VERITAS: «Ponte Europa na blogosfera»

14-07-2010
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«Ponte Europa na blogosfera»

Carlos Esperança – Coimbra

Ponte Europa na blogosfera

1 - Motivos que me levaram a aderir a este novo meio de comunicação, saldo possível da experiência, pontos positivos e negativos.

2 - Experiência

.

3 - Alguns casos

4 - Comentadores anónimos, com ou sem endereço

5 – Provocações - Como lidar com elas

6 – Um blog – benefícios, inconvenientes e perspectivas

7 – Instrumento de trabalho para jornalistas

Em 1963 pedi ao MEN que me autorizasse a escrever no jornal «República». O pedido mereceu o seguinte despacho: «Indeferido. Pode o senhor Professor escrever no Boletim Escola Portuguesa e no bimensário das Casas do Povo sem carecer de autorização».

Antes disso, ainda aluno da Escola do Magistério, colaborei em diversos jornais de algumas dessas escolas. Eram publicações, sujeitas a censura, que obedeciam à voz dos directores, subservientes à ditadura e à santa madre igreja.

Depois, excepção feita a alguns panfletos clandestinos, limitei a actividade literária a uma carta de 4 em 4 anos para a Empresa onde trabalhava a solicitar o empréstimo para troca de viatura – um êxito literário de eficácia financeira garantida.

Os blogues são jornais feitos às tiras e que se amontoam por ordem cronológica. São um arquivo que resiste à limpeza da casa e ao horror que o/a companheiro/a nutre pelo lixo. Os jornais são reservatórios de pó, os blogues são arquivos de palavras e imagens.

Um blog é um órgão de comunicação, que pode integrar todos os outros, em que o operário detém os meios de produção e, às vezes, é o único consumidor. Aí o blogger aprende a usar as ferramentas, experimenta estilos e obriga-se a alimentá-lo ou a deixá-lo morrer de inanição.

Individuais ou colectivos são a expressão de uma actividade empresarial a custo zero, sem expectativa de lucro. Constituem, todavia, uma experiência que treina, faz currículo e cria músculo para novas aventuras.

Uns são temáticos (o sexo é o campeão da popularidade), outros generalistas. Vivem dos amigos, dos inimigos e dos curiosos, sobrevivem por dias ou anos, num mundo virtual onde a mentira, a calúnia, o plágio e a difamação ficam quase sempre impunes.

Há quem dê a cara e assuma os riscos de expor ideias num país onde constrangimentos autoritários ensinaram a atirar a pedra e esconder a mão.

Os blogues são órgãos de comunicação social sem livro de estilo, conselho de redacção ou princípios éticos obrigatórios. Reflectem a personalidade, o civismo e o respeito pela gramática dos seus autores. Muitas vezes não passam de um diário indecifrável ou de uma terapêutica leve para depressões profundas.

A notoriedade dos autores está frequentemente na base do êxito do blog. As referências da comunicação social e links da blogosfera são a alavanca do sucesso. A longevidade não costuma ser grande por desinteresse dos autores, desavenças entre os responsáveis ou divergências ideológicas que o tempo aprofunda.

Há blogues que permitem comentários onde os cobardes agem a coberto do anonimato e caluniam à espera de reclamarem contra a censura se lhes apagam os comentários. Os políticos são frequentemente vilipendiados mas a gramática é normalmente a pior vítima destes assaltantes.

Quando os comentadores deixam endereço é boa prática agradecer-lhes o comentário. É frequente identificarem-se e pedir desculpa dos termos, quando ofensivos, que usaram. Criam-se leitores e críticos dedicados. A interacção é a parte mais estimulante do blog.

Para quem começa e seja demasiado novo o uso de um pseudónimo é, no meu ponto de vista, razoável desde que se comporte como se estivesse claramente identificado. Tem a vantagem de não deixar atrás de si uma linha de conduta que a idade e a inexperiência podem levar a repudiar. Protegem-se da agressividade dos comentadores se não têm estofo para aguentar o embate de insultos e ofensas.

Não esqueçam que futebol, religião e política são temas que suscitam agressividade. É onde a demência de quem não aceita o contraditório mais se faz sentir. É o espaço de excelência para o proselitismo.

Há cerca de dois anos e meio fui um entusiasta do lançamento de um blog ateísta. O administrador do site, céptico quanto ao sucesso, disse que com menos de 500 visitas mensais não valia a pena. Já ultrapassámos as 1000... por dia.

Mais tarde convidaram-me para colaborar num outro blog «VERITAS», de natureza política, com colaboradores matriculados no PS. Aceitei. Deixaram-me quase sozinho. Algum tempo depois o pio edil Carlos Encarnação resolveu mudar o nome à Ponte Europa e dar-lhe o de uma santa cuja tia-avó, com o mesmo nome, igualmente santa, rainha e detentora do mesmo milagre era húngara. A sobrinha-neta tinha nascido em Aragão e o Dr. Encarnação entendeu que a alteração do nome à ponte lhe ajudaria a remir os pecados e a aplainar os caminhos do Céu.

