Mãos ao ar: De Penalty em Penalty

28-05-2010
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Ok. Um penalty assinalado contra o Sporting até é charmoso. É giro, rimo-nos todos com vontade. Passamos um bom bocado.Dois penalties ainda são engraçados. Já não são tão histéricos, é verdade, mas ainda têm um certo humor clássico, como um sketch do Raúl Solnado ou um livro do José Rodrigues dos Santos (embora, no caso deste último, não tenho absoluta certeza de que o humor seja voluntário).Três, quatro ou cinco penalties já passam claramente das marcas. São um sintoma de que os badamecos do apito perderam nitidamente o medo. Escuso de lembrar que, no último mês de competição, assinalaram-se cinco penalties em seis jogos contra o Sporting. Cinco em seis! Que me importa se houve, ou não, falta nos lances em causa? É o princípio que me assusta: começam a marcar-se penalties contra o Sporting e qualquer dia o Benfica já não beneficia de dois golos irregulares por jogo! É assim que começam as revoluções. Devagarinho. Um penalty aqui. Um golo marcado com um jogador do Penafiel estropiado no relvado. Uma mutilação perdoada ao Petit Outro penalty acolá.Mas, dizia eu, há aqui uma questão de princípio. Há evidências de falta de respeito, de perda de medo. Vi suficientes filmes de mafiosos para perceber que isto é o princípio do fim: um dia, Dom Giuseppe fica de mão estendida para cumprimentar Alberto e Piercarlo; no outro dia, jaz, inerte e crivado de balas, no chão do seu restaurante, com a boca ainda cheia de spaghetti carbonara.De maneiras que… o que nos resta fazer? Podemos optar pela solução iraniana: espancamos o primeiro árbitro que encontrarmos (não empurrem, meus senhores, chega para todos!), escavacamos aleatoriamente um bairro da cidade (pode ser a Madragoa que é sempre um inferno para lá estacionar!) e culpamos a globalização, os cartoons dinamarqueses e o bigode da Ana Drago.Mas nós somos um clube diferente, lembram-se? Resta-nos, pois, um único recurso digno: choramingar que temos sido gamados semanalmente e que a gracinha, qualquer dia, ainda nos custa pontos. A estratégia pacifista, aliás, tem tido um resultadão desde 1982.

Ok. Um penalty assinalado contra o Sporting até é charmoso. É giro, rimo-nos todos com vontade. Passamos um bom bocado.Dois penalties ainda são engraçados. Já não são tão histéricos, é verdade, mas ainda têm um certo humor clássico, como um sketch do Raúl Solnado ou um livro do José Rodrigues dos Santos (embora, no caso deste último, não tenho absoluta certeza de que o humor seja voluntário).Três, quatro ou cinco penalties já passam claramente das marcas. São um sintoma de que os badamecos do apito perderam nitidamente o medo. Escuso de lembrar que, no último mês de competição, assinalaram-se cinco penalties em seis jogos contra o Sporting. Cinco em seis! Que me importa se houve, ou não, falta nos lances em causa? É o princípio que me assusta: começam a marcar-se penalties contra o Sporting e qualquer dia o Benfica já não beneficia de dois golos irregulares por jogo! É assim que começam as revoluções. Devagarinho. Um penalty aqui. Um golo marcado com um jogador do Penafiel estropiado no relvado. Uma mutilação perdoada ao Petit Outro penalty acolá.Mas, dizia eu, há aqui uma questão de princípio. Há evidências de falta de respeito, de perda de medo. Vi suficientes filmes de mafiosos para perceber que isto é o princípio do fim: um dia, Dom Giuseppe fica de mão estendida para cumprimentar Alberto e Piercarlo; no outro dia, jaz, inerte e crivado de balas, no chão do seu restaurante, com a boca ainda cheia de spaghetti carbonara.De maneiras que… o que nos resta fazer? Podemos optar pela solução iraniana: espancamos o primeiro árbitro que encontrarmos (não empurrem, meus senhores, chega para todos!), escavacamos aleatoriamente um bairro da cidade (pode ser a Madragoa que é sempre um inferno para lá estacionar!) e culpamos a globalização, os cartoons dinamarqueses e o bigode da Ana Drago.Mas nós somos um clube diferente, lembram-se? Resta-nos, pois, um único recurso digno: choramingar que temos sido gamados semanalmente e que a gracinha, qualquer dia, ainda nos custa pontos. A estratégia pacifista, aliás, tem tido um resultadão desde 1982.

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