PALAVROSSAVRVS REX: EFEITO PAVLOVIANO AMESTRADOR

28-05-2010
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Ao estudar a produção de saliva em esfaimados cães rosnadores expostos a diversos tipos de estímulos palatares, Pavlov percebeu que, com o tempo, a salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos que anteriormente não causavam tal comportamento. Do mesmo modo, ao ver que os portugueses, com uma mão, amavam a bufaria e a tirania, a controleirite de costumes, a vigilância das opiniões e os despedimentos por delito opinativo, a miséria disseminada, os ganhos ilegítimos, enquanto com a outra mão se comoviam com a Liberdade evocada num mísero dia vinte e cinco aprilino hipócrita, Zézito também percebeu que, com o tempo, a amestração submissa mental dos portugueses passaria a ocorrer diante de situações mandonas e de estímulos grisalhos que durante algum tempo não causaram tal comportamento. Por isso, ganhou confiança. Aterrorizava de Passado e responsabilidade-PSD o Parlamento e diziam que ele ganhava debates. Gastava balúrdios em Propaganda e diziam que era popular. Metia processos a Jornalistas que redigissem as palavras 'corrupto', 'Cicciolina' e 'Freeport' e diziam que tinha honra. Atirava dinheiro aos Bancos, aos Amigos e aos Problemas e diziam que tinha uma visão estratégica para a economia e uma saída para a Crise. E não faltaram Margaridas obesas e brutas tão papistas como o papa Zézito. Assim despontou uma multidão de três milhões de portugueses clones, lúbrica pelo Zézito, perfeita e pavlovianamente resignada e engravidável pelo Zézito. Pronta para se entregar, nos escrutínios eleitorais de 2009, e preparada para o pensamento único e a obediência pavloviana sem hesitação ao Zézito. Ser capachos fáceis, depois de quarenta anos de Salazar, entranhara-se-lhes na constituição genética, na psique, e o Zézito iconografava o grisalho santacombadense num mimetismo agressivo de pose e tique trabalhados ao espelho e pensados ao pormenor pela equipa de acessores de Imagem e Marketing Político. E não poderia ser de outro modo. Zézito tinha a sua nova maioria absoluta alarve e grunha. Povo e Zézito estavam bem um para o outro: «O líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, acusou hoje o PS de estar procurar "pôr uma mordaça" nas opiniões dos sociais-democratas, devolvendo as críticas de "visão cinzenta" aos socialistas. "O PS procura pôr uma mordaça nas opiniões do PSD", acusou Paulo Rangel reagindo às críticas que o ministro das Obras Pública, Mário Lino, lhe fez hoje em Faro. [...] Segundo Paulo Rangel, o Governo está a "roubar a liberdade de escolha às gerações futuras" com o seu "programa de grandes obras públicas" porque este deixará "uma dívida monstruosa", uma "renda anual de 1500 milhões de euros até 2040, durante 30 anos".»


Ao estudar a produção de saliva em esfaimados cães rosnadores expostos a diversos tipos de estímulos palatares, Pavlov percebeu que, com o tempo, a salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos que anteriormente não causavam tal comportamento. Do mesmo modo, ao ver que os portugueses, com uma mão, amavam a bufaria e a tirania, a controleirite de costumes, a vigilância das opiniões e os despedimentos por delito opinativo, a miséria disseminada, os ganhos ilegítimos, enquanto com a outra mão se comoviam com a Liberdade evocada num mísero dia vinte e cinco aprilino hipócrita, Zézito também percebeu que, com o tempo, a amestração submissa mental dos portugueses passaria a ocorrer diante de situações mandonas e de estímulos grisalhos que durante algum tempo não causaram tal comportamento. Por isso, ganhou confiança. Aterrorizava de Passado e responsabilidade-PSD o Parlamento e diziam que ele ganhava debates. Gastava balúrdios em Propaganda e diziam que era popular. Metia processos a Jornalistas que redigissem as palavras 'corrupto', 'Cicciolina' e 'Freeport' e diziam que tinha honra. Atirava dinheiro aos Bancos, aos Amigos e aos Problemas e diziam que tinha uma visão estratégica para a economia e uma saída para a Crise. E não faltaram Margaridas obesas e brutas tão papistas como o papa Zézito. Assim despontou uma multidão de três milhões de portugueses clones, lúbrica pelo Zézito, perfeita e pavlovianamente resignada e engravidável pelo Zézito. Pronta para se entregar, nos escrutínios eleitorais de 2009, e preparada para o pensamento único e a obediência pavloviana sem hesitação ao Zézito. Ser capachos fáceis, depois de quarenta anos de Salazar, entranhara-se-lhes na constituição genética, na psique, e o Zézito iconografava o grisalho santacombadense num mimetismo agressivo de pose e tique trabalhados ao espelho e pensados ao pormenor pela equipa de acessores de Imagem e Marketing Político. E não poderia ser de outro modo. Zézito tinha a sua nova maioria absoluta alarve e grunha. Povo e Zézito estavam bem um para o outro: «O líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, acusou hoje o PS de estar procurar "pôr uma mordaça" nas opiniões dos sociais-democratas, devolvendo as críticas de "visão cinzenta" aos socialistas. "O PS procura pôr uma mordaça nas opiniões do PSD", acusou Paulo Rangel reagindo às críticas que o ministro das Obras Pública, Mário Lino, lhe fez hoje em Faro. [...] Segundo Paulo Rangel, o Governo está a "roubar a liberdade de escolha às gerações futuras" com o seu "programa de grandes obras públicas" porque este deixará "uma dívida monstruosa", uma "renda anual de 1500 milhões de euros até 2040, durante 30 anos".»

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