Foi na sequência desta mística guerra toponímica que resolvemos mudar o nome ao VERITAS e iniciar o «Ponte Europa» que, desde Fevereiro de 2005 tem uma actividade regular, merecido excelentes comentários, frequentes insultos e numerosos ataques pessoais.

1 – Deve respeitar-se a gramática;

2 – estar preparado para o contraditório;

3 – procurar ampliar boatos ou colaborar em campanhas de calúnias é eticamente reprovável e raramente dá frutos.

.............................

Penso que vale a pena ter um blog

O diário da Internet tem a vantagem de assegurar ao mesmo tempo os meios financeiros e técnicos necessários ao funcionamento da Empresa – o Blog.

- Permite deter os meios de produção, dispensar horário e prescindir da supervisão do chefe de Redacção;

- Estimula o gosto pela polémica e ensina a lidar com o contraditório;

- Exercita a escrita, a reflexão e a ousadia;

- A marcação da agenda depende do blogger;

- A reacção aos acontecimentos e às notícias não estão sujeitas a autorizações nem à grelha noticiosa ou ao estatuto editorial;

- Permite juntar numa mesma peça os vários meios de comunicação (jornal, rádio, vídeo e recuperar arquivos, através de simples «links»;

- Mostra que informações absolutamente fidedignas não passam de absolutamente falsas;

- Desenvolve o espírito crítico, a argúcia e o ritmo da escrita.

Pela minha experiência sugiro que previamente se escreva numa folha de Word, usando um bom corrector ortográfico, e se proceda a duas ou três leituras do texto para verificar a sintaxe. Não há bom argumento que resista a maus tratos do idioma ou à prevaricação ortográfica.

Anónimos e/ou pseudónimos – É a situação mais frequente dos comentadores ainda que, por vezes deixem um endereço de hotmail verdadeiro, capaz de receber mensagens. Uns fazem-no por razões profissionais, sociais ou familiares, defendendo o direito à privacidade. Outros são cobardes que gostam de atirar pedras com a mão escondida.

Alguns são sabotadores que procuram destruir o blog.

Defesas – a) Fechar a caixa dos comentários; exigir uma inscrição prévia; submeter os comentários a censura prévia (atitudes radicais); b) limitar o número de caracteres por cada intervenção (1000, v.g.): c) censura posterior.

Salvo quando as calúnias a terceiros sejam passíveis de procedimento criminal ou a linguagem seja intoleravelmente soez (na óptica de quem aprecia) a liberdade total é o ideal.

Coimbra, 24 de Maio de 2006

aesperanca@mail.telepac.pt

Carlos Esperança – Coimbra

Anexo

VERITAS (Maio/2004) com a minha colaboração a partir de Julho/2004

Ponte Europa – 166 visitas = blog 171 è Sexo na banheira

DIÁRIO ATEÍSTA Novembro de 2003 (um artigo a 20 e outro a 30)

«500 visitas por mês parece-me ambicioso mas sensato».

***

Pedidos de sangue com lancinantes apelos à emoção

Reenvio de e-mails, com ou sem garantia de depósito de 2 cêntimos por destinatário;

Avisos sobre vírus perigosos

Calúnias sobre políticos e outras figuras públicas

O caso da falsa filha de Alberto Costa

Texto de Gabriel Garcia Marquez ( com música e imagens deliciosas)

*****

Assunto: AVISO

POR FAVOR, CIRCULEM ESTE E-MAIL ENTRE AMIGOS, FAMÍLIA E CONTATOS .

Fiquem atentos nos próximos dias! Não abram nenhuma mensagem com um arquivo chamado Copa do Mundo 2006 independente de quem a enviou. Este vírus virá de uma pessoa conhecida que tem o seu nome na sua lista de endereços, por isso, deve enviar esta mensagem a todos os seus contatos .

É preferível receber 25 vezes esta mensagem, do que receber o vírus e abrí-lo . Se receber a mensagem chamada Copa do Mundo 2006 não a abra e apague-a do seu computador imediatamente!

É o pior vírus anunciado pela CNN e classificado pela Microsoft como o mais destrutivo que já existiu.

Foi descoberto ontem à tarde pela McKafee e não existe anti-vírus para ele. O vírus destrói o Setor Zero do Disco Rígido, onde as informações vitáis de seu funcionamento são guardadas.

