Não é desta que as turmas ficam mais pequenas

19-09-2010
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Projectos de lei do PCP e do BE não vão conseguir passar na Assembleia da República

A votação dos projectos de lei do BE e do PCP ficou adiada para a próxima semana, mas Miguel Reis, dirigente do movimento que reuniu 18 mil assinaturas em defesa da redução do número de alunos por turma, saiu ontem da Assembleia da República (AR) consciente de que "ainda não é desta que a decisão é tomada". "Os deputados do PSD e do PP vão abster-se e o PS está mesmo convencido de que o sucesso escolar se atinge com discursos patéticos e psicologia barata de exaltação do esforço", criticou.

A coincidência do debate do Parlamento com o início deste ano lectivo foi desejada pelos promotores do Movimento Escola Pública, que esperaram pelo final da última sessão legislativa para entregar a petição na AR. "Não se perdeu tudo: pusemos o assunto em discussão na altura e agora", avaliou Miguel Reis, que garante que o movimento "não deixará que o tema caia no esquecimento".

Os argumentos contra e a favor, ontem, não foram muito diferentes dos que foram esgrimidos em Maio, altura em que a petição se tornou notícia por reunir 16 mil subscritores em menos de um mês. PCP e BE, pelas vozes de Rita Rato e Ana Drago, respectivamente, denunciaram o prejuízo para o sucesso escolar que representa a sobrelotação das turmas. A primeira criticando a visão economicista de sucessivos governos; e a segunda sublinhando que um acompanhamento diferenciado dos alunos não é compatível com turmas de 28 alunos e com 170 estudantes por professor.

José Manuel Rodrigues, do CDS-PP, defendeu a "influência directa" entre a diminuição do número de alunos por turma e o aproveitamento escolar, mas mostrou reservas quanto à possibilidade de aplicação da medida, que prometeu estudar. Disse-se preocupado, entre outros aspectos, com os efeitos do alargamento da escolaridade obrigatória nos estabelecimentos de ensino "já sobrelotados". João Prata informou que o PSD se irá abster, dizendo que a justeza das reivindicações "tem implícitas questões de natureza económica" que aquele partido "não pode deixar de equacionar".

A deputada Conceição Casanova deixou implícito o voto contra do PS, que surpreendeu o promotor da petição, Miguel Reis, ao reconhecer que a redução de alunos por turma "é uma variável importante". Mas a verdade é que logo acrescentou que "não é a única", para desvalorizar uma proposta que a socialista considera resultante de "uma visão demasiado simplista" e "desenquadrada de outros aspectos que concorrem para o sucesso escolar". Actualmente, a lei estabelece que o número de estudantes nas turmas do 5.º ao 12.º ano varie entre os 24 e os 28 alunos e que no primeiro ciclo não seja superior a 24. Pretendiam os subscritores da petição que os números baixassem, respectivamente, para 22 e 19. Miguel Reis considerou ontem que aquela medida seria "um passo importante de muitos que é preciso dar" e, neste contexto, disse-se preocupado com episódios como o da mensagem de Isabel Alçada aos alunos, pais e professores (http://www.min-edu.pt/np3/5144.html). "Faz uma abordagem patética da situação, parece pensar que o sucesso se atinge com psicologia barata, dispensando medidas concretas."

Projectos de lei do PCP e do BE não vão conseguir passar na Assembleia da República

A votação dos projectos de lei do BE e do PCP ficou adiada para a próxima semana, mas Miguel Reis, dirigente do movimento que reuniu 18 mil assinaturas em defesa da redução do número de alunos por turma, saiu ontem da Assembleia da República (AR) consciente de que "ainda não é desta que a decisão é tomada". "Os deputados do PSD e do PP vão abster-se e o PS está mesmo convencido de que o sucesso escolar se atinge com discursos patéticos e psicologia barata de exaltação do esforço", criticou.

A coincidência do debate do Parlamento com o início deste ano lectivo foi desejada pelos promotores do Movimento Escola Pública, que esperaram pelo final da última sessão legislativa para entregar a petição na AR. "Não se perdeu tudo: pusemos o assunto em discussão na altura e agora", avaliou Miguel Reis, que garante que o movimento "não deixará que o tema caia no esquecimento".

Os argumentos contra e a favor, ontem, não foram muito diferentes dos que foram esgrimidos em Maio, altura em que a petição se tornou notícia por reunir 16 mil subscritores em menos de um mês. PCP e BE, pelas vozes de Rita Rato e Ana Drago, respectivamente, denunciaram o prejuízo para o sucesso escolar que representa a sobrelotação das turmas. A primeira criticando a visão economicista de sucessivos governos; e a segunda sublinhando que um acompanhamento diferenciado dos alunos não é compatível com turmas de 28 alunos e com 170 estudantes por professor.

José Manuel Rodrigues, do CDS-PP, defendeu a "influência directa" entre a diminuição do número de alunos por turma e o aproveitamento escolar, mas mostrou reservas quanto à possibilidade de aplicação da medida, que prometeu estudar. Disse-se preocupado, entre outros aspectos, com os efeitos do alargamento da escolaridade obrigatória nos estabelecimentos de ensino "já sobrelotados". João Prata informou que o PSD se irá abster, dizendo que a justeza das reivindicações "tem implícitas questões de natureza económica" que aquele partido "não pode deixar de equacionar".

A deputada Conceição Casanova deixou implícito o voto contra do PS, que surpreendeu o promotor da petição, Miguel Reis, ao reconhecer que a redução de alunos por turma "é uma variável importante". Mas a verdade é que logo acrescentou que "não é a única", para desvalorizar uma proposta que a socialista considera resultante de "uma visão demasiado simplista" e "desenquadrada de outros aspectos que concorrem para o sucesso escolar". Actualmente, a lei estabelece que o número de estudantes nas turmas do 5.º ao 12.º ano varie entre os 24 e os 28 alunos e que no primeiro ciclo não seja superior a 24. Pretendiam os subscritores da petição que os números baixassem, respectivamente, para 22 e 19. Miguel Reis considerou ontem que aquela medida seria "um passo importante de muitos que é preciso dar" e, neste contexto, disse-se preocupado com episódios como o da mensagem de Isabel Alçada aos alunos, pais e professores (http://www.min-edu.pt/np3/5144.html). "Faz uma abordagem patética da situação, parece pensar que o sucesso se atinge com psicologia barata, dispensando medidas concretas."

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