Funes, el memorioso: O espectáculo da ignorância

24-12-2009
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Fora do âmbito do exercício do direito de resposta, o que é que leva alguém a escrever uma carta a um jornal?Evidentemente, a mesma razão que leva o comum dos mortais a criar e a manter um blogue: o pedantismo e o exibicionismo.O escritor de cartas para jornais e o blogueiro (pelo menos, falo por mim) são tipos presunçosos e vaidosos que, por uma qualquer imperscrutável e absurda razão, alimentam a ideia peregrina que têm qualquer coisa a dizer ao mundo e que este tem a obrigação de os escutar. Eu, por exemplo, que me espanto todos os dias com a quantidade de pessoas que perdem tempo a ler a estupidez que corre na blogosfera, nunca consegui, ao mesmo tempo, compreender como pode haver gente tão imbecil que se dispense a leitura dos meus posts.Normalmente (falo por mim outra vez), o blogueiro não passa de um intelectualóide armado aos cágados. Cita autores difíceis que não leu, critica opiniões que desconhece, arrasa pensamentos que não compreende. Tenta passar a imagem, não do merdas que realmente é, mas do grande e iluminado pensador que sonha ser. Em regra, o que deixa transparecer é o espectáculo degradante e confrangedor da exposta ignorância.Hoje, no jornal “Público”, um tal Rui Marques, do Porto, ultrapassa os limites do razoável e, sob o título “A absurda banalidade do mal: a vulgaridade do monstro Fritzl”, dá um festival completo de ignorância pedante. Não resisto a transcrever as suas primeiras frases:“Hannah Arendt, a extraordinária filósofa de origem judaica, escreveu no século XX um livro sobre a Banalidade do Mal, a respeito do Julgamento de Nuremberga. No banco dos réus estava a elite do nazismo alemão, e a liderá-los, como símbolo máximo da famigerada Solução Final, havia um homenzinho medíocre, sem rasgo, chamado Adolf Eichemann, que tentou fugir à condenação, argumentando que não passava de um funcionário que cumpria ordens.”Não sei se o "Público" publicou a carta para que todos pudéssemos gozar o tal Marques, se por os seus redactores serem tão ignorantes como ele.


Fora do âmbito do exercício do direito de resposta, o que é que leva alguém a escrever uma carta a um jornal?Evidentemente, a mesma razão que leva o comum dos mortais a criar e a manter um blogue: o pedantismo e o exibicionismo.O escritor de cartas para jornais e o blogueiro (pelo menos, falo por mim) são tipos presunçosos e vaidosos que, por uma qualquer imperscrutável e absurda razão, alimentam a ideia peregrina que têm qualquer coisa a dizer ao mundo e que este tem a obrigação de os escutar. Eu, por exemplo, que me espanto todos os dias com a quantidade de pessoas que perdem tempo a ler a estupidez que corre na blogosfera, nunca consegui, ao mesmo tempo, compreender como pode haver gente tão imbecil que se dispense a leitura dos meus posts.Normalmente (falo por mim outra vez), o blogueiro não passa de um intelectualóide armado aos cágados. Cita autores difíceis que não leu, critica opiniões que desconhece, arrasa pensamentos que não compreende. Tenta passar a imagem, não do merdas que realmente é, mas do grande e iluminado pensador que sonha ser. Em regra, o que deixa transparecer é o espectáculo degradante e confrangedor da exposta ignorância.Hoje, no jornal “Público”, um tal Rui Marques, do Porto, ultrapassa os limites do razoável e, sob o título “A absurda banalidade do mal: a vulgaridade do monstro Fritzl”, dá um festival completo de ignorância pedante. Não resisto a transcrever as suas primeiras frases:“Hannah Arendt, a extraordinária filósofa de origem judaica, escreveu no século XX um livro sobre a Banalidade do Mal, a respeito do Julgamento de Nuremberga. No banco dos réus estava a elite do nazismo alemão, e a liderá-los, como símbolo máximo da famigerada Solução Final, havia um homenzinho medíocre, sem rasgo, chamado Adolf Eichemann, que tentou fugir à condenação, argumentando que não passava de um funcionário que cumpria ordens.”Não sei se o "Público" publicou a carta para que todos pudéssemos gozar o tal Marques, se por os seus redactores serem tão ignorantes como ele.

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