COPIE ESTE E-MAIL E ENVIE A TODOS OS SEUS AMIGOS E LEMBRE-SE QUE SE FIZER ISTO ESTARÁ BENEFICIANDO A TODOS

Posted by carlos_esperanca at maio 24, 2006 06:43 PM

«Ponte Europa na blogosfera»

Carlos Esperança – Coimbra

Ponte Europa na blogosfera

1 - Motivos que me levaram a aderir a este novo meio de comunicação, saldo possível da experiência, pontos positivos e negativos.

2 - Experiência

.

3 - Alguns casos

4 - Comentadores anónimos, com ou sem endereço

5 – Provocações - Como lidar com elas

6 – Um blog – benefícios, inconvenientes e perspectivas

7 – Instrumento de trabalho para jornalistas

Em 1963 pedi ao MEN que me autorizasse a escrever no jornal «República». O pedido mereceu o seguinte despacho: «Indeferido. Pode o senhor Professor escrever no Boletim Escola Portuguesa e no bimensário das Casas do Povo sem carecer de autorização».

Antes disso, ainda aluno da Escola do Magistério, colaborei em diversos jornais de algumas dessas escolas. Eram publicações, sujeitas a censura, que obedeciam à voz dos directores, subservientes à ditadura e à santa madre igreja.

Depois, excepção feita a alguns panfletos clandestinos, limitei a actividade literária a uma carta de 4 em 4 anos para a Empresa onde trabalhava a solicitar o empréstimo para troca de viatura – um êxito literário de eficácia financeira garantida.

Os blogues são jornais feitos às tiras e que se amontoam por ordem cronológica. São um arquivo que resiste à limpeza da casa e ao horror que o/a companheiro/a nutre pelo lixo. Os jornais são reservatórios de pó, os blogues são arquivos de palavras e imagens.

Um blog é um órgão de comunicação, que pode integrar todos os outros, em que o operário detém os meios de produção e, às vezes, é o único consumidor. Aí o blogger aprende a usar as ferramentas, experimenta estilos e obriga-se a alimentá-lo ou a deixá-lo morrer de inanição.

Individuais ou colectivos são a expressão de uma actividade empresarial a custo zero, sem expectativa de lucro. Constituem, todavia, uma experiência que treina, faz currículo e cria músculo para novas aventuras.

Uns são temáticos (o sexo é o campeão da popularidade), outros generalistas. Vivem dos amigos, dos inimigos e dos curiosos, sobrevivem por dias ou anos, num mundo virtual onde a mentira, a calúnia, o plágio e a difamação ficam quase sempre impunes.

Há quem dê a cara e assuma os riscos de expor ideias num país onde constrangimentos autoritários ensinaram a atirar a pedra e esconder a mão.

Os blogues são órgãos de comunicação social sem livro de estilo, conselho de redacção ou princípios éticos obrigatórios. Reflectem a personalidade, o civismo e o respeito pela gramática dos seus autores. Muitas vezes não passam de um diário indecifrável ou de uma terapêutica leve para depressões profundas.

A notoriedade dos autores está frequentemente na base do êxito do blog. As referências da comunicação social e links da blogosfera são a alavanca do sucesso. A longevidade não costuma ser grande por desinteresse dos autores, desavenças entre os responsáveis ou divergências ideológicas que o tempo aprofunda.

Há blogues que permitem comentários onde os cobardes agem a coberto do anonimato e caluniam à espera de reclamarem contra a censura se lhes apagam os comentários. Os políticos são frequentemente vilipendiados mas a gramática é normalmente a pior vítima destes assaltantes.

Quando os comentadores deixam endereço é boa prática agradecer-lhes o comentário. É frequente identificarem-se e pedir desculpa dos termos, quando ofensivos, que usaram. Criam-se leitores e críticos dedicados. A interacção é a parte mais estimulante do blog.

Para quem começa e seja demasiado novo o uso de um pseudónimo é, no meu ponto de vista, razoável desde que se comporte como se estivesse claramente identificado. Tem a vantagem de não deixar atrás de si uma linha de conduta que a idade e a inexperiência podem levar a repudiar. Protegem-se da agressividade dos comentadores se não têm estofo para aguentar o embate de insultos e ofensas.

Não esqueçam que futebol, religião e política são temas que suscitam agressividade. É onde a demência de quem não aceita o contraditório mais se faz sentir. É o espaço de excelência para o proselitismo.

Há cerca de dois anos e meio fui um entusiasta do lançamento de um blog ateísta. O administrador do site, céptico quanto ao sucesso, disse que com menos de 500 visitas mensais não valia a pena. Já ultrapassámos as 1000... por dia.

