blog humoristico, satirico, mexeriqueiro, e cenas mais: Pilhas.

05-08-2010
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Tento aqui criar mais um mito em torno de um fenómeno que, na minha opinião, é claramente paranormal. Espero não ser o único a ter a clarividência e capacidade suficientes para reparar no facto que passarei a explicar.

Falo-vos, naturalmente, de pilhas. Mais especificamente de pilhas não carregáveis do comando da televisão. Um estudo intensivo foi levado a cabo e chegou a conclusões deveras impressionantes. A análise do comportamento destas pilhas permitiu-me considerar esencialmente dois períodos distintos na sua vida activa:

1) O primeiro é caracterizado pela potência. Trata-se de um período limitado, que precede imediatamente uma mudança de pilhas. Estas são novas e tudo funciona bem. Nem sequer é necessário apontar para a televisão. Mesmo dirigindo o controlo remoto na direcção oposta, para a parede ou tecto, o sinal acaba por chegar ao aparelho televisivo e a nossa ordem é cumprida. A satisfação é completa e o cenário em tudo se assemelha ao paraíso. Nada de paranormal até aqui.

2) O segundo período é, de certa forma caracterizado pela decadência. Inicia-se no momento em que ocorre a primeira falha de comunicação entre o comando e a televisão. É o período de declínio das pilhas. Aqui entra a paranormalidade. Segundo as investigações realizadas e os anos de vivência em contacto com comandos de televisão, cheguei à conclusão que este segundo período das pilhas tende para uma duração infinita. Inicialmente começa a exigir que se aponte o comando para a TV e para mais lado nenhum. Depois começa a dar sinais de fraqueza quando é necessário carregar duas vezes no botão. Depois três. Depois é preciso esticar o braço... mas a verdade é que continua sempre a dar. E dizem os caros leitores que a bateria acaba por se extinguir e muda-se a pilha do comando. Mentira. A mudança das pilhas não corresponde ao fim do segundo período. Simplesmente corresponde ao limite de paciência do utilizador do aparelho que, no sua inconsciência de leigo na matéria, pensa que as pilhas acabaram. Se este não as mudasse , elas continuariam a funcionar indefinidamente. Seria necessário abanar o comando; abrir a tampa e mexer nas pilhas; deixá-las em repouso... e elas acabam por funcionar. Duram, e duram, e duram...

É portanto levada ao infinito a reacção redox do interior da pilha. Algo que a ciência não explica porque se recusa a aceitar. Encontra-se em fase de elaboração um artigo científico da minha autoria que vai abalar todos os conhecimentos actuais. Aguardem.

Tento aqui criar mais um mito em torno de um fenómeno que, na minha opinião, é claramente paranormal. Espero não ser o único a ter a clarividência e capacidade suficientes para reparar no facto que passarei a explicar.

Falo-vos, naturalmente, de pilhas. Mais especificamente de pilhas não carregáveis do comando da televisão. Um estudo intensivo foi levado a cabo e chegou a conclusões deveras impressionantes. A análise do comportamento destas pilhas permitiu-me considerar esencialmente dois períodos distintos na sua vida activa:

1) O primeiro é caracterizado pela potência. Trata-se de um período limitado, que precede imediatamente uma mudança de pilhas. Estas são novas e tudo funciona bem. Nem sequer é necessário apontar para a televisão. Mesmo dirigindo o controlo remoto na direcção oposta, para a parede ou tecto, o sinal acaba por chegar ao aparelho televisivo e a nossa ordem é cumprida. A satisfação é completa e o cenário em tudo se assemelha ao paraíso. Nada de paranormal até aqui.

2) O segundo período é, de certa forma caracterizado pela decadência. Inicia-se no momento em que ocorre a primeira falha de comunicação entre o comando e a televisão. É o período de declínio das pilhas. Aqui entra a paranormalidade. Segundo as investigações realizadas e os anos de vivência em contacto com comandos de televisão, cheguei à conclusão que este segundo período das pilhas tende para uma duração infinita. Inicialmente começa a exigir que se aponte o comando para a TV e para mais lado nenhum. Depois começa a dar sinais de fraqueza quando é necessário carregar duas vezes no botão. Depois três. Depois é preciso esticar o braço... mas a verdade é que continua sempre a dar. E dizem os caros leitores que a bateria acaba por se extinguir e muda-se a pilha do comando. Mentira. A mudança das pilhas não corresponde ao fim do segundo período. Simplesmente corresponde ao limite de paciência do utilizador do aparelho que, no sua inconsciência de leigo na matéria, pensa que as pilhas acabaram. Se este não as mudasse , elas continuariam a funcionar indefinidamente. Seria necessário abanar o comando; abrir a tampa e mexer nas pilhas; deixá-las em repouso... e elas acabam por funcionar. Duram, e duram, e duram...

É portanto levada ao infinito a reacção redox do interior da pilha. Algo que a ciência não explica porque se recusa a aceitar. Encontra-se em fase de elaboração um artigo científico da minha autoria que vai abalar todos os conhecimentos actuais. Aguardem.

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