Vieira de Castro, esse "mártir da loucura da honra", foi um dos "indefectíveis" amigos de Camilo Castelo Branco. E o grande romancista soltou, como só ele sabia, todos os brados clementes e literários que pode, em sua defesa. Afinal, o defensor de Vieira de Castro navegava nas mesmas paixões, escolhos e fatalidades, que haveriam de cimentar essa "sólida e fraternal amizade". Conhece-se de Vieira de Castro os seus conflitos académicos e a sua rebeldia de estudante em Coimbra (que aliás culminou na sua expulsão da vetusta universidade); sabe-se o vigor das suas intervenções parlamentares, em que era um "notável orador", a sua filiação maçónica (nome simbólico Graccho) e as suas aventuras no Brasil, onde foi recebido em glória; não se ignora a "tragédia" que o vitimou, para sempre, ao degredo (em 1871) em Angola, após confessar ter morto a sua jovem esposa, por motivos passionais. E onde morre em 1872, "vitima de febre fulminante". O talento e o génio de Vieira de Castro são, pois, consumidos no tremendo drama e desastre da sua vida. Mas nem por isso o seu amigo Camilo, em pretendida homenagem a fazer, deixa de registar: "À memória de José Cardoso Vieira de Castro, que aceitou o degredo e a morte, em desafronta da sua honra de marido"Obras de Vieira de Castro: Uma pagina da universidade, precedida de uma carta ao auctor por Levy Maria Jordão, Porto, Typ. de Sebastião José Pereira, 1858 / O Atheneu: periodico mensal, scientifico e litterario, Coimbra, Imp. da Universidade, 1859 a 1860 [redactores: Vieira de Castro, Camilo C. Branco e Antonio Victorino da Motta] / Camillo Castello Branco. Noticia da sua vida e obras, Porto, Typ. de Antonio José da Silva Teixeira, 1861 / Discursos parlamentares. 1865 1866, Lisboa, Typ. da Gazeta de Portugal, 1866 / Discurso sobre a caridade, recitado aos 26 de janeiro de 1867, no salão do theatro lyrico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Typ. Perseverança, 1867 / Cartas ao sr. conselheiro Antonio Rodrigues Sampaio e ao sr. Filippe de Carvalho, Porto, na typ. Lusitana, 1868 / A republica, Porto, Typ. Lusitana, 1868 / Discurso proferido no Porto no grande «meeting» de 25 de julho de 1869, convocado por uma commissão democratica para representar ao governo contra o procedimento dos testamenteiros do conde de Ferreira e publicado pela mesma commissão, Porto, Typ. Lusitana, 1869 / A republica, Porto, Typ. Lusitana, 1868 / Colonias, pelo antigo deputado... Editor, Camillo Castello Branco, Porto, Typ. Artistica, 1871J.M.M.
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Vieira de Castro, esse "mártir da loucura da honra", foi um dos "indefectíveis" amigos de Camilo Castelo Branco. E o grande romancista soltou, como só ele sabia, todos os brados clementes e literários que pode, em sua defesa. Afinal, o defensor de Vieira de Castro navegava nas mesmas paixões, escolhos e fatalidades, que haveriam de cimentar essa "sólida e fraternal amizade". Conhece-se de Vieira de Castro os seus conflitos académicos e a sua rebeldia de estudante em Coimbra (que aliás culminou na sua expulsão da vetusta universidade); sabe-se o vigor das suas intervenções parlamentares, em que era um "notável orador", a sua filiação maçónica (nome simbólico Graccho) e as suas aventuras no Brasil, onde foi recebido em glória; não se ignora a "tragédia" que o vitimou, para sempre, ao degredo (em 1871) em Angola, após confessar ter morto a sua jovem esposa, por motivos passionais. E onde morre em 1872, "vitima de febre fulminante". O talento e o génio de Vieira de Castro são, pois, consumidos no tremendo drama e desastre da sua vida. Mas nem por isso o seu amigo Camilo, em pretendida homenagem a fazer, deixa de registar: "À memória de José Cardoso Vieira de Castro, que aceitou o degredo e a morte, em desafronta da sua honra de marido"Obras de Vieira de Castro: Uma pagina da universidade, precedida de uma carta ao auctor por Levy Maria Jordão, Porto, Typ. de Sebastião José Pereira, 1858 / O Atheneu: periodico mensal, scientifico e litterario, Coimbra, Imp. da Universidade, 1859 a 1860 [redactores: Vieira de Castro, Camilo C. Branco e Antonio Victorino da Motta] / Camillo Castello Branco. Noticia da sua vida e obras, Porto, Typ. de Antonio José da Silva Teixeira, 1861 / Discursos parlamentares. 1865 1866, Lisboa, Typ. da Gazeta de Portugal, 1866 / Discurso sobre a caridade, recitado aos 26 de janeiro de 1867, no salão do theatro lyrico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Typ. Perseverança, 1867 / Cartas ao sr. conselheiro Antonio Rodrigues Sampaio e ao sr. Filippe de Carvalho, Porto, na typ. Lusitana, 1868 / A republica, Porto, Typ. Lusitana, 1868 / Discurso proferido no Porto no grande «meeting» de 25 de julho de 1869, convocado por uma commissão democratica para representar ao governo contra o procedimento dos testamenteiros do conde de Ferreira e publicado pela mesma commissão, Porto, Typ. Lusitana, 1869 / A republica, Porto, Typ. Lusitana, 1868 / Colonias, pelo antigo deputado... Editor, Camillo Castello Branco, Porto, Typ. Artistica, 1871J.M.M.