Ciências Físicas e Naturais-EB 2.3 Correia Mateus: Galileu morreu faz hoje 367 anos

20-01-2011
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Publicamos o seguinte post, em estereofonia com o Blog AstroLeiria, recordando a morte do cientista cujos feitos celebramos neste Ano Internacional da Astronomia:Citando a Wikipédia:Galileu Galilei (em italiano Galileo Galilei, Pisa, 15 de fevereiro de 1564 — Florença, 8 de janeiro de 1642) foi um físico, matemático, astrónomo e filósofo italiano que teve um papel preponderante na chamada revolução científica. Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o telescópio refractor e terá sido o primeiro a utilizá-lo para fazer observações astronómicas. Com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo a principal contributo de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica. Desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, o termómetro de Galileu e o percursor do relógio de pêndulo. O método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método aristotélico mais abstracto utilizado nessa época, devido a este Galileu é considerado como o "pai da ciência moderna".Neste Ano Internacional da Astronomia não poderíamos esquecer esta data - recordemos o grande homem que foi Galileu com um poema de António Gedeão:Poema para GalileoEstou olhando para o teu retrato, meu velho pisano,aquele retrato que toda a gente conhece,em que a tua bela cabeça desabrocha e florescesobre um modesto cabeção de pano.Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.Disse Galeria dos Ofícios.)Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria...Eu sei... Eu sei...As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.Ai que saudade, Galileo Galilei!Olha. Sabes? Lá em Florençaestá guardado um dedo da tua mão direita num relicário.Palavra de honra que está!As voltas que o mundo dá!Se calhar até há gente que pensaque entraste no calendário.Eu queria agradecer-te, Galileo,a inteligência das coisas que me deste.Eu,e quantos milhões de homens como eua quem tu esclareceste,ia jurar – que disparate, Galileo!– e jurava a pés juntos e apostava a cabeçasem a menor hesitação –que os corpos caem tanto mais depressaquanto mais pesados são.Pois não é evidente; Galileo?Quem acredita que um penedo caiacom a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?Esta era a inteligência que Deus nos deu.Estava agora a lembrar-me, Galileo,daquela cena em que tu estavas sentado num escabeloe tinhas à tua frenteum friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capeloa olharem-te severamente.Estavam todos a ralhar contigo,que parecia impossível que um homem da tua idadee da tua condição,se estivesse tornando num perigopara a Humanidadee para a Civilização.Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,e percorrias, cheio de piedade,os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,desceram lá das suas alturase poisaram, como aves aturdidas – parece-me que estou a vê-las –,nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qualconforme suas eminências desejavam,e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonale que os astros bailavam e entoavama meia-noite louvores à harmonia universal.E juraste que nunca mais repetiriasnem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,aquelas abomináveis heresiasque ensinavas e escreviaspara eterna perdição da tua alma.Ai, Galileo!Mal sabiam os teus doutos juizes, grandes senhores deste pequeno mundo.que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,andavam a correr e a rolar pelos espaçosà razão de trinta quilómetros por segundo.Tu é que sabias, Galileo Galilei.Por isso eram teus olhos misericordiosos,por isso era teu coração cheio de piedade,piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditososa quem Deus dispensou de buscar a verdade.Por isso estoicamente, mansamente,resististe a todas as torturas,a todas as angústias, a todos os contratempos,enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,foram caindo,caindo,caindo,caindo,caindo sempre,e sempre,ininterruptamente,na razão directa dos quadrados dos tempos.in Linhas de Força (1967)- António Gedeão


Publicamos o seguinte post, em estereofonia com o Blog AstroLeiria, recordando a morte do cientista cujos feitos celebramos neste Ano Internacional da Astronomia:Citando a Wikipédia:Galileu Galilei (em italiano Galileo Galilei, Pisa, 15 de fevereiro de 1564 — Florença, 8 de janeiro de 1642) foi um físico, matemático, astrónomo e filósofo italiano que teve um papel preponderante na chamada revolução científica. Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o telescópio refractor e terá sido o primeiro a utilizá-lo para fazer observações astronómicas. Com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo a principal contributo de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica. Desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, o termómetro de Galileu e o percursor do relógio de pêndulo. O método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método aristotélico mais abstracto utilizado nessa época, devido a este Galileu é considerado como o "pai da ciência moderna".Neste Ano Internacional da Astronomia não poderíamos esquecer esta data - recordemos o grande homem que foi Galileu com um poema de António Gedeão:Poema para GalileoEstou olhando para o teu retrato, meu velho pisano,aquele retrato que toda a gente conhece,em que a tua bela cabeça desabrocha e florescesobre um modesto cabeção de pano.Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.Disse Galeria dos Ofícios.)Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria...Eu sei... Eu sei...As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.Ai que saudade, Galileo Galilei!Olha. Sabes? Lá em Florençaestá guardado um dedo da tua mão direita num relicário.Palavra de honra que está!As voltas que o mundo dá!Se calhar até há gente que pensaque entraste no calendário.Eu queria agradecer-te, Galileo,a inteligência das coisas que me deste.Eu,e quantos milhões de homens como eua quem tu esclareceste,ia jurar – que disparate, Galileo!– e jurava a pés juntos e apostava a cabeçasem a menor hesitação –que os corpos caem tanto mais depressaquanto mais pesados são.Pois não é evidente; Galileo?Quem acredita que um penedo caiacom a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?Esta era a inteligência que Deus nos deu.Estava agora a lembrar-me, Galileo,daquela cena em que tu estavas sentado num escabeloe tinhas à tua frenteum friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capeloa olharem-te severamente.Estavam todos a ralhar contigo,que parecia impossível que um homem da tua idadee da tua condição,se estivesse tornando num perigopara a Humanidadee para a Civilização.Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,e percorrias, cheio de piedade,os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,desceram lá das suas alturase poisaram, como aves aturdidas – parece-me que estou a vê-las –,nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qualconforme suas eminências desejavam,e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonale que os astros bailavam e entoavama meia-noite louvores à harmonia universal.E juraste que nunca mais repetiriasnem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,aquelas abomináveis heresiasque ensinavas e escreviaspara eterna perdição da tua alma.Ai, Galileo!Mal sabiam os teus doutos juizes, grandes senhores deste pequeno mundo.que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,andavam a correr e a rolar pelos espaçosà razão de trinta quilómetros por segundo.Tu é que sabias, Galileo Galilei.Por isso eram teus olhos misericordiosos,por isso era teu coração cheio de piedade,piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditososa quem Deus dispensou de buscar a verdade.Por isso estoicamente, mansamente,resististe a todas as torturas,a todas as angústias, a todos os contratempos,enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,foram caindo,caindo,caindo,caindo,caindo sempre,e sempre,ininterruptamente,na razão directa dos quadrados dos tempos.in Linhas de Força (1967)- António Gedeão

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