Mais tarde convidaram-me para colaborar num outro blog «VERITAS», de natureza política, com colaboradores matriculados no PS. Aceitei. Deixaram-me quase sozinho. Algum tempo depois o pio edil Carlos Encarnação resolveu mudar o nome à Ponte Europa e dar-lhe o de uma santa cuja tia-avó, com o mesmo nome, igualmente santa, rainha e detentora do mesmo milagre era húngara. A sobrinha-neta tinha nascido em Aragão e o Dr. Encarnação entendeu que a alteração do nome à ponte lhe ajudaria a remir os pecados e a aplainar os caminhos do Céu.

Foi na sequência desta mística guerra toponímica que resolvemos mudar o nome ao VERITAS e iniciar o «Ponte Europa» que, desde Fevereiro de 2005 tem uma actividade regular, merecido excelentes comentários, frequentes insultos e numerosos ataques pessoais.

1 – Deve respeitar-se a gramática;

2 – estar preparado para o contraditório;

3 – procurar ampliar boatos ou colaborar em campanhas de calúnias é eticamente reprovável e raramente dá frutos.

.............................

Penso que vale a pena ter um blog

O diário da Internet tem a vantagem de assegurar ao mesmo tempo os meios financeiros e técnicos necessários ao funcionamento da Empresa – o Blog.

- Permite deter os meios de produção, dispensar horário e prescindir da supervisão do chefe de Redacção;

- Estimula o gosto pela polémica e ensina a lidar com o contraditório;

- Exercita a escrita, a reflexão e a ousadia;

- A marcação da agenda depende do blogger;

- A reacção aos acontecimentos e às notícias não estão sujeitas a autorizações nem à grelha noticiosa ou ao estatuto editorial;

- Permite juntar numa mesma peça os vários meios de comunicação (jornal, rádio, vídeo e recuperar arquivos, através de simples «links»;

- Mostra que informações absolutamente fidedignas não passam de absolutamente falsas;

- Desenvolve o espírito crítico, a argúcia e o ritmo da escrita.

Pela minha experiência sugiro que previamente se escreva numa folha de Word, usando um bom corrector ortográfico, e se proceda a duas ou três leituras do texto para verificar a sintaxe. Não há bom argumento que resista a maus tratos do idioma ou à prevaricação ortográfica.

Anónimos e/ou pseudónimos – É a situação mais frequente dos comentadores ainda que, por vezes deixem um endereço de hotmail verdadeiro, capaz de receber mensagens. Uns fazem-no por razões profissionais, sociais ou familiares, defendendo o direito à privacidade. Outros são cobardes que gostam de atirar pedras com a mão escondida.

Alguns são sabotadores que procuram destruir o blog.

Defesas – a) Fechar a caixa dos comentários; exigir uma inscrição prévia; submeter os comentários a censura prévia (atitudes radicais); b) limitar o número de caracteres por cada intervenção (1000, v.g.): c) censura posterior.

Salvo quando as calúnias a terceiros sejam passíveis de procedimento criminal ou a linguagem seja intoleravelmente soez (na óptica de quem aprecia) a liberdade total é o ideal.

Coimbra, 24 de Maio de 2006

aesperanca@mail.telepac.pt

Carlos Esperança – Coimbra

Anexo

VERITAS (Maio/2004) com a minha colaboração a partir de Julho/2004

Ponte Europa – 166 visitas = blog 171 è Sexo na banheira

DIÁRIO ATEÍSTA Novembro de 2003 (um artigo a 20 e outro a 30)

«500 visitas por mês parece-me ambicioso mas sensato».

***

Pedidos de sangue com lancinantes apelos à emoção

Reenvio de e-mails, com ou sem garantia de depósito de 2 cêntimos por destinatário;

Avisos sobre vírus perigosos

Calúnias sobre políticos e outras figuras públicas

O caso da falsa filha de Alberto Costa

Texto de Gabriel Garcia Marquez ( com música e imagens deliciosas)

*****

Assunto: AVISO

POR FAVOR, CIRCULEM ESTE E-MAIL ENTRE AMIGOS, FAMÍLIA E CONTATOS .

Fiquem atentos nos próximos dias! Não abram nenhuma mensagem com um arquivo chamado Copa do Mundo 2006 independente de quem a enviou. Este vírus virá de uma pessoa conhecida que tem o seu nome na sua lista de endereços, por isso, deve enviar esta mensagem a todos os seus contatos .

É preferível receber 25 vezes esta mensagem, do que receber o vírus e abrí-lo . Se receber a mensagem chamada Copa do Mundo 2006 não a abra e apague-a do seu computador imediatamente!

É o pior vírus anunciado pela CNN e classificado pela Microsoft como o mais destrutivo que já existiu.

Foi descoberto ontem à tarde pela McKafee e não existe anti-vírus para ele. O vírus destrói o Setor Zero do Disco Rígido, onde as informações vitáis de seu funcionamento são guardadas.

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Posted by carlos_esperanca at maio 24, 2006 06:43 PM

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