A VOZ DO POVO: 35 ANOS DEPOIS, URGE A MUDANÇA...

07-08-2010
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Foi, faz hoje, 35 Anos, que as Forças Armadas Portuguesas, pelo então denominado movimento MFA, liderado por Otelo Saraiva de Carvalho, Salgueiro Maia, entre outros, pôs cobro a uma ditadura duradoura de mais de 40 e tal anos, primeiro pela mão de António de Oliveira Salazar, depois por Marcelo Caetano, este último tendo-se exilado no Brasil, após o golpe do dito movimento, apoiada por milhares de populares, sedentos de liberdade. Eu nesse dia, estava a escassos 24 dias de completar 2 anos de idade, e alheio ao que se passava, como era normal para uma criança daquela idade. No entanto, por tradição familiar, e por formação ideológica, sinto-me um cidadão de Abril, sinto-me livre, e só seremos verdadeiramente livres, se nos sentir-mos como tal.Hoje, passados estes 35 anos, muita coisa mudou, basta ouvir os meus pais, avós, e amigos que viveram intensamente, da direita à esquerda, os conturbados dias do pós 25 de Abril de 1974. Seguiram-se as nacionalizações (hoje também se nacionalizam os prejuízos, veja-se o caso BPN) dos lucros e do grande capital, dando ao povo a hipótese da DEMOCRACIA, fazendo jus ao nome, de se governar, o PREC, que depois foi deposto com o 25 de Novembro, mas conseguiu-se algo de muito bom, do mal que também se conseguiu, que foi a LIBERDADE.O mal, salta à vista, nem preciso de enumerar, basta olharem à volta, a indústria, as pescas, a agricultura, etc. onde páram? Que é feito delas? Foram dadas aos filhos e netos, das tais vinte a tal famílias da Élite, da cúpula, Maçons e Opus Dei, que sempre mandaram cá no nosso Jardim. Demos a LIBERDADE para nos roubarem, para nos tirarem a Justiça e a educação, dois pilares fundamentais para um estado de direito, seja ele democrático, ou outro coisa qualquer que é este o nosso. Vamos ter de fazer o contra golpe, o contra golpe do 25 de Novembro, esse que deu de volta ao fascismo, aquilo que os militares deram ao povo no 25 de Abril de 1974. Se ainda vamos a tempo? Não sei, sei que urge a mudança.Carlos Rocha (Beezz) "Hasta La Vitória, Siempre!"Deixo-vos, para terminar, um texto de António Barreto, que saiu no Jornal Público, e que não me recordo agora da data, para que não esqueçamos, os nossos verdadeiros problemas, e nos dar alento de LUTAR."Sócrates, o ditador' por António BarretoA saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à Autarquia se ter afastado do Governo e do Partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal, ao ponto de, com zelo, se exceder:Prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos. Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado?Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão. Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda. Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino é pura diversão. Não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais.«Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente.»Mas tratava-se, politicamente, de uma questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá. O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário, Crispado, Despótico, Irritado, Enervado, Detestando ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas ou antes combinadas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações. Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade."


Foi, faz hoje, 35 Anos, que as Forças Armadas Portuguesas, pelo então denominado movimento MFA, liderado por Otelo Saraiva de Carvalho, Salgueiro Maia, entre outros, pôs cobro a uma ditadura duradoura de mais de 40 e tal anos, primeiro pela mão de António de Oliveira Salazar, depois por Marcelo Caetano, este último tendo-se exilado no Brasil, após o golpe do dito movimento, apoiada por milhares de populares, sedentos de liberdade. Eu nesse dia, estava a escassos 24 dias de completar 2 anos de idade, e alheio ao que se passava, como era normal para uma criança daquela idade. No entanto, por tradição familiar, e por formação ideológica, sinto-me um cidadão de Abril, sinto-me livre, e só seremos verdadeiramente livres, se nos sentir-mos como tal.Hoje, passados estes 35 anos, muita coisa mudou, basta ouvir os meus pais, avós, e amigos que viveram intensamente, da direita à esquerda, os conturbados dias do pós 25 de Abril de 1974. Seguiram-se as nacionalizações (hoje também se nacionalizam os prejuízos, veja-se o caso BPN) dos lucros e do grande capital, dando ao povo a hipótese da DEMOCRACIA, fazendo jus ao nome, de se governar, o PREC, que depois foi deposto com o 25 de Novembro, mas conseguiu-se algo de muito bom, do mal que também se conseguiu, que foi a LIBERDADE.O mal, salta à vista, nem preciso de enumerar, basta olharem à volta, a indústria, as pescas, a agricultura, etc. onde páram? Que é feito delas? Foram dadas aos filhos e netos, das tais vinte a tal famílias da Élite, da cúpula, Maçons e Opus Dei, que sempre mandaram cá no nosso Jardim. Demos a LIBERDADE para nos roubarem, para nos tirarem a Justiça e a educação, dois pilares fundamentais para um estado de direito, seja ele democrático, ou outro coisa qualquer que é este o nosso. Vamos ter de fazer o contra golpe, o contra golpe do 25 de Novembro, esse que deu de volta ao fascismo, aquilo que os militares deram ao povo no 25 de Abril de 1974. Se ainda vamos a tempo? Não sei, sei que urge a mudança.Carlos Rocha (Beezz) "Hasta La Vitória, Siempre!"Deixo-vos, para terminar, um texto de António Barreto, que saiu no Jornal Público, e que não me recordo agora da data, para que não esqueçamos, os nossos verdadeiros problemas, e nos dar alento de LUTAR."Sócrates, o ditador' por António BarretoA saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à Autarquia se ter afastado do Governo e do Partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal, ao ponto de, com zelo, se exceder:Prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos. Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado?Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão. Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda. Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino é pura diversão. Não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais.«Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente.»Mas tratava-se, politicamente, de uma questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá. O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário, Crispado, Despótico, Irritado, Enervado, Detestando ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas ou antes combinadas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações. Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade."

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