O Cachimbo de Magritte: O fim do princípio?

30-05-2010
marcar artigo


Depois de Sócrates processar João Miguel Tavares e metade da redacção do Público, hoje foi Alberto Costa que processou o Sol por notícias caluniosas - ou assim consideradas pelo Ministro da Justiça. Parece que o Governo adoptou uma nova estratégia de comunicação: atirar (com um processo) sobre tudo o que mexe (com a subida honra de Sexas). Já passou o tempo da guerra de palavras, das queixinhas televisivas contra a "campanha negra" e dos telefonemas tenho-uma-boa-relação-com-o-seu-accionista-e-espero-que-se-mantenha. Agora é a sério.A sucessão de notícias incómodas ameaça empanar a máquina de propaganda. E a maioria absoluta. Até aqui, o perigo vinha da extrema-esquerda. Que fez o PS? Com o flanco direito aparentemente coberto, prometeu o casamento gay, mandou umas bocas aos off shores e ficou à espera que, na hora da verdade, o povo progressista pedisse mais pão e circo. Mas a imagem de fazedor de Sócrates começa a ficar chamuscada pelos fumos da suspeita, e isso já põe em causa o voto do centrão. Até porque o PSD deu em recuperar nas sondagens. Tudo isto explica a fúria processual. "Quem não deve não teme", diz o povo (o da extrema e o do centro). Como jamais ficaremos esclarecidos antes das calendas gregas se Sócrates e Costa devem ou não, dada a desordem natural das coisas, eles realmente não temem. Até às eleições, pelo menos. E depois logo se verá. Como dizia o outro, o poder desgasta - quem não o tem. Chama-se a isto fuga em frente. Resta saber se não é contra um muro. O das urnas.


Depois de Sócrates processar João Miguel Tavares e metade da redacção do Público, hoje foi Alberto Costa que processou o Sol por notícias caluniosas - ou assim consideradas pelo Ministro da Justiça. Parece que o Governo adoptou uma nova estratégia de comunicação: atirar (com um processo) sobre tudo o que mexe (com a subida honra de Sexas). Já passou o tempo da guerra de palavras, das queixinhas televisivas contra a "campanha negra" e dos telefonemas tenho-uma-boa-relação-com-o-seu-accionista-e-espero-que-se-mantenha. Agora é a sério.A sucessão de notícias incómodas ameaça empanar a máquina de propaganda. E a maioria absoluta. Até aqui, o perigo vinha da extrema-esquerda. Que fez o PS? Com o flanco direito aparentemente coberto, prometeu o casamento gay, mandou umas bocas aos off shores e ficou à espera que, na hora da verdade, o povo progressista pedisse mais pão e circo. Mas a imagem de fazedor de Sócrates começa a ficar chamuscada pelos fumos da suspeita, e isso já põe em causa o voto do centrão. Até porque o PSD deu em recuperar nas sondagens. Tudo isto explica a fúria processual. "Quem não deve não teme", diz o povo (o da extrema e o do centro). Como jamais ficaremos esclarecidos antes das calendas gregas se Sócrates e Costa devem ou não, dada a desordem natural das coisas, eles realmente não temem. Até às eleições, pelo menos. E depois logo se verá. Como dizia o outro, o poder desgasta - quem não o tem. Chama-se a isto fuga em frente. Resta saber se não é contra um muro. O das urnas.

marcar artigo