O Cachimbo de Magritte: Taxi driver

28-12-2009
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Todos nós fomos já alguma vez conduzidos por um taxista que preconizava, prometia o fuzilamento expedito de toda a gente prà esquerda do PSD. Nalguns casos mais voluntariosos, nem certos militantes deste último escapavam. Numa ocasião, afagando já nervoso o meu pescoço, conheci um que, douto, me garantia que o Saddam tinha apenas querido salvar o Koweit. Mas, ingénuo, caíra vítima dos Judeus, dos Americanos (comprados por aqueles) e dos Comunas - em aliança contra naturam.Dentro do mesmo grupo, há aqueles que, enfurecidos com a dissolução dos costumes, vociferam o espancamento terapêutico dos maricas ou os que propõem, com aritméticas exclusivas, a benéfica expulsão dos imigrantes. Outros, deprimidos com a nossa despudorada caldeirada rácica, encontram aí a razão da nossa preguiça, da nossa incompetência, do nosso atraso. O raio do atraso. A esta, pode chamar-se a classe do taxista ultra.Mas há uma outra espécie (do mesmo género): que o outro é que tinha razão, devia era tê-los fuzilado a todos no Campo Pequeno [os fuzilamentos são irresistíveis], que este povo é muito atrasado, mesmo muito atrasado - é a influência dos padres [o ideal, ideal era fuzilá-los, claro] e que, como Você deve saber, as mentalidades, é uma chatice, custam muito a mudar, a porra das mentalidades! - atrasadas, este povo é de uma mentalidade... [neste ponto nota-se sempre um genuíno sofrimento argumentativo] ...mesmo atrasada! Este povo precisa de ser educado - mudar-lhe as mentalidades, pra ficar mais aberto! Esta é a classe do taxista radical.Apercebi-me que muitos dos que andam por aí agora a rosnar o "atraso das nossas mentalidades", de "tolerância" desfraldada, a respeito do tema candente da moda, padecem, pela songa, da síndroma do taxista radical.


Todos nós fomos já alguma vez conduzidos por um taxista que preconizava, prometia o fuzilamento expedito de toda a gente prà esquerda do PSD. Nalguns casos mais voluntariosos, nem certos militantes deste último escapavam. Numa ocasião, afagando já nervoso o meu pescoço, conheci um que, douto, me garantia que o Saddam tinha apenas querido salvar o Koweit. Mas, ingénuo, caíra vítima dos Judeus, dos Americanos (comprados por aqueles) e dos Comunas - em aliança contra naturam.Dentro do mesmo grupo, há aqueles que, enfurecidos com a dissolução dos costumes, vociferam o espancamento terapêutico dos maricas ou os que propõem, com aritméticas exclusivas, a benéfica expulsão dos imigrantes. Outros, deprimidos com a nossa despudorada caldeirada rácica, encontram aí a razão da nossa preguiça, da nossa incompetência, do nosso atraso. O raio do atraso. A esta, pode chamar-se a classe do taxista ultra.Mas há uma outra espécie (do mesmo género): que o outro é que tinha razão, devia era tê-los fuzilado a todos no Campo Pequeno [os fuzilamentos são irresistíveis], que este povo é muito atrasado, mesmo muito atrasado - é a influência dos padres [o ideal, ideal era fuzilá-los, claro] e que, como Você deve saber, as mentalidades, é uma chatice, custam muito a mudar, a porra das mentalidades! - atrasadas, este povo é de uma mentalidade... [neste ponto nota-se sempre um genuíno sofrimento argumentativo] ...mesmo atrasada! Este povo precisa de ser educado - mudar-lhe as mentalidades, pra ficar mais aberto! Esta é a classe do taxista radical.Apercebi-me que muitos dos que andam por aí agora a rosnar o "atraso das nossas mentalidades", de "tolerância" desfraldada, a respeito do tema candente da moda, padecem, pela songa, da síndroma do taxista radical.

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