Exílio de Andarilho: Remodelação no Governo

03-08-2010
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Sócrates despacha dois ministros, o inenarrável Correia de Campos e a briosa Pires de Lima. Do primeiro já se escreveu aqui sobre a sua absoluta falta de humanidade e sentido de solidariedade, à frente de um ministério que é central na gestão do Welfare State. Inabilidoso, obstinado, malcriado, Correia de Campos foi a imagem da arrogância e falta de bom-senso deste governo. Apesar da sua política de fundo ser correcta mostrou-se de pendor tecnocrático, incapaz de ouvir e conciliar. Afinal, a essência da política e da boa governança. Retomará, seguramente, o seu lugar de deputado onde se juntará à largissima representação do seu partido. E onde, como é habitual, nestes casos, se remeterá ao silêncio, limitando-se a embolosar o ordenado de deputado.Da segunda apenas a constatação da inépcia para dirigir a política cultural do país, recheada de inúmeros tiques intelectualóides que datarão do seu tempo de militante do PCP, mas absolutamente desfazada de uma política de cultura moderna. Peão de Joe Berardo, no sector, é provável que o conhecido empresário do Funchal lhe retribua, generosamente, a forma enlevada como soube servir os seus interesses no mecenato cultural.Quanto aos substitutos Ana Jorge que vai para o lugar de Correia de Campos, directora do serviço de pediatria do Hospital Garcia da Horta em Almada, é absolutamente estreante nestas andanças da política embora próxima do Partido Socialista. É uma carta em aberto, imprevisível. Pelo lado da cultura, um nome muito bom, mas perfeitamente desfazado das funções para que é indigitado: Pinto Ribeiro. Reputado jurista e professor de direito, notável comercialista, é autor do Código Comercial e das Sociedades Comerciais em vigor em Macau. Privei com ele de relance quando o negociou com Magalhães da Silva, então secretário-adjunto para a Justiça de Carlos Melancia. Lidera, desde há anos, o Fórum Justiça e Liberdade, uma NGO ligada à esquerda do PS e com ligações priveligiadas ao Bloco de Esquerda. Trata-se de alguém com excelente currículo, respeitado, prestigiado mas a que foi dada uma pasta que pouco sabe. Seria um excelente substituto para essa personagem esgotada do governo de Sócrates, que se chama Alberto Costa. Mas o primeiro-ministro preferiu uma remodelação minimin silenciando a incomodidade do Presidente da República com a gestão direitista dos pelouros com mais impacto social.Outras pastas mereceriam uma boa varridela: a Agricultura, as Obras Públicas e a Justiça. Mas dificilmente o primeiro-ministro cederá nessas áreas à pressão da oposição. E gostará de surpreender. Segue-se a remodelação dos secretários de estado.


Sócrates despacha dois ministros, o inenarrável Correia de Campos e a briosa Pires de Lima. Do primeiro já se escreveu aqui sobre a sua absoluta falta de humanidade e sentido de solidariedade, à frente de um ministério que é central na gestão do Welfare State. Inabilidoso, obstinado, malcriado, Correia de Campos foi a imagem da arrogância e falta de bom-senso deste governo. Apesar da sua política de fundo ser correcta mostrou-se de pendor tecnocrático, incapaz de ouvir e conciliar. Afinal, a essência da política e da boa governança. Retomará, seguramente, o seu lugar de deputado onde se juntará à largissima representação do seu partido. E onde, como é habitual, nestes casos, se remeterá ao silêncio, limitando-se a embolosar o ordenado de deputado.Da segunda apenas a constatação da inépcia para dirigir a política cultural do país, recheada de inúmeros tiques intelectualóides que datarão do seu tempo de militante do PCP, mas absolutamente desfazada de uma política de cultura moderna. Peão de Joe Berardo, no sector, é provável que o conhecido empresário do Funchal lhe retribua, generosamente, a forma enlevada como soube servir os seus interesses no mecenato cultural.Quanto aos substitutos Ana Jorge que vai para o lugar de Correia de Campos, directora do serviço de pediatria do Hospital Garcia da Horta em Almada, é absolutamente estreante nestas andanças da política embora próxima do Partido Socialista. É uma carta em aberto, imprevisível. Pelo lado da cultura, um nome muito bom, mas perfeitamente desfazado das funções para que é indigitado: Pinto Ribeiro. Reputado jurista e professor de direito, notável comercialista, é autor do Código Comercial e das Sociedades Comerciais em vigor em Macau. Privei com ele de relance quando o negociou com Magalhães da Silva, então secretário-adjunto para a Justiça de Carlos Melancia. Lidera, desde há anos, o Fórum Justiça e Liberdade, uma NGO ligada à esquerda do PS e com ligações priveligiadas ao Bloco de Esquerda. Trata-se de alguém com excelente currículo, respeitado, prestigiado mas a que foi dada uma pasta que pouco sabe. Seria um excelente substituto para essa personagem esgotada do governo de Sócrates, que se chama Alberto Costa. Mas o primeiro-ministro preferiu uma remodelação minimin silenciando a incomodidade do Presidente da República com a gestão direitista dos pelouros com mais impacto social.Outras pastas mereceriam uma boa varridela: a Agricultura, as Obras Públicas e a Justiça. Mas dificilmente o primeiro-ministro cederá nessas áreas à pressão da oposição. E gostará de surpreender. Segue-se a remodelação dos secretários de estado.

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