Almanaque Republicano: A HISTÓRIA DAS PUBLICAÇÕES ESCOLARES DO LICEU DE AVEIRO DURANTE O ESTADO NOVO

20-01-2011
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Preia-mar s.f. nível máximo da maré; o maior nível atingido pelas águas, no fim da enchente; maré cheia; maré altaA Escola Secundária de Estarreja, "aproveitando a abundância da maré", por ser a hora esperada e seguros dos trabalhos de marinharia, lançou a revista "Preia-Mar" (em versão digital, AQUI). São 98 páginas de "(re)encontro com pessoas e documentos", uma navegação à memória das gentes e das terras que a comunidade educativa serve, uma escrita que é um "tributo à natural afeição das gentes de Estarreja", ao labor da terra, da ria e ao mar. E pelo que se vê o vento foi próspero. Muitas felicitações!No que a este "estabelecimento" diz respeito, fazemos referência à publicação do estimado texto de Maria de Jesus Sousa de Oliveira e Silva [MJSOS], "A História das publicações escolares do Liceu de Aveiro durante o Estado Novo" [pp. 9-15], aliás uma adaptação de uma parte do mestrado da autora em História Contemporânea de Portugal ["A história e o liceu no Estado Novo", Maio 1993], via FLUC. É evidente que o trabalho académico de MJSOS foi um serviço que enriqueceu a (então?) pobre historiografia na área da história da educação e das ideias pedagógicas em Portugal, nomeadamente o importante e incontornável contributo da imprensa periódica escolar para o estudo das reformas educativas, mas que também nos traz a dimensão do pensamento pedagógico e a construção das instituições escolares, do mesmo modo que coloca a problemática e a natureza da cultura associativa, da organização, revindicação e luta do movimento associativo da classe docente. Da República ao Estado Novo e deste ao 25 de Abril não há dúvidas que a imprensa escolar é o lugar privilegiado, o lugar de afirmação, vigilância e regulação colectiva [cf. António Nóvoa] de luta (resistência) de ideias e valores dos/contra os regimes, que a partir dos seus conflitos e polémicas caracterizam ao longo de gerações não só a obra e o sistema educativo mas que reflecte, também, a ideologia e a acção governativa. Da recolha feita à lista dos periódicos escolares portugueses [do sec. XIX-XX] por MJSOS, ressalta os apontamentos retirados sobre 3 (três) periódicos do Liceu de Aveiro: Labor (1926-73), Farol (1957-1970) e Anuário (1926-62). A escolha teve em conta a “continuidade em termos de publicação”, a “colaboração variada”, “representatividade de correntes de opinião”, “interligadas no tempo e no espaço”. Das revistas citadas, salienta-se para nós a "Labor" [aqui por nós citada], de iniciativa de um grupo de professores e editada à margem da política educativa da ditadura, que é de facto das mais importantes ligadas ao ensino secundário (liceal), pela sua tomada de posições contra o ensino livresco e memorizado, pela aplicação de "sãos e racionais preceitos pedagógicos e didácticos modernos", pela organização de vários "Congressos Pedagógicos do Ensino Liceal", pelo tom crítico e independente e por se assumir como a "voz da imprensa" das revindicações do professorado ou não fosse designada (depois) como "órgão provisório do professorado liceal". Ler o artigo integral AQUI. O grupo de colaboradores da "Labor" é imenso [sobre o assunto consultar "A Imprensa de Educação e Ensino", dir. António Nóvoa, (333), p. 581-585; existe ainda um Índice Geral da Revista, por autor e título, realizado por Falcão Machado, em 1974, apud A. Nóvoa, ibidem], sendo de registar a presença de José Pereira Tavares [director], Álvaro Sampaio, Falcão Machado, Leite de Vasconcelos, Joaquim de Carvalho, Fortunato de Almeida, Orlando Ribeiro, Rodrigues Lapa, Delfim Santos, Hernâni Cidade, Rómulo de Carvalho, Francisco Dias Agudo, Jaime Magalhães Lima, Joel Serrão, Agostinho Campos, Gastão de Sousa Dias, João da Silva Correia, Aurélio Quintanilha, Mário Dionísio, Mário Fiúza, Rui Grácio, José de Melo, Gomes Bento, etc. Ler o artigo e a Revista "Preia-Mar" AQUI. J.M.M.


