Assertivo: CANDIDATOS

28-05-2010
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1. Estou farto do Bloco de Esquerda. Detesto aquela altivez de quem tem sempre razão, de que Francisco Louçã e Fernando Rosas fazem alarde; não tenho paciência para a pretensa superioridade intelectual de gente como Ana Drago, e não suporto o dogmatismo de um Teixeira Lopes. Um dia fui apresentado a uma deputada do BE, que permanecerá anónima. Concluí que sou mais de esquerda (sem ser mais radical) do que a deputada, que a minha mente é mais livre e mais aberta, e que as minhas ideias são mais avançadas que as do BE. Mérito meu? Não. Demérito dela! Ela é que está na política, defendendo ideais pretensamente de esquerda, e não eu.Vem isto a propósito da candidatura de Francisco Louçã à presidência da República. Para que serve esta candidatura? Para dar um pouco mais de exposição, através da campanha eleitoral? É que não estou a ver outro objectivo. Não é certamente por F. Louçã acreditar que pode ser Presidente. (Valha-nos Deus: um pregador da esquerda-caviar em Belém! Conseguem imaginar?...) A única ideia que me ocorre, diante desta candidatura, é a seguinte especulação teórica. Vamos imaginar que se apresentam quatro candidatos às presidenciais: Soares, Cavaco, Louçã (dou de barato que Jerónimo de Sousa vai desistir a favor de Soares, porque os comunistas são mais inteligentes que os «bloquistas») e outro caramelo qualquer, daqueles que vale 0,1% dos votos. Para que serve a candidatura de Louçã, já que o Presidente tem de ser eleito com metade mais um dos votos expressos? Para impedir a vitória de Soares e obrigar a uma segunda volta! Para obrigar a mais uma dispendiosa campanha eleitoral, a mais um acto eleitoral (igualmente dispendioso), para causar um pouco mais de desgaste no eleitorado e para prolongar um pouco mais a incerteza quanto ao nome do futuro Presidente. São estes os nobres propósitos do BE. O que esta gente faz para dar nas vistas!...2. Quem não é candidato à presidência da República – mas é candidato à presidência de uma câmara, e seria candidato ao xilindró se vivêssemos num país com uma justiça decente – é o major V. Loureiro. A criatura fez uma conferência de imprensa, talvez para lembrar ao país o tipo de criatura grosseira, insolente e insuportável que nunca deixou de ser. A conferência veio a propósito de uma notícia que o dava como sendo um dos cento e setenta e um arguidos contra os quais havia sido proferido despacho de acusação no âmbito do «processo apito dourado». Entre outras preciosidades, o major brindou-nos com este paradoxo: acha que a justiça está a entrar em domínios que não são «da sua jurisdição», como a política; mas, ao mesmo tempo, apela ao governo que ponha a justiça na ordem!E diz também o major V. que esta sua putativa acusação demonstra as tais ingerências da justiça na política, o que dá azo à vingança privada. Conseguem ler aqui a ameaça? Será que ainda há quem não tenha percebido que o major V. não passa de um sacana?

1. Estou farto do Bloco de Esquerda. Detesto aquela altivez de quem tem sempre razão, de que Francisco Louçã e Fernando Rosas fazem alarde; não tenho paciência para a pretensa superioridade intelectual de gente como Ana Drago, e não suporto o dogmatismo de um Teixeira Lopes. Um dia fui apresentado a uma deputada do BE, que permanecerá anónima. Concluí que sou mais de esquerda (sem ser mais radical) do que a deputada, que a minha mente é mais livre e mais aberta, e que as minhas ideias são mais avançadas que as do BE. Mérito meu? Não. Demérito dela! Ela é que está na política, defendendo ideais pretensamente de esquerda, e não eu.Vem isto a propósito da candidatura de Francisco Louçã à presidência da República. Para que serve esta candidatura? Para dar um pouco mais de exposição, através da campanha eleitoral? É que não estou a ver outro objectivo. Não é certamente por F. Louçã acreditar que pode ser Presidente. (Valha-nos Deus: um pregador da esquerda-caviar em Belém! Conseguem imaginar?...) A única ideia que me ocorre, diante desta candidatura, é a seguinte especulação teórica. Vamos imaginar que se apresentam quatro candidatos às presidenciais: Soares, Cavaco, Louçã (dou de barato que Jerónimo de Sousa vai desistir a favor de Soares, porque os comunistas são mais inteligentes que os «bloquistas») e outro caramelo qualquer, daqueles que vale 0,1% dos votos. Para que serve a candidatura de Louçã, já que o Presidente tem de ser eleito com metade mais um dos votos expressos? Para impedir a vitória de Soares e obrigar a uma segunda volta! Para obrigar a mais uma dispendiosa campanha eleitoral, a mais um acto eleitoral (igualmente dispendioso), para causar um pouco mais de desgaste no eleitorado e para prolongar um pouco mais a incerteza quanto ao nome do futuro Presidente. São estes os nobres propósitos do BE. O que esta gente faz para dar nas vistas!...2. Quem não é candidato à presidência da República – mas é candidato à presidência de uma câmara, e seria candidato ao xilindró se vivêssemos num país com uma justiça decente – é o major V. Loureiro. A criatura fez uma conferência de imprensa, talvez para lembrar ao país o tipo de criatura grosseira, insolente e insuportável que nunca deixou de ser. A conferência veio a propósito de uma notícia que o dava como sendo um dos cento e setenta e um arguidos contra os quais havia sido proferido despacho de acusação no âmbito do «processo apito dourado». Entre outras preciosidades, o major brindou-nos com este paradoxo: acha que a justiça está a entrar em domínios que não são «da sua jurisdição», como a política; mas, ao mesmo tempo, apela ao governo que ponha a justiça na ordem!E diz também o major V. que esta sua putativa acusação demonstra as tais ingerências da justiça na política, o que dá azo à vingança privada. Conseguem ler aqui a ameaça? Será que ainda há quem não tenha percebido que o major V. não passa de um sacana?

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