Aldeia Lusitana: Crime no Palácio de São Bento – Capítulo II

15-10-2009
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Resumo do capítulo anterior:Quinhentos mil euros destinados à ajuda militar em Timor desapareceram do cofre pessoal do Primeiro-Ministro no Palácio de São Bento, que não sabe quem há-de- chamar para iniciar a investigação.-“Subitamente, o troar do sino de entrada despertou o Primeiro-Ministro do seu devaneio, levando a que o mordomo, após nova inclinação de saudação, abandonasse o salão e se dirigisse à porta de entrada do Palácio.Alguns segundos depois, apareceu António Costa, em passo bastante apressado, seguido pelo mordomo, em passo mais vagaroso e olhando de forma repreensiva para a passada menos solene do Ministro da Administração Interna.- Já sei o que aconteceu – começou António Costa – E então, há alguma pista?- Já sabes o que aconteceu? Como já sabes o que aconteceu? O que é que aconteceu? – perguntou-lhe estupefacto o Primeiro-Ministro.- Ó homem, a SIC Notícias não fala de outra coisa nas últimas duas horas!- Duas horas? Mas o que é que eles estão a notíciar?- Bom, segundo fontes ligadas ao Palácio de São Bento e à P.S.P., foi dada conta de uma explosão nos aposentos interiores do Palácio de São Bento, tendo sido retirado do cofre pessoal do Primeiro-Ministro uma quantia próxima dos cinco milhões de euros, que se destinava a pagar, sub-repticiamente, os credores mais importantes, entenda-se Mexia e outros, que ficaram a arder com o caso Afinsa.- Estás a brincar! – exclamou estupefacto o Primeiro-Ministro.- Mas alguém acredita que eu tivesse essa quantia num cofre pessoal?Novo toque do sino de entrada interrompeu este diálogo. Enquanto António Costa continuava a explicar ao Primeiro-Ministro pormenores da notícia que lhe haviam sido dados pelo telefone pelo seu irmão Ricardo, o mordomo do Palácio saiu e voltou acompanhado, alguns segundos depois, por Alberto Costa.- Já soube do sucedido. Já falei com o Procurador Geral e ele disse-me que ia enviar a melhor corporação da Polícia Judiciária para investigar a cena do crime e analisar o cadáver.- Cadáver? Qual cadáver?! – continuava cada vez mais estupefacto o Primeiro-Ministro.- Meu caro amigo, na última hora o site do “24 Horas” fez publicar que assaltaram o cofre deste Palácio, de onde retiraram documentos comprometedores para a segurança do Estado, tendo sido encontrado junto do cofre arrombado um cadáver de um sujeito cujo físico faz pensar pertencer aos serviços de segurança de algum país de leste.O Primeiro Ministro virou-se para o mordomo e perguntou-lhe se havia visto algum cadáver junto do cofre.- Posso garantir a V. Ex.ª que o último cadáver existente junto daquele cofre foi o de uma mosca e foi devidamente removido pela Zulmira na limpeza efectuada esta manhã, senhor.- Isto já começa a ser demais. O que será agora?Esta expressão foi dita pelo Primeiro-Ministro na sequência de começar a ouvir o toque do telefone oficial do Palácio de São Bento, o que só poderia significar uma coisa: um dos chefes de Estado mundiais queria falar-lhe.O mordomo dirigiu-se para o telefone e atendeu-o:- Sim. Como vai, senhor Presidente? Muito bem, senhor, mas com imensas saudades de V. Ex.ª e da Senhora Primeira Dama. Sim, foram uns dez anos maravilhosos. Já não terei igual. Está sim, senhor Presidente. Vou passá-lo. Só um momento. Sr. Primeiro-Ministro, o senhor Presidente da República Portuguesa deseja falar com V. Ex.ª.“Tenho decididamente que arranjar um boy socialista para este lugar”, pensou o Primeiro-Ministro com os seus botões.”(Cont)


Resumo do capítulo anterior:Quinhentos mil euros destinados à ajuda militar em Timor desapareceram do cofre pessoal do Primeiro-Ministro no Palácio de São Bento, que não sabe quem há-de- chamar para iniciar a investigação.-“Subitamente, o troar do sino de entrada despertou o Primeiro-Ministro do seu devaneio, levando a que o mordomo, após nova inclinação de saudação, abandonasse o salão e se dirigisse à porta de entrada do Palácio.Alguns segundos depois, apareceu António Costa, em passo bastante apressado, seguido pelo mordomo, em passo mais vagaroso e olhando de forma repreensiva para a passada menos solene do Ministro da Administração Interna.- Já sei o que aconteceu – começou António Costa – E então, há alguma pista?- Já sabes o que aconteceu? Como já sabes o que aconteceu? O que é que aconteceu? – perguntou-lhe estupefacto o Primeiro-Ministro.- Ó homem, a SIC Notícias não fala de outra coisa nas últimas duas horas!- Duas horas? Mas o que é que eles estão a notíciar?- Bom, segundo fontes ligadas ao Palácio de São Bento e à P.S.P., foi dada conta de uma explosão nos aposentos interiores do Palácio de São Bento, tendo sido retirado do cofre pessoal do Primeiro-Ministro uma quantia próxima dos cinco milhões de euros, que se destinava a pagar, sub-repticiamente, os credores mais importantes, entenda-se Mexia e outros, que ficaram a arder com o caso Afinsa.- Estás a brincar! – exclamou estupefacto o Primeiro-Ministro.- Mas alguém acredita que eu tivesse essa quantia num cofre pessoal?Novo toque do sino de entrada interrompeu este diálogo. Enquanto António Costa continuava a explicar ao Primeiro-Ministro pormenores da notícia que lhe haviam sido dados pelo telefone pelo seu irmão Ricardo, o mordomo do Palácio saiu e voltou acompanhado, alguns segundos depois, por Alberto Costa.- Já soube do sucedido. Já falei com o Procurador Geral e ele disse-me que ia enviar a melhor corporação da Polícia Judiciária para investigar a cena do crime e analisar o cadáver.- Cadáver? Qual cadáver?! – continuava cada vez mais estupefacto o Primeiro-Ministro.- Meu caro amigo, na última hora o site do “24 Horas” fez publicar que assaltaram o cofre deste Palácio, de onde retiraram documentos comprometedores para a segurança do Estado, tendo sido encontrado junto do cofre arrombado um cadáver de um sujeito cujo físico faz pensar pertencer aos serviços de segurança de algum país de leste.O Primeiro Ministro virou-se para o mordomo e perguntou-lhe se havia visto algum cadáver junto do cofre.- Posso garantir a V. Ex.ª que o último cadáver existente junto daquele cofre foi o de uma mosca e foi devidamente removido pela Zulmira na limpeza efectuada esta manhã, senhor.- Isto já começa a ser demais. O que será agora?Esta expressão foi dita pelo Primeiro-Ministro na sequência de começar a ouvir o toque do telefone oficial do Palácio de São Bento, o que só poderia significar uma coisa: um dos chefes de Estado mundiais queria falar-lhe.O mordomo dirigiu-se para o telefone e atendeu-o:- Sim. Como vai, senhor Presidente? Muito bem, senhor, mas com imensas saudades de V. Ex.ª e da Senhora Primeira Dama. Sim, foram uns dez anos maravilhosos. Já não terei igual. Está sim, senhor Presidente. Vou passá-lo. Só um momento. Sr. Primeiro-Ministro, o senhor Presidente da República Portuguesa deseja falar com V. Ex.ª.“Tenho decididamente que arranjar um boy socialista para este lugar”, pensou o Primeiro-Ministro com os seus botões.”(Cont)

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