Não se pode dizer que Cavaco encrave o Governo com uma palavra ou outra atrevida, apesar de ter no alfobre um manancial de piadas e frases corrosivas como aço. Seja como for, e deve ter a ver com os ares turcos, há sempre um naco de prosa de onde se colhe matéria hilariante. Sou dos que instam Cavaco a mostrar uma força nova perante problemas sérios de credibilidade das supostamente 'instituições democráticas'. O indevido manuseio governamentalesco dos factos políticos brutos resultantes do inquérito às pressões sobre magistrados, ocultando-os, manobrando-os, mitigando-lhes o alcance e com isso chutando para canto uma urgente e natural decisão política, carece de uma qualquer resposta, um qualquer posicionamento que invective tal comportamento oportunístico. Ou convirá rédea solta a uns na proporção da incapacidade de MDL se demitir sem mais do Conselho de Estado?! Dá a impressão que, para Cavaco, a pá está na mão dos encalacrados. São eles a abrir a própria cova. E é nela que se enterram sem ajudas e sem empurrões. Deve ser por isso que Cavaco, esteja onde estiver, deixa correr o marfim: «Numa conversa com os jornalistas que o acompanham na visita de Estado à Turquia, e questionado sobre a manutenção de Lopes da Costa na Eurojust, o Presidente respondeu com uma graça: “Essa sua pergunta não é ‘just’ mesmo quando o espírito é euro, ou seja europeu”. A pergunta era se a credibilidade de Portugal numa organização como a Eurojust não seria afectada depois de ter sido aberto um inquérito a Lopes da Mota.»
Categorias
Entidades
Não se pode dizer que Cavaco encrave o Governo com uma palavra ou outra atrevida, apesar de ter no alfobre um manancial de piadas e frases corrosivas como aço. Seja como for, e deve ter a ver com os ares turcos, há sempre um naco de prosa de onde se colhe matéria hilariante. Sou dos que instam Cavaco a mostrar uma força nova perante problemas sérios de credibilidade das supostamente 'instituições democráticas'. O indevido manuseio governamentalesco dos factos políticos brutos resultantes do inquérito às pressões sobre magistrados, ocultando-os, manobrando-os, mitigando-lhes o alcance e com isso chutando para canto uma urgente e natural decisão política, carece de uma qualquer resposta, um qualquer posicionamento que invective tal comportamento oportunístico. Ou convirá rédea solta a uns na proporção da incapacidade de MDL se demitir sem mais do Conselho de Estado?! Dá a impressão que, para Cavaco, a pá está na mão dos encalacrados. São eles a abrir a própria cova. E é nela que se enterram sem ajudas e sem empurrões. Deve ser por isso que Cavaco, esteja onde estiver, deixa correr o marfim: «Numa conversa com os jornalistas que o acompanham na visita de Estado à Turquia, e questionado sobre a manutenção de Lopes da Costa na Eurojust, o Presidente respondeu com uma graça: “Essa sua pergunta não é ‘just’ mesmo quando o espírito é euro, ou seja europeu”. A pergunta era se a credibilidade de Portugal numa organização como a Eurojust não seria afectada depois de ter sido aberto um inquérito a Lopes da Mota.»