Preia-mar s.f. nível máximo da maré; o maior nível atingido pelas águas, no fim da enchente; maré cheia; maré altaA Escola Secundária de Estarreja, "aproveitando a abundância da maré", por ser a hora esperada e seguros dos trabalhos de marinharia, lançou a revista "Preia-Mar" (em versão digital, AQUI). São 98 páginas de "(re)encontro com pessoas e documentos", uma navegação à memória das gentes e das terras que a comunidade educativa serve, uma escrita que é um "tributo à natural afeição das gentes de Estarreja", ao labor da terra, da ria e ao mar. E pelo que se vê o vento foi próspero. Muitas felicitações!No que a este "estabelecimento" diz respeito, fazemos referência à publicação do estimado texto de Maria de Jesus Sousa de Oliveira e Silva [MJSOS], "A História das publicações escolares do Liceu de Aveiro durante o Estado Novo" [pp. 9-15], aliás uma adaptação de uma parte do mestrado da autora em História Contemporânea de Portugal ["A história e o liceu no Estado Novo", Maio 1993], via FLUC. É evidente que o trabalho académico de MJSOS foi um serviço que enriqueceu a (então?) pobre historiografia na área da história da educação e das ideias pedagógicas em Portugal, nomeadamente o importante e incontornável contributo da imprensa periódica escolar para o estudo das reformas educativas, mas que também nos traz a dimensão do pensamento pedagógico e a construção das instituições escolares, do mesmo modo que coloca a problemática e a natureza da cultura associativa, da organização, revindicação e luta do movimento associativo da classe docente. Da República ao Estado Novo e deste ao 25 de Abril não há dúvidas que a imprensa escolar é o lugar privilegiado, o lugar de afirmação, vigilância e regulação colectiva [cf. António Nóvoa] de luta (resistência) de ideias e valores dos/contra os regimes, que a partir dos seus conflitos e polémicas caracterizam ao longo de gerações não só a obra e o sistema educativo mas que reflecte, também, a ideologia e a acção governativa. Da recolha feita à lista dos periódicos escolares portugueses [do sec. XIX-XX] por MJSOS, ressalta os apontamentos retirados sobre 3 (três) periódicos do Liceu de Aveiro: Labor (1926-73), Farol (1957-1970) e Anuário (1926-62). A escolha teve em conta a “continuidade em termos de publicação”, a “colaboração variada”, “representatividade de correntes de opinião”, “interligadas no tempo e no espaço”. Das revistas citadas, salienta-se para nós a "Labor" [aqui por nós citada], de iniciativa de um grupo de professores e editada à margem da política educativa da ditadura, que é de facto das mais importantes ligadas ao ensino secundário (liceal), pela sua tomada de posições contra o ensino livresco e memorizado, pela aplicação de "sãos e racionais preceitos pedagógicos e didácticos modernos", pela organização de vários "Congressos Pedagógicos do Ensino Liceal", pelo tom crítico e independente e por se assumir como a "voz da imprensa" das revindicações do professorado ou não fosse designada (depois) como "órgão provisório do professorado liceal". Ler o artigo integral AQUI. O grupo de colaboradores da "Labor" é imenso [sobre o assunto consultar "A Imprensa de Educação e Ensino", dir. António Nóvoa, (333), p. 581-585; existe ainda um Índice Geral da Revista, por autor e título, realizado por Falcão Machado, em 1974, apud A. Nóvoa, ibidem], sendo de registar a presença de José Pereira Tavares [director], Álvaro Sampaio, Falcão Machado, Leite de Vasconcelos, Joaquim de Carvalho, Fortunato de Almeida, Orlando Ribeiro, Rodrigues Lapa, Delfim Santos, Hernâni Cidade, Rómulo de Carvalho, Francisco Dias Agudo, Jaime Magalhães Lima, Joel Serrão, Agostinho Campos, Gastão de Sousa Dias, João da Silva Correia, Aurélio Quintanilha, Mário Dionísio, Mário Fiúza, Rui Grácio, José de Melo, Gomes Bento, etc. Ler o artigo e a Revista "Preia-Mar" AQUI. J.M.M.

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