisa. O quê? Suas Excelências, os Directores, terem uma reunião com um simples empregado, quando podiam melhor utilizarem o tempo de trânsito e ir fazer compras com suas esposas em Beverly Hill ??Portanto nada me surpreende que a TAP esteja dando lucros. Ainda bem e podemos agradecer ao brasileiro Eng. Pinto, que tivemos a sorte de vir parar a TAP, em tão boa altura. Só prova que uma empresa (privada ou do Estado) desde que seja BEM ADMINISTRADA e liderada por gente que não tem medo de trabalhar e de ser firme, apresenta sempre resultados. Falo como ex-empregado TAP que fui durante 36 anos (1967-2003), em Portugal e nos EUA, antes e depois do 25 de Abril e que ocupou as mais variadas posições como empregado e como gerente naquela empresa que ainda representa Portugal para muitos de nos espalhados pelo Mundo.Renato NunesSó é pena que o que é bem gerido em Portugal não seja tomado como exemplo e se pense logo em privatizar para o lucro fácil... mas que acaba.Abraço
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O último bom gestor que a TAP teve antes de ser "nacionalizada" foi o Engenheiro Vaz Pinto. Homem de visão e com grande dinamismo que soube o que fazia e geriu bem a TAP até de lá saiu.A TAP então dava lucros. Essencialmente porque tinha linhas exclusivas para o Ultramar de Portugal nas quais fazia lucros fabulosos. Os empregados até recebiam "partilha dos lucros". Mais tarde tal tranformou-se tal em Subsídio de Férias e decimo terceiro mês....já que lucros, esses deixaram de haver e as massas e os seus lideres (dentro da TAP) todos eles queriam mais dinheiro.A TAP de então virou empresa que possuia equipamento moderno ( Caqravelle e Boing), todos os seus aviões sendo de jacto. Foi a primeira empresa Europeia a ter toda uma frota inteiramente constituida por aviões de jacto.Chegou a operar dois B747 diarios entre Luanda e Lisboa. Sempre cheios !A companhia era já entao gerida pelos "boys" , muitos deles la postos pelo regime do então já decadente Estado Novo. Mas aqueles "boys", com o Vaz Pinto à frente, até geriam bem e tinham visão, e a empresa tinha menos de 5000 empregados então.Ao que parece, eles atá nem se abotoavam como os outros "boys" mais tarde nomeados pelos sucessivos governos após a Revolucão.Os comités saneadores manipulados pelos esquerdalhos do PCP e do MRPP puseram-nos todos foram por razões politicas, por serem "fascistas", não por haverem descoberto corrupcão. Com o 25 de Abril tudo mudou. A perda das linhas altamente lucrativas para o Ultramar (especialmente a de Lisboa-Luanda) aliadas as reivindicacoes de toda a ordem, aos saneamentos selvagens, a confusão interna, o asco ao trabalho, os comicios constantes... tudo ajudou a dar a "machadada" na empresa.Alguns gestores tentaram mudar as coisas, mas politicamente não podiam nem tinham forca para isso. Os diferentes governos não os deixavam impôr a disciplina mínima necessária para o bom funcionamento de qualquer empresa.O "povo era quem mais ordenava"... e a TAP existia para bem do "povo" , ou seja da burocrtacia interna que chegou a ascender a mais de 12 mil empregados, e não dos seus clientes (aqueles que queriam seguir suportando a sua companhia nacional preferindo voar nela) e muito menos dos que através das taxas a suportavam, isto é, o contribuinte nacional.Enfim, um caos, uma bagunca em que ninguem mandava , ninguem queria desagradar fosse a quem fosse e o desejo de trabalhar era muito pouco a todos os níveis.Queria-se sim continuar a ordenhar a "velha vaca" ( a TAP) ao máximo, mesmo já quando a vaca não tinha leite para dar.Todos os amigos dos amigos no Governo (fosse qual fosse o partido no poder) iam parar a TAP como Gestores. Eram todos grandes gestores...de grandes qualidades e valores.Só que a unica coisa que parecia saberem fazer era votar benefícios para eles próprios e suas familias e ganhar salários avantajados que nem sequer mereciam pois o que faziam era porcaria.Em determinada altura e recomendado pelo Presidente da Swissair ( as pressões de Bruxelas proibiriam em determinada altura que Governo de Portugal de continuar a subsidiar a bagunçada na TAP) Uma Ministra - ao qual pertencia a tutela da TAP - resolveu contractar o Sr. Pinto (ex-Presidente da Varig) a vir para a TAP e tentar geri-la como deve de ser. E assim foi ! O homem veio e trouxe com ele 3 ajudantes que colocou em posições chaves dentro da TAP. Tinha um plano a curto e a longo prazo e implementou-os. Houve montes de críticas e queixas a sua actuação. Os "boys" que haviam sido postos na TAP pelo governo fizeram tudo para sabotá-lo. Mas o homem tinha coragem e determinação, Continuou em frente com os seus planos.Uma coisa que fez que me impressionou muito favorávelmente foi ele instituir um processo de comunicação directa entre ele e os empregados . Através dessa sua missiva dava-nos conhecimento do que tinha em mente fazer e até podiamos contactá-lo. Antes dele nunca NINGUÉM havia tido sequer feito um esforço para comunicar com o pessoal. Este Sr. Pinto, numa viagem ao Oriente via EUA, tendo ficado um dia em trânsito, em Los Angeles, convidou a Representante local da TAP para um encrontro em que ouviu opiniões e deu ideias. NUNCA ninguém antes dele (mesmo a niveis muito abaixo de Presidente) haviam feito tal coisa. O quê? Suas Excelências, os Directores, terem uma reunião com um simples empregado, quando podiam melhor utilizarem o tempo de trânsito e ir fazer compras com suas esposas em Beverly Hill ??Portanto nada me surpreende que a TAP esteja dando lucros. Ainda bem e podemos agradecer ao brasileiro Eng. Pinto, que tivemos a sorte de vir parar a TAP, em tão boa altura. Só prova que uma empresa (privada ou do Estado) desde que seja BEM ADMINISTRADA e liderada por gente que não tem medo de trabalhar e de ser firme, apresenta sempre resultados. Falo como ex-empregado TAP que fui durante 36 anos (1967-2003), em Portugal e nos EUA, antes e depois do 25 de Abril e que ocupou as mais variadas posições como empregado e como gerente naquela empresa que ainda representa Portugal para muitos de nos espalhados pelo Mundo.Renato NunesSó é pena que o que é bem gerido em Portugal não seja tomado como exemplo e se pense logo em privatizar para o lucro fácil... mas que acaba.Abraço