Almanaque Republicano

21-05-2011
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JOSÉ CALDAS (PARTE I)Nasce em Viana do Castelo em 28 de Novembro de 1842, com o nome completo de José Ernesto de Sousa Caldas, filho de Jacinto José de Sousa Caldas e de Isabel Matilde Pereira Marinho. Fez a maior parte dos seus estudos particularmente, e, em 1861, foi nomeado amanuense da repartição da Fazenda de Viana do Castelo e promovido, em 1876, a aspirante de primeira classe.Em 1877, foi convidado pelo arcebispo de Braga a escrever um estudo crítico e biográfico acerca do venerável D. Fr. Bartolomeu dos Mártires e da sociedade portuguesa do seu tempo, situação que lhe permitiria libertar-se um pouco da situação de miséria em que vivia com a sua família. Como no ano seguinte o arcebispo, D. João Crisóstomo de Amorim Pessoa, intima-o a publicar de imediato a parte da obra que estivesse pronta, ao que José Caldas recusa e envia cartas ao prelado e a Camilo Castelo Branco onde relata o abuso a que estava a ser sujeito. Entretanto, em 1879, regressa às suas funções burocráticas, mas consegue que Manuel Pinheiro Chagas, em sessão da Academia das Ciências de Lisboa apresentasse uma petição a solicitar o reconhecimento do trabalho por ele desenvolvido e lhe prestasse auxílio para o conseguir concluir.Em 1880, a Academia deliberou a favor de José Caldas e convidou-o a apresentar em Lisboa, em pleno Congresso Antropológico uma comunicação que obteve grande reconhecimento junto dos intelectuais portugueses. A sua notoriedade facilitou-lhe a ascensão na hierarquia administrativa, conseguindo a elevação a inspector de Fazenda, posição em viria a aposentar-se. Politicamente afirma-se republicano desde bastante cedo. Integrou mesmo a comissão consultiva do Directório eleito em 1897, em Coimbra.Jornalista e escritor autodidacta, interessado pelos temas clássicos e pela história local. Poliglota, aprendeu várias línguas como o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, grego e latim. O conhecimento das línguas clássicas permitiram-lhe aprofundar investigações em arquivo, cruzando dados com as mais recentes obras da historiografia portuguesa e estrangeira. Porém, a sua obra é muito marcada pela parcialidade das suas posições, em particular pelo anticlericalismo. Era um crítico acérrimo da influência dos Jesuítas na sociedade portuguesa da época. No entanto, José Caldas, manifesta uma notável erudição e um espírito de curiosidade digno de menção, sobretudo se for tida em conta a realidade portuguesa da época.[Em Continuação]A.A.B.M.


JOSÉ CALDAS (PARTE I)Nasce em Viana do Castelo em 28 de Novembro de 1842, com o nome completo de José Ernesto de Sousa Caldas, filho de Jacinto José de Sousa Caldas e de Isabel Matilde Pereira Marinho. Fez a maior parte dos seus estudos particularmente, e, em 1861, foi nomeado amanuense da repartição da Fazenda de Viana do Castelo e promovido, em 1876, a aspirante de primeira classe.Em 1877, foi convidado pelo arcebispo de Braga a escrever um estudo crítico e biográfico acerca do venerável D. Fr. Bartolomeu dos Mártires e da sociedade portuguesa do seu tempo, situação que lhe permitiria libertar-se um pouco da situação de miséria em que vivia com a sua família. Como no ano seguinte o arcebispo, D. João Crisóstomo de Amorim Pessoa, intima-o a publicar de imediato a parte da obra que estivesse pronta, ao que José Caldas recusa e envia cartas ao prelado e a Camilo Castelo Branco onde relata o abuso a que estava a ser sujeito. Entretanto, em 1879, regressa às suas funções burocráticas, mas consegue que Manuel Pinheiro Chagas, em sessão da Academia das Ciências de Lisboa apresentasse uma petição a solicitar o reconhecimento do trabalho por ele desenvolvido e lhe prestasse auxílio para o conseguir concluir.Em 1880, a Academia deliberou a favor de José Caldas e convidou-o a apresentar em Lisboa, em pleno Congresso Antropológico uma comunicação que obteve grande reconhecimento junto dos intelectuais portugueses. A sua notoriedade facilitou-lhe a ascensão na hierarquia administrativa, conseguindo a elevação a inspector de Fazenda, posição em viria a aposentar-se. Politicamente afirma-se republicano desde bastante cedo. Integrou mesmo a comissão consultiva do Directório eleito em 1897, em Coimbra.Jornalista e escritor autodidacta, interessado pelos temas clássicos e pela história local. Poliglota, aprendeu várias línguas como o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, grego e latim. O conhecimento das línguas clássicas permitiram-lhe aprofundar investigações em arquivo, cruzando dados com as mais recentes obras da historiografia portuguesa e estrangeira. Porém, a sua obra é muito marcada pela parcialidade das suas posições, em particular pelo anticlericalismo. Era um crítico acérrimo da influência dos Jesuítas na sociedade portuguesa da época. No entanto, José Caldas, manifesta uma notável erudição e um espírito de curiosidade digno de menção, sobretudo se for tida em conta a realidade portuguesa da época.[Em Continuação]A.A.B.M.

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