portugal dos pequeninos: NADA

19-12-2009
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Para "blindar" o chefe e defendê-lo de questões incómodas ou para o poupar na repetição de anúncios (mesmo assim não resistiu à tentação e, nas respostas aos deputados, disse invariavelmente a mesma coisa e citou os mesmos números várias vezes), o PS parlamentar foi instruído no sentido de "perguntar" ao primeiro-ministro pelos "sucessos" do "plano tecnológico" entretanto descritos (na versão deles) por Alberto Martins e Afonso Candal, os delegados de Santos Silva neste debate. Sócrates evidentemente não se poupou e, uma vez "puxado" o "Magalhães" para a mesa, não hesitou como se já estivesse em congresso: «Portugal vai ser o primeiro país no Mundo onde todas as crianças dos seis aos dez anos têm um computador pessoal.» O governo está como que num limbo "governado" pela crise para a qual só ele, Sócrates, tem "soluções" e um "Magalhães". Mesmo que retóricas, vagas, inúteis ou meros paliativos formais não são admitidas interrogações nem interferências na genialidade com que este este governo os "inventou", às "soluções" e ao "Magalhães". Isto permite que tudo o resto seja tratado com sumário desdém (v.g. a CGD e o sr. Fino, o BPP, os 70 mil novos desempregados, etc., etc.). Até estranhei Sócrates não se ter louvado na Comissão Europeia que elogiou - como se aquilo fosse uma coisa extrordinária ou original - a revisão do PEC português para permitir alargar o défice público. O que verdadeiramente se percebeu disto é que Sócrates está farto dos debates. Porque, na verdade, a crise passou a justificar tudo e o seu contrário. Mais adequadamente, nada.


Para "blindar" o chefe e defendê-lo de questões incómodas ou para o poupar na repetição de anúncios (mesmo assim não resistiu à tentação e, nas respostas aos deputados, disse invariavelmente a mesma coisa e citou os mesmos números várias vezes), o PS parlamentar foi instruído no sentido de "perguntar" ao primeiro-ministro pelos "sucessos" do "plano tecnológico" entretanto descritos (na versão deles) por Alberto Martins e Afonso Candal, os delegados de Santos Silva neste debate. Sócrates evidentemente não se poupou e, uma vez "puxado" o "Magalhães" para a mesa, não hesitou como se já estivesse em congresso: «Portugal vai ser o primeiro país no Mundo onde todas as crianças dos seis aos dez anos têm um computador pessoal.» O governo está como que num limbo "governado" pela crise para a qual só ele, Sócrates, tem "soluções" e um "Magalhães". Mesmo que retóricas, vagas, inúteis ou meros paliativos formais não são admitidas interrogações nem interferências na genialidade com que este este governo os "inventou", às "soluções" e ao "Magalhães". Isto permite que tudo o resto seja tratado com sumário desdém (v.g. a CGD e o sr. Fino, o BPP, os 70 mil novos desempregados, etc., etc.). Até estranhei Sócrates não se ter louvado na Comissão Europeia que elogiou - como se aquilo fosse uma coisa extrordinária ou original - a revisão do PEC português para permitir alargar o défice público. O que verdadeiramente se percebeu disto é que Sócrates está farto dos debates. Porque, na verdade, a crise passou a justificar tudo e o seu contrário. Mais adequadamente, nada.

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