PUXAPALAVRA: Vitória histórica do PS e de toda a esquerda

31-05-2010
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Vitória histórica do PS e de toda a esquerda

Resultados das eleições para o Parlamento, em 2005-02 20, em % de votos e número de deputados

Partidos V % 2005 V % 2002 Nºdep 2005 Nºdep 2002 PS 45,05 37,8 120 95 PSD 28,7 40,1 72 102 CDU 7,6 7 14 12

CDD-PP 7,3 8,8 12 14 BE 6,4 2,8 8 3

Notas: f altam os 4 deputados da emigração que deverão ir 2 para o PS e 2 para o PSD.

Comentários:

1 - Grande vitória do PS e de Sócrates. E o melhor resultado para Portugal.

2 - Grande vitória do BE.

3 - Vitória moderada da CDU e vitória pessoal de Jerónimo de Sousa.

4 - A maior maioria de esquerda na AR, 144 deputados contra 89.

5 - Derrota estrondosa do Governo de Durão Barroso e do Santanismo. Derrota das premeditadas falsas promessas de Barroso. Castigo da sua fuga do Governo após a grande derrota das europeias. E derrota do Santanismo que o mesmo é dizer do populismo, da mediocridade, do culto lamechas da personalidade, da campanha reles e da falta de carácter. E derrota do Paulinho das Feiras na versão Homem de Estado a sacudir a água do capote da má governação.

Se os resultados e a reacção dos líders corresponderam à minha expectativa já a de Paulo Portas se demitir surpreendeu-me. Mas julgo que ele está a apostar na vaga de fundo que mobilizará para regressar em ombros. Se for assim é uma jogada bem pensada e salvadora mas exemplo de pouca seriedade política, aliás corriqueira.

Enquanto na conferência de imprensa após os resultados eleitorais, Paulo Portas pôs cara de funeral, Pedro Santana Lopes, veio, sem surpresa, a sorrir num misto de representação e autêntica pena de si, cujas fronteiras ele próprio já não deve distinguir. Vai dar luta como já aqui tinha dito. Talvez queira entregar o PSD a um amigo de confiança que o apoie para Belém, como disse António Barreto na RTP. O PSD, o antigo, vai ter de se mexer e organizar rapidamente e não sei se conseguirá ir a tempo de um congresso que será convocado para não dar tempo aos adversários internos.

Sócrates vai ter um país com muitas dificuldades pela frente. Ao contrário dos desafios dos últimos trinta anos não tem agora nada para a troca. Nem mão de obra barata nem mão de obra qualificada. Tem de importar quase tudo e tem pouca coisa que que consiga vender. Para mudar este estado de coisas é necessário que o Estado crie condições favoráveis à competitividade e ao desenvolvimento. Para isso necessita de mais dinheiro e menos despesas improdutivas. Reforma da Administração Pública, Plano Tecnológico e... tempo. Vários anos.

Sócrates reafirmou os seus objectivos e não se esqueceu do combate à pobreza. É indispensável que não sejam apenas os mesmos do costume a arcar com todos os sacrifícios. Para apertar o cinto aos muito ricos é necessário querer e depois ganhar apoio social para poder. Não sei se se irá por esse caminho. Mesmo que a parte de sacrifício dos grandes possa não ter em termos absolutos, à escala do orçamento, grande expressão, é um sinal indispensável para que os que podem menos aceitem a sua quota parte de sacrifícios e seja mantida a indispensável coesão social, até para que o Governo se possa manter!

Vitória histórica do PS e de toda a esquerda

Resultados das eleições para o Parlamento, em 2005-02 20, em % de votos e número de deputados

Partidos V % 2005 V % 2002 Nºdep 2005 Nºdep 2002 PS 45,05 37,8 120 95 PSD 28,7 40,1 72 102 CDU 7,6 7 14 12

CDD-PP 7,3 8,8 12 14 BE 6,4 2,8 8 3

Notas: f altam os 4 deputados da emigração que deverão ir 2 para o PS e 2 para o PSD.

Comentários:

1 - Grande vitória do PS e de Sócrates. E o melhor resultado para Portugal.

2 - Grande vitória do BE.

3 - Vitória moderada da CDU e vitória pessoal de Jerónimo de Sousa.

4 - A maior maioria de esquerda na AR, 144 deputados contra 89.

5 - Derrota estrondosa do Governo de Durão Barroso e do Santanismo. Derrota das premeditadas falsas promessas de Barroso. Castigo da sua fuga do Governo após a grande derrota das europeias. E derrota do Santanismo que o mesmo é dizer do populismo, da mediocridade, do culto lamechas da personalidade, da campanha reles e da falta de carácter. E derrota do Paulinho das Feiras na versão Homem de Estado a sacudir a água do capote da má governação.

Se os resultados e a reacção dos líders corresponderam à minha expectativa já a de Paulo Portas se demitir surpreendeu-me. Mas julgo que ele está a apostar na vaga de fundo que mobilizará para regressar em ombros. Se for assim é uma jogada bem pensada e salvadora mas exemplo de pouca seriedade política, aliás corriqueira.

Enquanto na conferência de imprensa após os resultados eleitorais, Paulo Portas pôs cara de funeral, Pedro Santana Lopes, veio, sem surpresa, a sorrir num misto de representação e autêntica pena de si, cujas fronteiras ele próprio já não deve distinguir. Vai dar luta como já aqui tinha dito. Talvez queira entregar o PSD a um amigo de confiança que o apoie para Belém, como disse António Barreto na RTP. O PSD, o antigo, vai ter de se mexer e organizar rapidamente e não sei se conseguirá ir a tempo de um congresso que será convocado para não dar tempo aos adversários internos.

Sócrates vai ter um país com muitas dificuldades pela frente. Ao contrário dos desafios dos últimos trinta anos não tem agora nada para a troca. Nem mão de obra barata nem mão de obra qualificada. Tem de importar quase tudo e tem pouca coisa que que consiga vender. Para mudar este estado de coisas é necessário que o Estado crie condições favoráveis à competitividade e ao desenvolvimento. Para isso necessita de mais dinheiro e menos despesas improdutivas. Reforma da Administração Pública, Plano Tecnológico e... tempo. Vários anos.

Sócrates reafirmou os seus objectivos e não se esqueceu do combate à pobreza. É indispensável que não sejam apenas os mesmos do costume a arcar com todos os sacrifícios. Para apertar o cinto aos muito ricos é necessário querer e depois ganhar apoio social para poder. Não sei se se irá por esse caminho. Mesmo que a parte de sacrifício dos grandes possa não ter em termos absolutos, à escala do orçamento, grande expressão, é um sinal indispensável para que os que podem menos aceitem a sua quota parte de sacrifícios e seja mantida a indispensável coesão social, até para que o Governo se possa manter!

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